Inovação
A carne do futuro pode ser feita em laboratório, confira
Com projeção de um mercado de US$ 25 bilhões até 2030, a carne cultivada atrai investimentos e promete transformar a indústria alimentícia

Redação Agro Estadão*
31/05/2025 - 08:00

A indústria alimentícia está em constante evolução e uma das inovações mais promissoras dos últimos anos é a carne cultivada em laboratório.
Esta tecnologia revolucionária promete transformar a forma como produzimos e consumimos proteína animal. Para o produtor rural, entender essa nova realidade é fundamental para se manter atualizado e competitivo no mercado.
No Brasil, os primeiros passos para a produção de carne cultivada começaram a ganhar força em 2023, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução RDC Nº 839, que regulamenta o registro de alimentos e ingredientes inovadores, incluindo a carne cultivada.
Este marco regulatório abriu caminho para o desenvolvimento e eventual comercialização desse produto no país.
O que exatamente é a carne cultivada em laboratório?
A carne cultivada, também conhecida como carne de cultura, carne artificial ou carne in vitro, é um produto alimentício inovador produzido a partir de células animais.
Diferentemente da carne convencional, sua produção não requer o abate de animais. Em vez disso, as células são coletadas de animais vivos e cultivadas em um ambiente controlado.
Este método de produção oferece várias vantagens potenciais, como a redução do impacto ambiental associado à pecuária tradicional e a possibilidade de atender à crescente demanda global por proteína animal de forma mais sustentável.
Além disso, a carne cultivada pode contribuir para a diminuição do uso de antibióticos na produção de alimentos e para o bem-estar animal.
Como a carne cultivada em laboratório é produzida?
O processo de produção da carne cultivada começa com a coleta de células-tronco de um animal vivo, geralmente através de uma biópsia não invasiva.
Estas células são então colocadas em biorreatores, que são ambientes controlados projetados para simular as condições do corpo do animal.
Dentro dos biorreatores, as células são nutridas com uma solução rica em nutrientes essenciais para seu crescimento e multiplicação.
Esta solução, conhecida como meio de cultura, contém proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais necessários para o desenvolvimento celular.
À medida que as células se multiplicam, elas começam a se organizar em estruturas semelhantes ao tecido muscular. O processo é cuidadosamente monitorado e ajustado para garantir que o produto final tenha a textura, sabor e valor nutricional desejados.
Cenário atual e as perspectivas para a carne cultivada

O cenário global para a carne cultivada é promissor, com investimentos significativos sendo feitos no setor. De acordo com o relatório da McKinsey, o mercado global de carne cultivada pode atingir US$ 25 bilhões até 2030.
Empresas de tecnologia alimentar e investidores estão apostando no potencial desta inovação para revolucionar a indústria de proteínas.
No Brasil, o interesse pela carne cultivada está crescendo. Embora ainda estejamos nos estágios iniciais, várias startups e instituições de pesquisa estão trabalhando no desenvolvimento desta tecnologia.
O país, sendo um dos maiores produtores de carne do mundo, tem potencial para se tornar um player importante neste mercado. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), por exemplo, investe em projetos de pesquisa e desenvolvimento para viabilizar essa tecnologia.
Atualmente, a carne cultivada ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento, com alguns protótipos sendo testados. A produção em escala comercial ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados à redução de custos e ao aumento da eficiência produtiva.
No entanto, os avanços tecnológicos estão ocorrendo rapidamente e espera-se que nos próximos anos vejamos os primeiros produtos chegando ao mercado.
A regulamentação da carne cultivada no brasil
A regulamentação é um aspecto crucial para o desenvolvimento e comercialização da carne cultivada. Ela garante a segurança do consumidor e estabelece as diretrizes para a produção e venda desses produtos inovadores.
Como dito, a Anvisa desempenha um papel fundamental neste processo aqui no Brasil. A publicação da Resolução RDC Nº 839 em dezembro de 2023 foi um passo importante.
Esta resolução define os critérios de segurança e qualidade que os produtos devem atender antes de serem aprovados para consumo. Ela também estabelece os procedimentos para avaliação e aprovação desses novos alimentos, garantindo que sejam seguros e adequados para consumo humano.
Além da Anvisa, outros órgãos governamentais, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), também estão envolvidos nas discussões sobre a regulamentação da carne cultivada.
É provável que, nos próximos anos, vejamos o desenvolvimento de um marco regulatório mais abrangente para este setor.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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