Economia
Exportações de bens da agropecuária têm queda de 0,6% em maio
Com situações distintas, soja, milho, algodão e café contribuíram para o resultado; balança comercial foi divulgada nesta quinta-feira, 5

Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@agroestadao.com
05/06/2025 - 18:03

O valor gerado com as exportações de bens da agropecuária brasileira caíram 0,6% em maio. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que divulgou, nesta quinta-feira, 5, a balança comercial do mês passado. Ao todo, a agropecuária registrou US$ 7,44 bilhões em vendas ao exterior, levemente abaixo dos US$ 7,48 bilhões de maio de 2024.
Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, há “movimentos diversos” que explicam essa quase estabilidade nas exportações. Soja, café não torrado, algodão e milho ajudam a explicar um pouco dessa dinâmica.
“Nós temos um efeito do café, que tem um volume menor este ano, assim como no ano passado, mas, com um preço muito maior, o que faz com que o valor cresça, contribui positivamente no setor agropecuário”, comentou durante a apresentação dos números. “Já a soja e o milho, embora a soja esteja com um aumento de volume, o milho ainda não, mas tem um efeito de deslocamento temporal. Tivemos uma plantação um pouco mais tardia nesta safra que está sendo vendida agora, então uma colheita e exportação mais tardia de soja e milho”, complementou.
No caso do algodão em bruto, o volume exportado caiu 16,2%. Os preços por tonelada também recuaram (-17,8%), o que provocou uma queda de 31,2% na receita do mês de maio, que chegou a US$ 308,6 milhões.
Desempenho dos principais produtos
Na lista dos principais produtos comercializados, um dos destaques positivos foi a venda de animais vivos, o que não inclui pescados e crustáceos. Houve um salto de 111,5% nas exportações em maio, atingindo US$ 116,1 milhões de faturamento, o que colocou o produto com a quarta maior receita entre os bens agropecuários.
O ranking dos dez produtos com maior valor comercializado no mês passado é composto por:
- Soja: US$ 5,52 bilhões (-3,9%);
- Café não torrado: US$ 1,21 bilhão (+30,5%);
- Algodão em bruto: US$ 308,6 milhões (-31,2%);
- Animais vivos: US$ 116,1 milhão (+111,5%);
- Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas: US$ 82,8 milhões (+15,3%);
- Especiarias: US$ 71,9 milhões (+155,8%);
- Sementes de girassol, gergelim, canola, algodão e outras: US$ 26,7 milhões (+546,2%);
- Milho: US$ 18,1 milhões (-78,7%);
- Materiais vegetais em bruto: US$ 17,1 milhões (+44,5%);
- Produtos hortícolas: US$ 12,4 milhões (-52,7%).
Exportações gerais se mantêm estáveis
Na análise das exportações totais do Brasil, que agrega outras atividades e setores, o valor gerado com os embarques ao exterior se mante estável. Foram US$ 30,2 bilhões, um recuo de 0,1%.
Dos três segmentos observados (agropecuária, indústria extrativa e indústria de transformação), apenas a indústria de transformação teve crescimento na comparação entre maio deste ano e do ano anterior. O valor comercializado dessa atividade chegou a US$ 15,3 bilhões (+3,4%).
Devido à forma de medição do MDIC, nesse segmento também se incluem as agroindústrias. É dentro das indústrias de transformação que o ministério encaixa as exportações de carne de frango e miudezas comestíveis, que registraram queda depois do caso de gripe aviária em maio. Outros destaques dessa atividade são:
- Carne bovina (fresca, refrigerada ou congelada): US$ 1,1 bilhão (+18,8%);
- Açúcares e melaços: US$ 1 bilhão (-28%);
- Celulose: US$ 981,4 milhões (+6,3%);
- Farelo de soja e outros alimentos para animais: US$ 884,8 milhões (-1,5%).

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