Agropolítica
Alckmin destaca que haverá novo recorde comercial em 2024 na relação Brasil-China
No primeiro semestre deste ano, o comércio entre Brasil e China cresceu 7,4%

Broadcast Agro
05/08/2024 - 14:27

São Paulo, 5 – O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, destacou nesta segunda-feira, 5, que o ano de 2024 deverá marcar um novo recorde comercial na relação entre Brasil e China. O comércio entre os dois países cresceu 7,4% no acumulado de janeiro a julho deste ano, segundo Alckmin, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Há 14 anos a China é o maior e mais importante parceiro comercial do Brasil”, destacou o presidente em exercício, durante sua participação, de forma remota, na conferência anual do Conselho Empresarial Brasil e China (CEBC) que, neste ano, celebrou os 50 anos das relações comerciais entre Brasil e China.
Alckmin destacou que o Brasil exporta muitos alimentos à China e que isso traz segurança alimentar para o país asiático.
O presidente em exercício citou ainda os embarques brasileiros de petróleo, ferro e celulose e lembrou que o Brasil importa diversos itens da China.
Alckmin salientou que “novas oportunidades” devem aparecer na relação comercial entre Brasil e China à frente, citando iniciativas dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas como infraestrutura, logística, ferrovias, portos e energia.
Retrato em 2023
A China respondeu no ano passado por 52% de todo o superávit comercial brasileiro, informou o embaixador e presidente do CEBC, Luiz Augusto de Castro Neves, ao fazer a abertura do evento.
De acordo com o embaixador, no Brasil, de norte a sul e de leste a oeste, tem projetos chineses. No decorrer das últimas décadas a China vem investindo em 200 projetos em solo brasileiro somando US$ 70 bilhões.
“Nosso país está entre os dez no mundo que mais recebem investimentos chineses”, disse Castro Neves emendando que o setor energético é o que mais atrai investimentos da China no Brasil e que a infraestrutura responde por um quarto de todos os projetos de investimentos chineses no Brasil.
E continua sendo o setor energético o mais promissor para a China no Brasil na esteira da transição energética já que o Brasil tem vantagens comparativas muito significativas em relação a outros países quando se trata de economia verde por causa da sua grande vocação para produção do hidrogênio verde.
“A China também está de olho na setor de tecnologia brasileiro e tem feito investimentos neste segmento”, disse o presidente do CEBC, destacando a entrada de big techs chinesas no Brasil.
Fluxo comercial
Em termos de fluxo comercial, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 104 bilhões em 2023. No entanto, de acordo com o embaixador, nos últimos 50 anos a pauta de exportação brasileira para a China pouco mudou. Continua ainda muito focada em agro de baixo valor agregado.
“Em termos históricos, a nossa pauta de exportações para a China quase não mudou. A pouca inovação se deu no setor do agro”, disse o embaixador.
Por lado, disse ele, as importações brasileiras provenientes da China vem toda da indústria da transformação “É notável que a China tem aumentado a sua pauta de exportações de maior valor agregado para o Brasil. Carros chineses tem entrado no País”, disse o presidente do CEBC.
Desafios
Também participante do evento, o diretor de Gestão Corporativa da Apex Brasil, Floriano Pesaro, destacou que o grande desafio hoje na relação bilateral Brasil-China é ampliar o leque de setores e produtos comercializados entre os dois países.
Do lado das exportações, Pesaro citou que os embarques de soja, petróleo e minério de ferro representam cerca de 75% de tudo que é exportado para a China.
Já nas importações, o diretor citou que o Brasil atende por apenas 5% do mercado chinês. “Podemos ampliar muito isso”, frisou.
Na avaliação de Pesaro, esse desequilíbrio na relação bilateral é um desafio do Brasil e o papel da Apex é auxiliar nessa mudança.
O diretor pontuou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um papel importante nesse sentido, fazendo uma verdadeira “diplomacia comercial”, que é importante para aumentar o fluxo econômico brasileiro no mundo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Agropolítica
1
Moratória da Soja: Dias Toffoli pede vista e suspende julgamento no STF
2
Aprovação do marco do licenciamento ambiental destrava logística, avalia setor agropecuário
3
Fávaro pede apoio à FPA para aprovação de fundo nacional para indenizar produtor
4
Produtores do RS bloqueiam rodovias e pressionam por securitização da dívida rural
5
Gripe aviária: chega a 10 países com suspensão total das exportações de carne de frango do Brasil
6
RS: confirmados dois focos de gripe aviária

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Agropolítica
Mapa publica ZARC para a cultura da mamona
Resistente à seca, planta é uma alternativa para diferentes regiões é valorizada, principalmente, por conter alto teor de óleo

Agropolítica
Autocontrole: decreto regulamenta processos administrativos em casos de infrações de empresas
Regramento traz a possibilidade de recorrer a mais de uma instância ou converter a penalidade em um Temo de Ajustamento de Conduta

Agropolítica
Taxação das LCAs: entidades do agro repudiam MP do governo federal
Federações da Agricultura e Pecuária afirmam que irão trabalhar para que deputados e senadores barrem a medida

Agropolítica
Há maneiras de compensar o fim da isenção para títulos, afirma Haddad
Ministro disse ainda que agro mudará de opinião sobre medidas se aceitar reunião com Fazenda
Agropolítica
Setor de arroz acredita em redução de área no próximo ano
Governo se comprometeu a encontrar alternativa para ajudar produtores, que veem preços estarem próximos do mínimo
Agropolítica
Haddad diz que agro está sendo patrocinado pelo governo e cita orgulho do setor
Declaração foi feita durante audiência pública das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara
Agropolítica
Mapa busca apoio do Banco Central para linhas de custeio dolarizadas
Ministro da Agricultura também vai debater reformulação do Proagro
Agropolítica
Presidente da Câmara prevê "reação muito ruim" para medidas da Fazenda
Enquanto isso, ministro Fávaro volta a defender taxação das LCAs