Economia
Preço da maioria de hortaliças e frutas cai no atacado em julho, mostra Conab
Ao contrário do registrado nas cotações médias das demais frutas, a laranja apresentou alta nos preços de 6,91%
4 minutos de leitura 16/08/2024 - 12:35
Por: Broadcast Agro
São Paulo, 16 – A maior parte das hortaliças e frutas comercializadas nos principais mercados atacadistas do Brasil apresentou queda de preços em julho, repetindo movimento do mês anterior. A média ponderada de preços decresceu até 47,69%, no caso da cenoura, e 43,96%, no caso do tomate, em relação ao registrado em junho. Os dados constam no 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta sexta-feira, 16, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A pesquisa da Conab considera as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) e hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
De acordo com o Boletim, a queda de preço da cenoura é explicada pela maior quantidade da raiz nos atacados. Em termos nacionais, a oferta do produto para as Ceasas que fazem parte do Boletim cresceu 8,9% em julho e não está concentrada em Minas Gerais. Já o corte nos preços do tomate também está relacionado ao aumento da oferta 13% superior a junho, sendo o maior volume registrado entre os meses de 2024.
Ainda em relação às hortaliças, no caso da batata, a Conab verificou que a entrada da safra de inverno provocou uma reversão no movimento de alta apresentado nos últimos meses . A maior baixa de preço foi observada na Ceasa de Rio Branco (-35,57%), seguida da diminuição na Central em Fortaleza (-17,22%). Porém, como em abril, maio e junho a tendência foi de elevação, os preços continuaram em nível elevado. Por exemplo, em julho de 2023 o preço médio da batata na Ceagesp (SP) estava R$ 3,46/kg e em julho deste ano registrou R$ 5,82/kg, incremento de 68%.
Para a cebola, no mês passado, a média ponderada diminuiu 11,14%, chegando a uma queda de 28,69% na Ceasa no Acre. As maiores quantidades do bulbo nos mercados em julho explicam o arrefecimento nos preços. A oferta nas Ceasas analisadas teve alta de quase 5% em relação à de junho. “Esse aumento, junto com a pulverização da produção, explica a depreciação contínua de preços registrada”, disse a Conab.
Para a alface, a alta significativa na Ceasa que abastece Fortaleza (28,56%) e as estabilidades de preço influenciaram a média ponderada do mês. Ela foi positiva em 1%, na comparação com a média de junho. Mas, em sete Ceasas, o preço caiu e em algumas de maneira significativa como é o caso da Ceasa Brasília (-28,28%) e da Ceasaminas (-23,74%).
Frutas
Entre as frutas, o movimento preponderante de preços, no mês de julho, da banana (-2,31%), maçã (-2,66%), mamão (-19,57%) e melancia (-3,27%) foi de baixa, em virtude da uma maior oferta no mercado atacadista aliada à retração da demanda devido às férias escolares, explicou a Conab.
No caso do mamão, a queda mais expressiva dos preços se deu em decorrência da colheita em novas plantações e ao tempo adequado para o desenvolvimento das frutas, em especial no norte capixaba e sul baiano. O volume ofertado fez com que os produtores fizessem o controle do envio da fruta, a fim de impedir uma depreciação maior dos preços.
A maçã também apresentou redução de preços mesmo com a diminuição da oferta, que foi compensada pela menor demanda em virtude do período de férias.
Com relação à banana, a Conab observou que ocorreu oscilação das cotações para as produções de bananas prata e nanica e aumento da comercialização, principalmente para a variedade prata.
De acordo com a estatal, houve aumento do volume total de melancia comercializado pelas Ceasas, por causa da boa produção em Ceres (GO) e nas praças tocantinenses, além da menor demanda por causa do tempo frio e das férias escolares.
Em movimento contrário ao registrado nas cotações médias das demais frutas, a laranja apresentou movimento de alta nos preços na média ponderada de 6,91%. A elevada demanda para processamento da fruta, em um contexto de baixos estoques de suco, provocou o incremento das cotações na indústria, o que acabou refletindo no atacado e varejo.
Exportações
Conforme a Conab, no acumulado dos primeiros sete meses de 2024, o volume total de frutas enviado ao exterior foi de 491,8 mil toneladas, queda de 7,62% em relação ao intervalo janeiro/julho de 2023, e o faturamento foi de U$S 628,89 milhões (FOB), superior 3,73% em relação aos sete primeiro meses de 2023 e de 21,4% em relação ao mesmo período de 2022.
A queda ocorreu em decorrência da menor oferta nacional de algumas frutas importantes na pauta de exportação, como manga e uva. Entretanto, a Conab cita a Abrafrutas, que relatou que várias das principais frutas exportadas pelo Brasil terão o pico de embarques no segundo semestre (como manga, melão e melancia). Assim, espera-se que tanto o faturamento quanto o volume aumentem até o fim do ano.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Monilíase do cacaueiro: para um Brasil protagonista, cuidados devem ser redobrados
2
Pedido de recuperação judicial no meio rural cresce mais de 80% em 2024
3
Do cavalo arreado à amêndoa de ouro: desafios e oportunidades do cacau brasileiro
4
PIB: entenda por que resultado da agropecuária caiu no 2º trimestre
5
Conab: preço do frete rodoviário para grãos sobe em julho com colheita do milho
6
Descubra os benefícios do leite de búfala: nutrição, versatilidade e potencial de mercado
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Fávaro diz que defensivos para combate ao greening são prioridade do Ministério
Greening é uma das doenças mais graves dos pomares de citros; incidência no cinturão citrícola de São Paulo cresce pelo sétimo ano
Economia
Apesar das queimadas, produção de cana segue estimada em 600 milhões de toneladas, diz SCA
Mais áreas queimadas, mudança de mix e Brasil no protagonismo do mercado mundial de açúcar estão entre as previsões
Economia
Conab: produção de soja em 2024/25 deve crescer 12,82% para 166,28 milhões de t
O crescimento deve ser impulsionado pelo aumento esperado de 9,6% na produtividade da oleaginosa
Economia
Movimentação de soja no Porto de Rio Grande cresce 3,45% no ano até agosto
Foram embarcadas 5,917 milhões de toneladas de soja de janeiro a agosto deste ano
Brasil recebe aval da Tailândia para exportar noz pecã e da Austrália para DDG
A Tailândia foi o nono maior destino das exportações brasileiras, com um total de US$ 1,8 bilhão
Embrapa: custo de produção de frangos cai 1,73% em julho e de suínos avança 0,94%
No Paraná, o custo de produção de frango caiu 1,73%; estado é o principal produtor do país
Descubra os benefícios do leite de búfala: nutrição, versatilidade e potencial de mercado
Leite de búfala é em média 45% mais produtivo na fabricação de produtos lácteos e ganha espaço entre alérgicos à proteína de leite de vaca
Brasil pode bater US$ 600 bi de transações comerciais com o mundo, afirma Haddad
Ministro ressalta mercados abertos para os produtos brasileiros e defende proteção ao mercado doméstico