Doença já afeta exportações francesas e leva países como o Reino Unido a suspender importação de queijos artesanais
A França já contabiliza o abate de aproximadamente mil vacas em resposta à disseminação da doença da pele nodular — uma infecção viral que vem afetando rebanhos no leste do país. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura do país, que também confirmou 51 surtos da doença em 31 fazendas localizadas nos departamentos de Saboia e Alta Saboia.
A doença da pele nodular é transmitida por picadas de insetos e não oferece risco à saúde humana. Porém, causa lesões cutâneas, febre e redução drástica na produção de leite, tornando os animais economicamente inviáveis.
Os surtos, na França, se concentram em regiões tradicionalmente associadas à produção de queijos artesanais, como Reblochon, Beaufort e Tomme de Savoie, o que acentua a preocupação com perdas econômicas no setor de laticínios.
O abate dos animais infectados ou em áreas de risco foi uma das primeiras medidas adotadas pelas autoridades sanitárias para tentar frear a propagação da doença. O chamado ‘despovoamento sanitário’ vem sendo aplicado em fazendas com surtos confirmados. A ação é parte de uma resposta emergencial que inclui também vacinação obrigatória e restrição total de movimentação de gado em zonas regulamentadas. “Essa é uma medida difícil, mas necessária para impedir o avanço da doença”, informou o ministério francês, em nota oficial.
Além do abate em larga escala, o surto já provoca restrições comerciais. O Reino Unido, por exemplo, anunciou a proibição temporária à importação de queijos feitos com leite cru proveniente das áreas afetadas.