Quebra de safra afeta produção de nozes e castanhas para o Natal  | Agro Estadão
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Quebra de safra afeta produção de nozes e castanhas para o Natal 

Produções no Rio Grande do Sul e em São Paulo foram afetadas por cenários climáticos extremos 

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Sabrina Nascimento

24/12/2024 - 05:00

Foto: Adobe Stock
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Com a chegada do Natal, as nozes e castanhas ganham destaque em algumas receitas típicas desta época do ano. Entretanto, em 2024, as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca em outras importantes regiões produtoras reduziram severamente a produção brasileira. 

“Essas turbulências climáticas afetaram diretamente o custo do produtor. Aqui, no nosso caso [São Paulo], sofremos com a seca. No Rio Grande do Sul, eles sofreram com as enchentes. Tanto em um caso como no outro, nós tivemos de 50% a 70% de redução de produção, aproximadamente”, disse José Eduardo M. Camargo, presidente da Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABCN), ao Agro Estadão.

A redução da safra nacional impulsionou os preços das nozes no mercado interno e intensificou as importações. Ainda assim, o Brasil mantém um saldo positivo na balança comercial do setor, exportando mais nozes e castanhas do que importa. Segundo dados compilados pela ABCN, até novembro de 2024, as exportações das oleaginosas geraram cerca de US$ 200 milhões em receita, enquanto as importações totalizaram US$ 50 milhões.

Na lista de nuts enviados ao exterior estão as castanhas de caju, do Brasil, macadâmia, pecã e barú. Já entre as importações se destacam: avelã, amêndoa e pistache. “São essas nozes que o país importa porque não produzimos”, explica Camargo. 

Safra de noz pecã no RS teve quebra de 80%

No Rio Grande do Sul, maior estado produtor de noz pecã do Brasil, respondendo por cerca de 70% da produção nacional, a quebra de safra é apontada em 80%. 

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Segundo Edson Ortiz, diretor na Divinut, indústria de nozes, com sede em Cachoeiro do Sul (RS), a entrada de nozes importadas, com preços dolarizados, pressionou ainda mais os custos no mercado nacional. “O Brasil está, nesse momento, se valendo em parte do seu consumo de noz pecã argentina, que entra com preço dolarizado. E, com os preços em dólar, neste momento, batendo recordes históricos, obviamente os preços das nozes pecã também subiram, acima do esperado”, alerta Ortiz.

Mesmo com os valores mais elevados, a procura pelo produto tem se mantido aquecida neste período de festas. “O brasileiro vem conhecendo e consumindo cada vez mais a noz pecã. […] O pessoal tem consumido e o preço elevado, de alguma forma, equilibra o custo”, afirma o diretor da Divinut. 

Ortiz acredita que a procura por nozes pecã continuará crescendo nos próximos anos, indo além das épocas de celebração. Na perspectiva dele, o movimento deve impulsionar uma expansão de área de cultivo que, atualmente, ultrapassa 10 mil hectares de nogueiras. “De uma certa forma, com pomares cada vez mais irrigados, mais bem manejados, se espera, então, um aumento da produção nacional com atendimento dessa busca, dessa demanda que é crescente no mercado interno. E também atendendo o mercado internacional que é ávido por esse produto”, ressalta Edson. 

De produto natalino a item do dia a dia

Historicamente associadas a ocasiões especiais devido ao seu custo elevado, as nozes têm conquistado novos espaços no mercado graças à descoberta de seus benefícios nutricionais e à crescente demanda por alimentos saudáveis e práticos. 

“Além de serem saborosas, nozes como a castanha do Brasil, pecã e macadâmia têm propriedades fitoterapêuticas comprovadas. Elas ajudam a reduzir o colesterol, possuem selênio antioxidante e zinco, que melhora a imunidade”, destaca o presidente da ABCN. 

Camargo, enfatiza ainda a versatilidade do produtor, que segundo ele, combina com o atual estilo de vida mais agitado. “Em vez de usar a noz apenas no Natal, as pessoas estão usando em outras refeições. […] Você pode ter um punhado de nozes, um pacote no seu bolso, comer dentro do carro, dentro do metrô, hoje se tem essa facilidade de ter um alimento saudável e nutritivo, com essa praticidade”, comenta José Eduardo. 

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