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Economia

Expectativa de safra menor faz preço do café disparar 

Em agosto, as cotações do grão arábica e robusta no mercado físico brasileiro já subiram 22,99% e 41,26%, respectivamente

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@agroestadao.com

25/08/2025 - 15:04

Fonte: Adobe Stock
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O preço do café ao produtor não para de subir. No acumulado de agosto (até a sexta-feira, 22), a saca de 60 quilos do arábica foi negociada a R$ 2.228,39, em média, no indicador Cepea — alta mensal de 22,99%. A mesma valorização é observado no robusta/conilon, com a saca sendo vendido, em média, por R$ 1.452,77 e ganhos mensais de 41,26%. 

Segundo analistas, entre o principal efeito dessa alta está a percepção de uma safra menor no Brasil na temporada 2025/26. Esse entendimento acontece após fortes frentes frias levarem geadas às importantes polos produtores no país. “Agora que estamos no finalzinho da colheita, constatou-se que a quebra da produção de arábica é maior do que se esperava, porque houve menos frutos”, explicou Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do escritório Carvalhaes. 

Ele destaca que apesar das altas consecutivas, o produtor brasileiro tem comercializado devagar, porque já há uma visão de que pode haver problemas na safra 2026. Conforme Carvalhaes, muitos especialistas no exterior afirmavam que este ano a safra brasileira não seria muito boa, mas que os cafezais do país estavam preparados para uma colheita recorde no ano que vem. “Alguns, falavam em 80 milhões de sacas, mas, ninguém aqui dentro acreditava”, diz.

Agora, porém, a situação está mais clara após eventos climáticos intensos: no início do inverno, uma frente fria atingiu os cafezais do Paraná e de São Paulo. Em seguida, outra frente fria pegou o sul de Minas Gerais. Depois houve chuva de granizo e, por fim, granizo e geadas na região de Patrocínio (MG).

Somando os impactos, a expectativa de uma safra recorde em 2026 se tornou improvável. “Agora o que vai acontecer até lá, ninguém sabe. Estamos começando mais uma frente fria hoje [segunda-feira, 25]. Depois vem a primavera e precisamos ver como as chuvas vão influenciar a florada. E tem o verão também, será que teremos muito desses veranicos? porque cada fator desse mexe com a produção”, apontou Carvalhaes.

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Analisando os desafios climáticos, a consultoria Stone X manteve, na última semana, a estimativa da safra brasileira de café robusta em 25,8 milhões de sacas, o que representa um aumento de 21,9% em relação à temporada anterior. 

Para o arábica, porém, a estimativa de produção foi reduzida em 5,7% frente à projeção anterior, para 36,5 milhões de sacas, correspondendo a uma queda de 18,4% no comparativo anual. “Essa redução reflete os impactos do clima sobre o rendimento das lavouras no Cerrado, Espírito Santo, São Paulo e Sul de Minas Gerais”, disse Fernando Maximiliano, gerente de inteligência de café da Stone X.

Mercado internacional

Além do cenário climático, Maximiliano indica fatores externos que também sustentam o mercado: estoques historicamente baixos e tarifas dos Estados Unidos. “As tarifas têm impacto direto sobre as cotações em Nova Iorque, pois tendem a onerar ainda mais o mercado norte-americano, afetando inclusive os comerciantes que já sofrem com a inflação”, afirmou.

Nas últimas três semanas (até a sexta-feira, 22), os contratos do café arábica com vencimento em dezembro deste ano em Nova Iorque somaram alta de 36,3% e os de robusta em Londres acumularam ganhos de 42,7%.

Preços seguirão em alta?

Ambos os analistas concordam que, apesar da incerteza, o mercado deve permanecer firme. Em especial, devido aos baixos estoques globais e à demanda do hemisfério norte que se prepara para o inverno, — período de aumento do consumo de café. 

“No Hemisfério Norte, com o fim das férias de verão, os importadores estão reabrindo e se preparando para comprar café para o inverno. Mas, os estoques mundiais estão historicamente baixos, tanto nos países produtores quanto nos consumidores, então, certamente o mercado deve continuar firme”, apontou o analista do Escritório Carvalhaes. 

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