Cotações
Soja: demanda chinesa deve estimular recuperação dos preços
Cotações da soja iniciaram semana em queda, mas sede de Pequim por grãos deve mudar cenário

Sabrina Nascimento | São Paulo
12/11/2024 - 09:04

As cotações da soja perderam força no início desta semana, porém, especialistas da Markestrat avaliam que há espaço para recuperação dos preços ao longo dos próximos dias.
Um fator que contribui para a análise é a forte demanda chinesa por soja. Depois de ter comprado cerca de 70 milhões de toneladas do grão brasileiro no acumulado do ano, os chineses se concentram agora na oferta americana. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam vendas semanais de 2 milhões de toneladas de Washington para Pequim.
Com isso, “para as próximas semanas, deve-se observar um movimento altista dos preços em razão da forte demanda e oferta restrita com a finalização da safra da oleaginosa nos Estados Unidos”, indica a consultoria em relatório.
Na última semana, após uma sequência de valorização, os preços da saca de soja tiveram um leve recuo no mercado físico. A saca de 60kg do grão foi comercializada a R$ 144,09, na média em Paranaguá-PR, com perdas de 0,3% frente a semana anterior.
Em contrapartida, o mercado futuro teve movimento inverso. Na bolsa de Chicago, os contratos para novembro registraram alta de 2,3% ao longo da semana, fechando a US$ 10,16 por bushel.
“A valorização da semana passada foi impulsionada pela divulgação das projeções do USDA, que estimou menor produção, menores níveis dos estoques globais e de esmagamento da oleaginosa”, explica a Markestrat. Segundo a consultoria, soma-se ao cenário a valorização de 8,4% no preço do óleo de soja e a forte demanda pelo grão devido às incertezas quanto às futuras políticas comerciais dos EUA depois da vitória de Donald Trump.
Milho
Ao contrário da soja, a semana começou positiva para o milho. Na B3, o vencimento para novembro foi cotado a R$ 74,41, com elevação de 0,73% no fechamento do mercado na segunda-feira, 11.
Para janeiro de 2025, a valorização foi de 1,08%, com a saca cotada a R$ 77,65. Já o grão para entrega em março do próximo ano foi negociado por R$ 77,30, com ganho de 0,13%.
A alta observada mantém a tendência de ganhos nos preços do grão já observados nas últimas semanas. Segundo os especialistas da Markestrat, o quadro nos últimos dias foi “impulsionado pela valorização do dólar e a divulgação das projeções de oferta e demanda mundial do USDA”.
Nos próximos dias, espera-se que a conclusão da safra norte-americana, juntamente com o período de entressafra no Brasil e uma demanda aquecida tanto no mercado interno quanto no externo, mantenha os preços em alta.
Boi gordo
Os feriados nacionais e as festas de final de ano devem impulsionar o consumo de carne bovina nas próximas semanas. Com isso, os preços da arroba tendem a firma, com leve valorização no curto prazo.
As cotações da arroba do boi gordo no mercado físico do indicador Cepea registram alta de 2,6% na semana, encerrando os primeiros dias do mês negociada a R$ 329,05 na média.
O mesmo comportamento foi observado no mercado futuro. Na B3, os contratos para novembro subiram 1,1%, fechando a R$ 332,45 por arroba. A tendência de valorização foi verificada também para dezembro e janeiro, que subiram 1,2% e 2,3% — a R$ 329,50 e R$ 325,45 por arroba, respectivamente.
Esse cenário tem sido sustentado pela “forte demanda externa e consumo interno estável”, o que mantém as escalas de abate reduzidas, pressionando os valores na ponta compradora.
Algodão
Os preços do algodão seguem em baixa no mercado. O cenário é sustentado pelo “aumento dos estoques globais, impulsionado pela menor demanda global pela pluma, apesar de reduções marginais na produção em várias regiões ao redor do mundo”.
Na primeira semana de novembro, o algodão no mercado físico recuou 0,3%, com a pluma cotada a R$ 396,01 por arroba. Já no mercado futuro, os contratos para dezembro na bolsa de Chicago registraram alta de 1,5%, encerrando a semana a ¢70,98 por libra/peso.
Café
O clima tem pesado no mercado de café, com isso, as cotações têm se mantido em alta, após uma sequência de quedas.
Na última semana, houve reação dos preços tanto no mercado físico quanto no futuro. No indicador Cepea, a saca de café arábica foi negociada a R$ 1.592,83, com alta semanal de 4,4%, acompanhada pela valorização do café robusta, que subiu 4,6% e chegou a R$ 1.490,02 por saca.
No mercado futuro, embora as valorizações tenham sido mais moderadas, o café arábica para vencimento em dezembro na bolsa de Nova York avançou 1,2%, sendo negociado a US$ 2,53 por libra-peso. Já o robusta na bolsa de Londres subiu 0,2% no contrato de novembro deste ano, encerrando a semana a US$ 4.382 por tonelada.
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