Economia
Perdas de produtividade marcam reta final da colheita no RS
Alta umidade do solo e dos grãos continua dificultando os trabalhos de campo; no arroz, mais de 22 mil hectares estão perdidos
2 minutos de leitura 07/06/2024 - 05:00
Por: Sabrina Nascimento
As colheitas de soja e arroz no Rio Grande do Sul avançaram na última semana, apesar de chuvas pontuais. Embora as máquinas tenham conseguido progredir, as perdas de produtividade são enormes em algumas regiões, devido à alta umidade causada pelas enchentes do fim de abril e ao longo de maio.
Soja
Segundo boletim da Emater-RS divulgado nesta quinta, 6, em uma semana, a colheita de soja no estado avançou de 94% para 96%. Períodos secos e ensolarados favoreceram o progresso da colheita, resultando em grãos com melhores condições físicas e sanitárias, apesar do longo período de maturação no campo.
Em regiões como noroeste, alto uruguai, nordeste e parte do planalto, a colheita foi concluída. “No entanto, nas regiões sul e campanha, ainda restam muitas lavouras a serem colhidas, o que resultou em elevadas perdas de produção e econômicas”, informou o boletim.
Após a colheita, produtores estão realizando reparos em locais onde ocorreu erosão do solo e buscando recuperar a fertilidade com a adição de corretivos de acidez e nutrientes.
Além disso, conforme a Emater-RS, “a alta umidade do solo e dos grãos impôs imensas dificuldades, e diversas cerealistas próximas a Bagé estão rejeitando cargas de soja com umidade acima de 25%, deixando os produtores sem opções para o depósito da safra.”
Arroz
A colheita de arroz também prosseguiu, sendo finalizada em grande parte do estado. O atraso nos trabalhos, concentra-se na região de Soledade, onde cerca de 85% da área foi colhida e, segundo perspectiva dos técnicos, a operação não deverá ser realizada em 15% das lavouras.
Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), restam 89.931 hectares a serem colhidos, dos quais 22.952 hectares estão totalmente perdidos, principalmente na região central do estado. Áreas parcialmente submersas somam mais de 17 mil hectares, concentrando-se na região central e na planície costeira interna, onde as produtividades estão baixas.
Ainda de acordo com o IRGA, há 49.103 hectares não afetados pelas cheias, mas com produtividades inferiores devido às condições climáticas adversas.
Milho
As condições climáticas melhoraram, permitindo o avanço da colheita, especialmente em pequenas produções. Nas áreas com colheita mecanizada, o processo ocorreu à medida que os grãos alcançaram níveis adequados de umidade, garantindo uma trilha mais eficiente e reduzindo os danos mecânicos. Na metade norte do Estado, a colheita praticamente foi concluída, com uma média estadual de 94% da área cultivada.
Bovinocultura de leite e corte
Em várias regiões, as propriedades enfrentam dificuldades operacionais, como estradas inacessíveis devido ao acúmulo de lama, pastagens danificadas e áreas alagadas.
Na pecuária leiteira, a dificuldade no acesso continua afetando o transporte do leite, a coleta e o escoamento da produção. A falta de energia foi um problema, exigindo o uso de geradores.
No caso da pecuária de corte, o aumento do volume de água em rios e córregos tem levado à remoção de animais das áreas alagadas, afetando diretamente o ganho de peso dos rebanhos. Além disso, o cenário adverso tem prejudicado, ainda mais, a comercialização dos animais de diferentes categorias.
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