Economia
Estimativa da safra de grãos 2024/25 pode ser revisada devido à instabilidade climática, aponta CNA
Excesso de chuva, estiagem e altas temperaturas preocupam produtores de grãos que já sofrem perdas

Paloma Custódio | Brasília
14/02/2025 - 08:00

A instabilidade climática e o grande volume de chuvas até meados de janeiro, principalmente em Mato Grosso, têm dificultado a entrada de colheitadeiras no campo. No início de fevereiro, a chuva deu uma trégua e os produtores conseguiram avançar com a colheita. Mas, se o sol não aparecer, a estimativa da safra de grãos 2024/25 pode ser revisada. O alerta é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Na primeira edição do ano do boletim Análise CNA, divulgado nesta quinta-feira, 13, a entidade recomenda que o agricultor fique atento às previsões climáticas e, se preciso, busque orientações para enfrentar os desafios.
Uma das preocupações é em relação à alta umidade e o tempo prolongado do grão no campo, o que favorece o surgimento de doenças. Esses fatores podem induzir à germinação da soja diretamente na vagem e causar sinais de deterioração dos grãos, favorecendo o crescimento de fungos. Um dos exemplos, mostrado pelo Agro Estadão, é no Paraná, onde as fortes precipitações de janeiro causaram perdas de até 30% na região de Barbosa Ferraz, no noroeste do estado.
Já no extremo oposto, a restrição hídrica e as temperaturas elevadas no Rio Grande do Sul ampliaram as perdas na soja, que ultrapassam os 70% em algumas regiões.
Panorama climático
O boletim da CNA indica a persistência de um La Niña fraco de fevereiro até abril de 2025, quando poderá fazer uma transição para neutralidade. O verão deve continuar quente e chuvoso em grande parte do país. Mas o Rio Grande do Sul deve registrar chuvas mais restritas.
A partir de março, as chuvas devem ficar dentro ou acima da média na maioria das regiões. No Centro-Oeste, os registros devem ser mais irregulares. O fim do período chuvoso será mais evidente a partir de abril, quando os volumes de chuvas deverão ser menores e mais escassos.
A análise completa está disponível no site da CNA.

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