Problema de gases em bovinos: como prevenir e tratar | Agro Estadão
PUBLICIDADE

Economia

Problema de gases em bovinos: como prevenir e tratar

Timpanismo bovino exige identificação rápida para tratamento eficaz

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

20/03/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

Já ouviu falar sobre um problema digestivo do gado chamado timpanismo bovino?

Essa doença, também conhecida como empanzinamento, pode ter consequências graves se não for tratada a tempo. 

O que é timpanismo em bovinos?

O timpanismo, ou empanzinamento, é como uma “barriga inchada” bovina em versão extrema. Trata-se do acúmulo excessivo de gases no rúmen do bovino, um dos compartimentos do estômago desses animais. 

Existem dois tipos principais de timpanismo, e conhecê-los é crucial para um tratamento eficaz:

Timpanismo Espumoso (Pastoso): neste caso, os gases ficam misturados com uma espuma persistente, como se o rúmen tivesse virado uma máquina de fazer bolhas. Essa espuma dificulta a eliminação dos gases, tornando a situação mais complicada.

PUBLICIDADE

Timpanismo Gasoso (Livre): aqui, os gases estão livres no rúmen, como um balão normal. Embora ainda seja um problema, esses gases podem ser eliminados com mais facilidade.

Identificar rapidamente o tipo de timpanismo é fundamental para evitar perdas no rebanho. 

Quais as causas do timpanismo?

O timpanismo em bovinos pode ser causado por diversos fatores, sendo as causas alimentares as mais comuns. Imagine o rúmen como uma fábrica de gás em miniatura; quando algo interfere no processo normal, temos um problema inflado.

Entre as causas alimentares, o consumo excessivo de leguminosas, como alfafa e trevo, especialmente quando jovens e suculentas, é um grande vilão. 

Essas plantas contêm substâncias que favorecem a formação de espuma no rúmen, dificultando a eliminação dos gases.

PUBLICIDADE

Outro fator importante é o consumo rápido de grãos. O amido presente nesses alimentos fermenta rapidamente, produzindo uma quantidade excessiva de gases em pouco tempo. 

Mudanças bruscas na dieta também podem ser um problema. A flora ruminal, responsável pela digestão, precisa de tempo para se adaptar a novos alimentos. Uma mudança repentina pode causar um desequilíbrio, levando ao acúmulo de gases.

Além das causas alimentares, existem fatores não alimentares que podem resultar em timpanismo. A obstrução do esôfago por corpos estranhos, como batatas ou maçãs, pode impedir a eliminação natural dos gases. 

Problemas de motilidade ruminal, onde o rúmen não se contrai adequadamente para expelir os gases, também podem ser culpados. Em casos mais raros, doenças que afetam o sistema nervoso, como a raiva, podem paralisar o rúmen, impedindo a eliminação dos gases.

Além disso, animais jovens, com sistema digestivo ainda em desenvolvimento, são mais suscetíveis. Bovinos com histórico de timpanismo também têm maior probabilidade de desenvolver o problema novamente. 

PUBLICIDADE

Sinais e sintomas do timpanismo

Identificar o timpanismo precocemente pode ser a diferença entre um susto e uma tragédia. Os sinais iniciais podem ser sutis, mas com um olhar atento, você pode pegar o problema antes que evolua.

O primeiro sinal a se observar é o inchaço do lado esquerdo do abdômen, na região chamada de fossa paralombar. Com esse inchaço, o animal pode demonstrar desconforto e inquietação, além de diminuição do apetite.

À medida que o problema avança, os sinais se tornam mais evidentes e preocupantes. A dificuldade para respirar é um sintoma claro, com o animal apresentando uma respiração ofegante. 

A salivação excessiva também é comum. Em casos mais graves, a língua pode ficar azulada (um fenômeno chamado cianose), indicando falta de oxigenação. O animal pode ficar prostrado, sem energia para se movimentar.

Em casos extremos, o timpanismo pode levar à morte do animal em questão de horas, ressaltando a importância de uma ação rápida. Casos de morte súbita também podem ocorrer.

PUBLICIDADE

Qual o tratamento do timpanismo?

Foto: Adobe Stock

Quando o timpanismo é detectado precisa de uma ação rápida. Enquanto aguarda a chegada do veterinário, existem algumas medidas de primeiros socorros que podem ajudar a aliviar o desconforto do animal e prevenir complicações mais sérias.

Uma das primeiras ações é caminhar com o animal. O movimento estimula a motilidade ruminal, auxiliando na eliminação dos gases. Também é possível elevar a parte dianteira do corpo do animal, ao facilitar a eructação (o arroto bovino). 

No entanto, essas medidas são apenas paliativas. O tratamento efetivo do timpanismo requer intervenção veterinária especializada. O veterinário irá avaliar o tipo e a gravidade do timpanismo para determinar o melhor curso de ação.

Para o timpanismo espumoso, o tratamento envolve geralmente a administração de antiespumantes, como óleos minerais ou poloxaleno, via oral ou por meio de uma sonda. Esses produtos agem quebrando a espuma no rúmen, permitindo que os gases sejam eliminados mais facilmente. 

Em casos mais graves de timpanismo espumoso, ou quando o tratamento com antiespumantes não é suficiente, pode ser necessário realizar uma ruminotomia. 

PUBLICIDADE

Este procedimento consiste na punção do rúmen para liberar os gases diretamente. É uma medida mais invasiva, mas pode ser vital para salvar o animal em situações críticas.

O tratamento do timpanismo gasoso pode variar dependendo da causa. Se o problema for uma obstrução do esôfago, o veterinário trabalhará para remover o objeto causador da obstrução. 

Adicionalmente, podem ser administrados medicamentos para estimular a motilidade ruminal, ajudando o animal a expelir os gases naturalmente.

É importante ressaltar que o tratamento do timpanismo deve sempre ser supervisionado por um veterinário. Tentativas de tratamento caseiro sem orientação profissional podem agravar o problema e colocar a vida do animal em risco. 

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Produção brasileira de amendoim deve crescer 60% 

Economia

Produção brasileira de amendoim deve crescer 60% 

Com salto de produtividade, Brasil deve liderar exportação de óleo de amendoim, aponta consultoria

Peru abre mercado para óleo de aves do Brasil

Economia

Peru abre mercado para óleo de aves do Brasil

Brasil exportou US$ 755 milhões em produtos agropecuários para o Peru em 2024

Tarifas dos EUA impulsionam fortalecimento do BRICS, diz Fávaro

Economia

Tarifas dos EUA impulsionam fortalecimento do BRICS, diz Fávaro

Titular do Ministério da Agricultura e Pecuária destaca potencial do Brasil para suprir demanda chinesa por carne bovina

Aprosoja-MS: colheita da soja em MS atinge 98,3%; plantio do milho chega a 99%

Economia

Aprosoja-MS: colheita da soja em MS atinge 98,3%; plantio do milho chega a 99%

A região sul do estado lidera os trabalhos, com 99,2% da área colhida, seguida pelas regiões centro e norte, ambas com média de 97%

PUBLICIDADE

Economia

Soja: Abiove corta projeção de safra 24/25 para 169 mi de toneladas

A produção foi ajustada de 170,9 milhões para 169,6 milhões de toneladas, uma queda de 0,8% em relação à previsão de março

Economia

Nova rota marítima Brasil-China vai reduzir tempo e valor do frete

Segundo embaixador chinês no Brasil, transporte de produtos será bem mais ágil e custos logísticos vão cair em mais de 30% 

Economia

IGC reduz projeção da safra global de grãos 2024/25 para 2,303 bi de t

Consumo em 2024/25 foi projetado em 2,328 bilhões de toneladas, recuo de 8 milhões de t ante o projetado em março.

Economia

Paraná espera recorde na área plantada de cevada em 2025

Com 94,6 mil hectares previstos, Deral projeta aumento de 40% na produção, após perdas causadas pela seca em 2024.

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.