Economia
Descubra os principais derivados da mandioca
A tecnologia e as boas práticas garantem a qualidade e a segurança dos derivados da mandioca
Redação Agro Estadão*
22/12/2024 - 08:00
A mandioca, também conhecida como aipim ou macaxeira, é um tesouro da agricultura brasileira, especialmente para os pequenos produtores.
Essa raiz versátil não apenas alimenta milhões de brasileiros diariamente, mas também oferece uma gama impressionante de produtos derivados, cada um com seu próprio potencial de geração de renda.
Em 2023, a produção brasileira de raiz de mandioca atingiu 18,5 milhões de toneladas, segundo o IBGE. Para 2024, a área plantada deve se manter estável em 1,2 milhão de hectares.
O que é mandioca?
A mandioca (Manihot esculenta) é uma planta nativa da América do Sul, cultivada há milênios pelos povos indígenas. Caracteriza-se por suas raízes tuberosas ricas em amido, folhas palmadas e caule lenhoso.
Extremamente adaptável, a mandioca prospera em diversos climas e tipos de solo, o que explica sua ampla distribuição no Brasil e no mundo.
Tipos de mandioca
Existem dois tipos principais de mandioca, que se diferenciam pelo teor de ácido cianídrico e pelo uso culinário ou industrial: a mandioca doce, também conhecida como aipim ou macaxeira, e a mandioca brava.
A mandioca doce apresenta baixo teor de ácido cianídrico, o que a torna segura para consumo imediato após o cozimento. Ela é ideal para preparar pratos como mandioca frita, purê e bolos.
Por outro lado, a mandioca brava possui um alto teor desse composto tóxico e, por isso, requer processamento prévio para que possa ser consumida com segurança. Essa variedade é mais utilizada na produção de farinha e outros derivados.
Principais derivados da mandioca
Farinha de mandioca
A farinha de mandioca possui textura granulada e sabor levemente adocicado. É utilizada em preparações como farofa, acompanhando feijão e também como espessante (que torna o alimento mais consistente) para molhos.
Existem diversas variedades de farinha de mandioca, que podem ser fina, média, grossa ou torrada, cada uma adequada para diferentes usos culinários.
Fécula (amido de mandioca)
A fécula é um pó fino, branco e sem sabor, utilizado principalmente como espessante na indústria alimentícia, na produção de tapioca e até como base para a fabricação de bioplásticos.
Em aplicações industriais, a fécula também é empregada em setores como papel, têxtil e farmacêutico.
Polvilho doce
O polvilho doce é caracterizado por ser um pó fino, branco e de sabor neutro. É bastante usado em receitas como pão de queijo, biscoitos e também como espessante para molhos.
Polvilho azedo
Com textura semelhante ao polvilho doce, o polvilho azedo se diferencia pelo sabor levemente ácido. Ele é essencial em receitas como pão de queijo, conferindo uma textura mais crocante, além de ser usado em biscoitos e sequilhos.
Tapioca
A tapioca é composta por grânulos brancos que, ao serem hidratados, formam uma massa versátil. É muito usada na preparação de crepes, bolinhos, pudins e como substituto do pão em dietas sem glúten.
Tucupi
O tucupi é um líquido amarelado extraído da mandioca brava. Ele é tradicionalmente utilizado como base para molhos e caldos, sendo indispensável no preparo do famoso prato amazônico, o pato no tucupi.
Goma de mandioca
A goma de mandioca é uma massa úmida extraída da raiz, utilizada especialmente na produção de tapioca, bolos e pães.
Processamento dos derivados
O processamento varia de acordo com o produto final desejado, mas geralmente envolve as seguintes etapas:
- Colheita e limpeza das raízes
- Descascamento (manual ou mecânico)
- Lavagem
- Ralação ou moagem
- Prensagem (para remoção do líquido)
- Esfarelamento
- Torração (no caso da farinha)
- Peneiração e classificação
Para produtos como fécula e polvilho, etapas adicionais de decantação e secagem são necessárias.
Boas práticas no processamento dos derivados da mandioca
A qualidade dos derivados da mandioca depende diretamente das boas práticas de processamento:
- Higiene rigorosa em todas as etapas, desde a colheita até o empacotamento;
- Controle de temperatura e umidade durante a secagem e armazenamento;
- Uso de equipamentos adequados e bem mantidos;
- Treinamento constante dos colaboradores.
Tecnologias e equipamentos utilizados no processamento:
- Descascadores mecânicos;
- Raladores industriais;
- Prensas hidráulicas;
- Fornos rotativos para torração;
- Secadores solares ou mecânicos;
- Peneiras vibratórias.
Para otimizar a colheita da mandioca, é fundamental planejar o processo de acordo com a demanda, evitando a deterioração das raízes e garantindo a máxima qualidade do produto.
Investir em equipamentos que aumentem a eficiência e reduzam o desperdício também é uma estratégia essencial para melhorar os resultados.
Além disso, é possível aproveitar os subprodutos, como as cascas, destinando-os para compostagem ou alimentação animal, o que agrega valor e promove a sustentabilidade.
Por fim, implementar um sistema de controle de qualidade em todas as etapas do processo assegura que o produto final atenda aos padrões exigidos pelo mercado.
Sugestões para produtores que desejam explorar esse potencial:
- Busque capacitação técnica junto a órgãos como Embrapa, Emater e Sebrae;
- Participe de cooperativas para ganhar escala e acesso a mercados maiores;
- Invista em tecnologias que melhorem a qualidade e eficiência da produção;
- Explore nichos de mercado, como produtos orgânicos ou gourmet.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.
Siga o Agro Estadão no Google News, WhatsApp, Instagram, Facebook ou assine nossa Newsletter
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Saiba como plantar lichia e ter sucesso no cultivo
2
Como é feito o café descafeinado?
3
Confira os principais tipos de pimenta e como cultivar
4
Tripes: como controlar essa praga?
5
Produção de uva-passa: entenda como funciona
6
Como plantar ameixa com sucesso?
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
“O alerta está sempre aceso”, diz Luis Rua sobre febre aftosa
Vácuo deixado pela suspensão de importação da carne alemã pode ser oportunidade para mercado brasileiro
Economia
Brasil importou 6,65 milhões de toneladas de trigo em 2024
Importações do cereal seguem firmes, mesmo diante da alta do dólar, aponta Cepea
Economia
Safra 2025 alcançará recorde de 322,6 milhões de t, diz IBGE
Produção estimada é de 29,9 milhões de toneladas a mais de grãos
Economia
Costa Rica abre mercado de feijão comum brasileiro
Essa é a quarta abertura de mercado para produtos agropecuários do Brasil em 2025
Economia
Conab mantém estimativa de safra acima de 322 milhões de toneladas de grãos
Produção de soja deve somar 166,3 milhões de toneladas; trigo é a única cultura com estimativa de recuo
Economia
BNDES financia R$ 499 milhões para Piracanjuba construir fábrica no Paraná
O projeto envolve investimento total de R$ 612 milhões e permitirá a produção de whey protein e lactose em pó, produtos majoritariamente importados
Economia
Brasil não vai adotar diretrizes específicas para surto de gripe aviária em gado leiteiro nos EUA
Mapa já proíbe comercialização de leite de animais infectados pelo vírus da gripe aviária ou de propriedades sob restrição sanitária
Economia
Exportação de couro do Brasil cresce 12,5% em receita em 2024 para US$ 1,26 bi
O volume embarcado cresceu 22,3% em metros quadrados e 38,8% em peso, segundo relatório do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB)