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Agro na COP30

Conheça as propostas da Embrapa para adaptar o agro às mudanças climáticas

Relatório entregue à COP 30 defende menos burocracia e métricas regionais para medir carbono no campo brasileiro

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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

31/10/2025 - 11:03

Embrapa entrega proposta ao presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, em Brasília (DF). | Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão
Embrapa entrega proposta ao presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, em Brasília (DF). | Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fez a entrega nesta sexta-feira, 31, de um documento que traz o balanço da pesquisa agropecuária no Brasil e apontamentos para avançar na adaptação climática. O documento intitulado de “Contribuições Embrapa para o Mutirão Global Contra a Mudança do Clima” foi apresentado ao presidente da 30º Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), embaixador André Corrêa do Lago, na sede da entidade, em Brasília (DF). 

Dividido em três partes, o material indica:

CONTEÚDO PATROCINADO
  • o que foi feito em termos de desenvolvimento de tecnologias pela entidade de pesquisa; 
  • o que os pesquisadores ouviram de demandas nos diferentes biomas brasileiros; 
  • as propostas para avançar na área de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). 

Nove propostas da Embrapa na COP 30

Um dos pontos tratados no documento é a necessidade de que as inovações no setor se desdobrem em tecnologias que ajudem na adaptação da agricultura e pecuária para as mudanças climáticas. Para isso, a Embrapa propõe que essas novas pesquisas se orientem a partir de nove eixos:

  1. Aumentem a resiliência da agricultura e dos sistemas alimentares terrestres e aquáticos aos eventos extremos e às novas condições climáticas;
  2. Gerem materiais genéticos resistentes, resilientes e adaptados a diferentes condições de solo e clima;
  3. Reduzam as emissões de gases de efeito estufa;
  4. Aumentem a capacidade de fixação de carbono e de nitrogênio e promovam a biodiversidade no solo;
  5. Promovam produtos de “baixo carbono” que agreguem valor;
  6. Estabeleçam protocolos e a rastreabilidade dos sistemas de produção sustentáveis, com ênfase na sanidade vegetal e animal, visando certificação;
  7. Gerem modelos de mitigação de riscos provenientes das mudanças climáticas;
  8. Promovam o afastamento dos combustíveis fósseis, utilizando cada vez mais as fontes renováveis de energia a partir de biomassa;
  9. Gerem produtos com alto valor agregado associados à bioeconomia da biodiversidade em todos os seis biomas brasileiros.

Financiamento ainda é desafio

Na etapa de escuta das demandas dos diferentes agentes que compõem as cadeias produtivas do setor, um dos pontos destacados é a necessidade de financiamento. Há dinheiro, mas o acesso ainda é restrito e limitado na ponta. Por isso, a estatal também indica que barreiras burocráticas atrapalham o caminho para que os recursos cheguem a grupos como os pequenos produtores.

Outro tema com esse viés são os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). A Embrapa aponta que é preciso “aprimorar e garantir” que essas verbas sejam obrigatórias e de longo prazo. “A previsibilidade e a obrigatoriedade dos fluxos financeiros são chaves para transformar compromissos em práticas de baixo carbono”, acrescenta a entidade.

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Além disso, o fortalecimento associações e cooperativas também é indicado como caminho viável para uma facilitação no acesso ao crédito verde. 

Métricas adaptadas à realidade

Outro tema chave discutido pela Embrapa é a necessidade de métricas de carbono que estejam adequadas para os diferentes tipos de sistemas produtivos e especificidades regionais. Isso ajuda na criação de dados e protocolos mais realistas à agropecuária tropical e reduz as incertezas sobre as emissões e sequestro de carbono nesses ambientes, segundo a entidade. 

“Produzir dados adaptados às especificidades regionais permitirá orientar políticas públicas, tomar decisões baseados em ciência, compreender os riscos, direcionar investimentos e inserir as cadeias produtivas na agenda climática nacional e internacional”, ressalta o documento.

A demanda pela construção de calculadoras que consigam fazer um balanço de carbono considerando práticas sustentáveis adotadas pelos produtores e o valor das florestas preservadas dentro das propriedades é um dos apontamentos do relatório. Para a Embrapa, sistemas como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Agroflorestais (SAFs) acabam não sendo valorizados com as métricas tradicionais.

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