Sustentabilidade
Terra vermelha: o que é, benefícios e características
Com textura equilibrada e alta porosidade que favorece a aeração das raízes, a terra vermelha é um recurso valioso para o agro brasileiro
4 minutos de leitura 22/11/2024 - 08:30
Redação Agro Estadão*
A terra vermelha é um dos recursos mais valiosos do agronegócio brasileiro. Com propriedades que favorecem o cultivo de diversas culturas, ela se destaca como um dos solos mais produtivos e versáteis do país.
De acordo com um estudo do IBGE, o Paraná se destaca como o estado brasileiro com a maior área classificada com terra vermelha, aliado ao clima favorável, com potencialidade agrícola “muito boa” (classe A1). Aproximadamente 18,5% do território paranaense é classificado como “boa” (classe A2), enquanto 34,1% é considerado de potencial “moderado” (classe B).
O que é terra vermelha?
A terra vermelha é um tipo de solo encontrado em regiões tropicais e subtropicais, sendo formada por processos de intemperismo em ambientes quentes e úmidos.
Classificada como latossolo, sua cor característica provém da presença de óxidos de ferro. Apesar de suas semelhanças com a terra roxa, um tipo de nitossolo mais argiloso, a terra vermelha apresenta propriedades distintas e não deve ser confundida com outros solos.
Características da terra vermelha
A terra vermelha é caracterizada por uma textura equilibrada, composta por proporções variáveis de areia, silte e argila, que proporcionam uma boa drenagem e evitam o encharcamento das plantas.
Sua alta porosidade favorece a aeração das raízes, criando um ambiente ideal para o crescimento das culturas. Em termos químicos, apresenta pH predominantemente ácido, entre 5,0 e 6,5, o que frequentemente requer a correção com calcário.
Embora rica em minerais como ferro e alumínio, a terra vermelha pode apresentar deficiências em nutrientes essenciais como fósforo e nitrogênio, sendo necessária uma adubação adequada para atender às necessidades das plantas.
Manejo adequado da terra vermelha
Para garantir a produtividade e a preservação da terra vermelha a longo prazo, o manejo adequado é indispensável. Além de melhorar o rendimento das culturas, essas práticas minimizam os impactos ambientais associados ao uso intensivo do solo.
Adubação e correção do solo
Devido ao pH ácido, a aplicação de calcário é fundamental para neutralizar a acidez e melhorar a disponibilidade de nutrientes. A adubação deve ser planejada com base na análise do solo, com atenção especial ao fornecimento de fósforo e potássio.
A incorporação de matéria orgânica, como esterco ou compostos vegetais, também contribui para a melhoria das condições químicas e biológicas do solo.
Irrigação
Embora a terra vermelha possua boa capacidade de drenagem, a irrigação deve ser feita de forma criteriosa para evitar a lixiviação de nutrientes e garantir o aproveitamento hídrico.
Sistemas de irrigação por gotejamento são altamente recomendados, pois oferecem uma aplicação mais precisa da água e reduzem o desperdício.
Controle de compactação
O tráfego excessivo de máquinas pode compactar o solo, reduzindo sua porosidade e dificultando a infiltração de água e o desenvolvimento das raízes.
O uso de tratores com pneus de baixa pressão e a delimitação de áreas de trânsito podem minimizar esse problema. Em casos severos, a subsolagem pode ser necessária para descompactar o solo.
Conservação do solo
Práticas conservacionistas, como o plantio direto e a rotação de culturas, ajudam a preservar a estrutura do solo e a reduzir a erosão.
O terraceamento, especialmente em áreas com declive, é uma medida eficiente para evitar o escoamento superficial da água e a perda de nutrientes.
A cobertura vegetal permanente também desempenha um papel importante na proteção do solo contra os efeitos do vento e da chuva.
Terra vermelha e sustentabilidade
A utilização sustentável da terra vermelha é fundamental para garantir a longevidade de sua produtividade e reduzir os impactos ambientais. O manejo inadequado pode levar à degradação do solo, à perda de biodiversidade e à redução da capacidade de suporte das culturas agrícolas.
Sem práticas adequadas, a terra vermelha é altamente suscetível à erosão, principalmente em áreas de relevo acidentado. A lixiviação de nutrientes também é um problema frequente, resultando em solos menos férteis e maior necessidade de insumos químicos, o que impacta os custos e o meio ambiente.
Considerações regionais sobre a terra vermelha
A terra vermelha está presente em várias regiões do Brasil, desempenhando um papel central no desenvolvimento agrícola. No cerrado, que abrange estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e partes de Minas Gerais, a terra vermelha é predominante. Nessas áreas, o solo exige correções frequentes para pH e nutrientes, devido à sua acidez natural.
No estado de São Paulo, a terra vermelha também é comum e amplamente utilizada no cultivo de cana-de-açúcar, laranja e café, culturas que prosperam em solos bem drenados e ricos em minerais.
Regiões do Paraná, com solos de características mistas, têm áreas que combinam terra vermelha e terra roxa, oferecendo alta fertilidade natural.
No Nordeste, especialmente no oeste da Bahia, esse tipo de solo é explorado para o cultivo de soja, milho e algodão, que se beneficiam do manejo adequado em condições de clima semiárido.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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