Economia
Estoques baixos e desafios climáticos pressionam cadeia de citros
Setor de citros brasileiro espera um cenário de maiores incertezas em 2025, enquanto a demanda internacional sustenta os preços
Redação Agro Estadão
06/01/2025 - 11:00
O cenário ainda é incerto para o setor de citrus brasileiro em 2025. Apesar do retorno das chuvas em áreas produtoras do estado de São Paulo e do triângulo mineiro, as perspectivas para a safra 2025/26 seguem indefinidas. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as flores abertas em meados de outubro foram consideradas volumosas, mas o desenvolvimento da temporada ainda dependerá do clima no decorrer da safra.
O quadro de incerteza deixa o setor em alerta devido às perdas previstas na temporada anterior. De acordo com o Fundecitrus, a safra 2024/25 de laranja deve atingir 223,14 milhões de caixas de 40,8 kg da fruta. Volume 27,4% menor frente a 2023/24.
“Essa produção muito aquém dos padrões para o cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro deve levar a um cenário de estoques de suco de laranja praticamente zerados ao fim da temporada, sendo necessário uma safra 2025/26 muito boa para que se tenha ao menos uma leve recuperação”, alertam os pesquisadores do Cepea.
Conforme cálculos dos pesquisadores, nem mesmo uma diminuição nas exportações brasileiras de suco de laranja em 2024/25 será suficiente para impedir uma queda acentuada no volume de suco armazenado, o que manterá elevada a necessidade de matéria-prima por parte das fábricas.
Além disso, o estado norte-americano da Flórida — um dos principais produtores globais — tem registrado recuo nos estoques e precisará importar mais insumo brasileiro, o que colabora ainda mais com a sustentação das cotações aqui no Brasil.
Dados divulgados em dezembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção da safra 2024/25 de laranjas na Flórida deve somar 12 milhões de caixas de 40,8 kg — queda de 20% frente ao relatório de outubro. Além do greening, a quebra se deve à passagem do furacão “Milton” pelo estado norte-americano no começo de outubro de 2024, que atingiu boa parte das fazendas produtoras de laranja.
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.
Siga o Agro Estadão no Google News, WhatsApp, Instagram, Facebook ou assine nossa Newsletter
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Saiba como plantar lichia e ter sucesso no cultivo
2
Como é feito o café descafeinado?
3
Confira os principais tipos de pimenta e como cultivar
4
Tripes: como controlar essa praga?
5
Produção de uva-passa: entenda como funciona
6
Como plantar ameixa com sucesso?
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
“O alerta está sempre aceso”, diz Luis Rua sobre febre aftosa
Vácuo deixado pela suspensão de importação da carne alemã pode ser oportunidade para mercado brasileiro
Economia
Brasil importou 6,65 milhões de toneladas de trigo em 2024
Importações do cereal seguem firmes, mesmo diante da alta do dólar, aponta Cepea
Economia
Safra 2025 alcançará recorde de 322,6 milhões de t, diz IBGE
Produção estimada é de 29,9 milhões de toneladas a mais de grãos
Economia
Costa Rica abre mercado de feijão comum brasileiro
Essa é a quarta abertura de mercado para produtos agropecuários do Brasil em 2025
Economia
Conab mantém estimativa de safra acima de 322 milhões de toneladas de grãos
Produção de soja deve somar 166,3 milhões de toneladas; trigo é a única cultura com estimativa de recuo
Economia
BNDES financia R$ 499 milhões para Piracanjuba construir fábrica no Paraná
O projeto envolve investimento total de R$ 612 milhões e permitirá a produção de whey protein e lactose em pó, produtos majoritariamente importados
Economia
Brasil não vai adotar diretrizes específicas para surto de gripe aviária em gado leiteiro nos EUA
Mapa já proíbe comercialização de leite de animais infectados pelo vírus da gripe aviária ou de propriedades sob restrição sanitária
Economia
Exportação de couro do Brasil cresce 12,5% em receita em 2024 para US$ 1,26 bi
O volume embarcado cresceu 22,3% em metros quadrados e 38,8% em peso, segundo relatório do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB)