Economia
Índice de Preços de Alimentos da FAO sobe com açúcar, lácteos, óleo e cereais
Segundo a FAO, todos os subíndices subiram no mês, com exceção das carnes, que ficaram em estabilidade

Broadcast Agro
07/03/2025 - 14:55

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) teve média de 127,1 pontos em fevereiro, avanço de 2,0 pontos (1,6%) ante janeiro. Segundo a FAO, todos os subíndices subiram no mês, com exceção das carnes, que ficaram em estabilidade. O índice mensal ficou 9,7 pontos (8,2%) acima de fevereiro do ano passado, mas permaneceu 33,1 pontos (20,7%) abaixo do pico atingido em março de 2022.
O subíndice de preços dos cereais registrou média de 112,6 pontos no mês passado, alta de 0,8 ponto (0,7%) ante janeiro, mas 1,2 ponto (1,1%) abaixo de fevereiro de 2024. Segundo a FAO, os preços do trigo aumentaram com a oferta restrita na Rússia, além das preocupações com condições climáticas desfavoráveis no país, em partes da Europa e nos Estados Unidos.
Os preços do milho continuaram sua tendência de alta, principalmente devido ao aperto de suprimentos sazonais no Brasil, piora das condições de safra na Argentina e forte demanda para exportação nos EUA. Entre outros grãos, a cevada e o sorgo avançaram, enquanto o Índice de Preços de Arroz da FAO caiu 6,8% no mês.
O levantamento da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos óleos Vegetais registrou média de 156,0 pontos em fevereiro, alta de 3,0 pontos (2,0%) ante janeiro, e 35,1 pontos (29,1%) acima do nível de 2024.
Após breve recuo em janeiro, o óleo de palma se recuperou e manteve seus prêmios sobre os concorrentes, sustentado por produções menores no Sudeste Asiático e expectativas de aumento da demanda da indústria de biodiesel na Indonésia.
Enquanto isso, os preços do óleo de soja subiram com a firme demanda global, particularmente do setor alimentício. Já os preços dos óleos de girassol e colza tiveram apoio das preocupações com um aperto na oferta nos próximos meses.
Já o subíndice de preços da carne da FAO teve média de 118,0 pontos em fevereiro, recuo de 0,1 ponto (0,1%) ante janeiro, mas ainda 5,4 pontos (4,8%) acima do valor correspondente do ano passado.
As cotações da carne bovina se fortaleceram com o aumento dos preços na Austrália em meio à forte demanda global, particularmente dos Estados Unidos. O aumento, contudo, foi limitado pelos preços menores do produto brasileiro devido à ampla oferta de gado.
Os preços da carne de aves caíram com a oferta global abundante, principalmente com as altas disponibilidades do Brasil e apesar dos contínuos surtos de gripe aviária em outros produtores, disse a FAO. Com isso, os preços da carne suína caíram, pressionados por cotações mais baixas na União Europeia.
“Embora os preços tenham mostrado sinais de estabilização, eles permaneceram abaixo dos níveis do início de janeiro (antes do surto de febre aftosa) devido a um superávit causado por restrições comerciais à carne suína alemã”, afirmou a organização em nota.
O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de lácteos teve média de 148,7 pontos em fevereiro, alta de 5,7 pontos (4,0%) em relação a janeiro e 28,0 pontos (23,2%) acima de 2024.
Segundo a FAO, o preço do queijo aumentou pelo terceiro mês seguido, com alta de 4,7% ante janeiro, em virtude da forte demanda em meio a recuperação da produção na Europa, compensada por perdas na Oceania. As cotações do leite em pó integral ganharam 4,4% no mês com a demanda robusta.
A manteiga se recuperou com alta de 2,6%, devido ao declínio da produção na Oceania coincidindo com a forte demanda. O preço do leite em pó desnatado registrou alta de 1,8%, com a produção sazonalmente mais alta na Europa compensada pelo declínio na Oceania.
De acordo com a instituição, o subíndice de preços do açúcar teve média de 118,5 pontos no mês passado, alta de 7,3 pontos (6,6%) ante janeiro, depois de três quedas mensais, mas ainda 22,2 pontos (15,8%) abaixo de janeiro de 2023. O aumento foi motivado por preocupações com a oferta global mais restrita em 2024/25.
“As perspectivas de produção em declínio na Índia e as preocupações com a influência recente do clima seco na próxima safra no Brasil, que exacerbou o efeito sazonal, sustentaram o ganho”, disse a FAO.
Além disso, o real fortalecido ante o dólar, que tende a afetar as exportações do Brasil, contribuiu para o aumento geral, acrescentou.

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