Economia
Índice de preços de alimentos da FAO sobe 0,5% em junho ante maio
O índice de preços de cereais caiu 1,5% em junho, comparado com maio, puxado pela queda acentuada nos preços do milho
Broadcast Agro
04/07/2025 - 11:16

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) registrou uma média de 128,0 pontos em junho de 2025, representando um aumento de 0,5% em relação a maio. Esta alta ocorreu apesar da queda nos preços internacionais de cereais e açúcar, devido aos aumentos nos preços de laticínios, carnes e óleos vegetais.
O índice, que monitora as variações mensais nos preços internacionais de um conjunto de commodities alimentares comercializadas globalmente, estava 5,8% mais alto em comparação a igual período do ano anterior, mas ainda abaixo do pico registrado em março de 2022.
O índice de preços de cereais caiu 1,5% em junho ante maio, pressionado pela queda acentuada nos preços do milho, reflexo de uma oferta abundante na Argentina e no Brasil. Enquanto os preços do sorgo e da cevada também recuaram, o trigo viu um aumento de preço devido a preocupações climáticas em certas regiões da União Europeia, Rússia e Estados Unidos. O arroz apresentou uma ligeira queda de preço, com as variedades Indica sendo as mais afetadas pela demanda reduzida.
Em contraste, o Índice de Preços de Óleos Vegetais subiu 2,3%, impulsionado principalmente pelos ganhos em óleos de palma, soja e canola. Especialmente os preços do óleo de palma subiram quase 5% por causa de uma forte demanda global, e o óleo de soja foi influenciado por expectativas de maior demanda por biocombustíveis no Brasil e nos EUA, além do aumento nos preços da soja na América do Sul.
Também em alta, o Índice de Preços da Carne subiu 2,1%, alcançando um novo recorde histórico, com aumentos nos preços de carnes bovina, suína e ovina, enquanto a carne de aves continuou sua trajetória de queda.
Os preços dos laticínios subiram 0,5%, com destaque para a manteiga, que atingiu um recorde histórico devido à oferta limitada na Oceania e na UE, juntamente com uma forte demanda asiática. Os preços do queijo também aumentaram, marcando o terceiro mês consecutivo de alta.
Por outro lado, o Índice de Preços do Açúcar caiu 5,2%, seu quarto declínio mensal consecutivo, atingindo o nível mais baixo desde abril de 2021, impulsionado pelas melhores perspectivas de produção nas principais regiões produtoras como Brasil, Índia e Tailândia.
Além disso, a FAO divulgou um novo Relatório de Oferta e Demanda de Cereais. A previsão mais recente estima que a produção global de cereais atingirá um recorde de 2,925 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 0,5% em relação à previsão anterior e 2,3% superior aos níveis de 2024. Isso se deve sobretudo às boas perspectivas para trigo, milho e arroz, embora o clima quente e seco possa afetar algumas regiões produtoras.
A utilização global de cereais para 2025/26 está prevista para subir para 2,9 bilhões de toneladas, representando um aumento de 0,8% em relação ao ano anterior. Os estoques mundiais devem crescer para 889,1 milhões de toneladas, aumentando a relação estoque/consumo para 30,3%, o que indica uma oferta relativamente confortável.
O comércio global de cereais também deverá se expandir, atingindo 486,9 milhões de toneladas, um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior, com destaque para as exportações de trigo e arroz, enquanto o comércio de milho pode registrar uma leve queda.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
China acelera compras de carne bovina à espera de decisão sobre salvaguardas
2
Brasil deve registrar recorde histórico na exportação de gado vivo em 2025
3
Adoçado com engano: apicultores denunciam uso de ‘falso mel’ na indústria alimentícia
4
Oferta de etanol cresce mais rápido que consumo e acende alerta no setor
5
Soja brasileira será brutalmente atingida pelo acordo entre EUA e China?
6
Frigorífico Zimmer pede recuperação judicial com dívidas de R$ 75 milhões
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Alta da carne bovina impulsionou avanço de 8,2% no consumo de peixes no País
Com inflação pressionando proteínas tradicionais, pescados ganharam espaço no carrinho de compras de janeiro a setembro; tilápia foi destaque
Economia
Suspensão da sobretaxa pelos EUA traz previsibilidade ao setor, avalia Faesp
Para o presidente da entidade, Tirso Meirelles, medida representa um reconhecido da qualidade dos produtos brasileiros
Economia
Decisão dos EUA frustra produtores de mel, pescado e café solúvel; veja a reação do setor
Setores que ficaram de fora da isenção de tarifas dos EUA relatam dificuldades de crédito, perda de mercado e risco da redução de produção
Economia
Trump retira tarifa de 40% sobre café, carne e outros produtos brasileiros
Café solúvel, pescado e mel seguem taxados; confira a lista completa dos produtos brasileiros beneficiados com o fim do tarifaço
Economia
BNDES aprovou R$ 2,45 bi a produtores afetados pelo clima
Linha de liquidação de dívidas rurais soma 8,3 mil operações em 16 estados; 61% dos recursos foram destinados a pequenos e médios produtores
Economia
Como saber se o vinho é seguro para consumo? Veja o que olhar no rótulo
Materiais gráficos reforçam a importância da leitura dos rótulos e contrarrótulos de produtos brasileiros e importados
Economia
Arábia Saudita quer aumentar em 10 vezes sua produção de café
País quer reduzir as importações e agregar valor ao café, gerando renda a pequenos produtores e empregos para jovens no campo
Economia
Shopping digital conecta consumidores a produtos da floresta
Espaço criado pelo Banco do Brasil e Amazon vai reunir itens produzidos por comunidades da Amazônia e Pantanal