PUBLICIDADE

Cotações

O preço do ovo deve cair? Especialistas explicam o que esperar após a Páscoa

A alta demanda por carnes e o clima mais ameno devem influenciar o mercado de ovos nas próximas semanas 

Nome Colunistas

Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com | Atualizada às 10h37

10/04/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

Após ganhar destaque com uma disparada nos preços no início de 2025, o mercado de ovos começa a dar sinais de acomodação. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra uma leve retração de preços neste início de abril frente a março, porém, na comparação com o mesmo período do ano passado os valores seguem elevados. 

Segundo dados do Cepea, nos cinco primeiros dias úteis de abril, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos foi comercializada em Bastos (SP) por uma média de R$ 192,90 — queda de 8,2% em relação ao mesmo período de março, quando o valor foi de R$ 210,29. Na comparação com abril de 2024, no entanto, o preço ainda é 14,3% superior.

O mesmo movimento é observado nos ovos vermelhos. A caixa com 30 dúzias foi vendida, em média, a R$ 220,30 em Bastos, baixa de 8% frente a março, mas avanço de 11,4% na comparação anual.

A expectativa dos analistas é de que o movimento de recuo se intensifique nas próximas semanas, após o período da Quaresma, tradicionalmente marcado por maior demanda de ovos, uma vez que, uma parcela da população reduz o consumo de carnes vermelhas. 

Além disso, deve haver um aumento da produção, já que o cenário climático mais ameno deve aliviar o estresse das aves, melhorando a produtividade das granjas. “O calor extremo teve impacto negativo nos últimos meses. Agora, com o clima mais equilibrado, a produção pode ganhar ritmo”, aponta Hyberville Neto, diretor da HN Agro. 

PUBLICIDADE

Segundo ele, outro fator que pode aliviar as pressões sobre a cadeia é o custo dos insumos, especialmente o milho, principal componente da ração. Neto destaca que a expectativa de queda no preço do grão ocorre diante da colheita da primeira safra de milho no Brasil, das perspectivas de plantio da safra norte-americana e também da evolução das lavouras da safrinha brasileira. “Não é uma queda drástica, mas deve dar uma trégua nos custos de produção”, avalia Hyberville.

Mesmo assim, apesar de reconhecer um cenário que deve estimular uma retração no preço do ovo, a consultoria Safras&Mercado aponta para uma tendência de estabilidade dos preços, mantendo-os ainda em patamares elevados no comparativo com anos anteriores. “Temos uma demanda ainda bastante aquecida e o ovo continua com excelente competitividade frente às outras proteínas, como carne suína, de frango, bovina e pescados”, afirma Fernando Henrique Iglesias. 

Ele acredita que a demanda elevada pelas carnes, principalmente, pelo mercado externo seguirá pressionando os valores dos ovos no mercado interno, no curto prazo. 

Nessa quarta-feira, 09, após uma reunião no Ministério da Fazenda, o Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), falou sobre o assunto com os jornalistas. “Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina: que, no varejo, ela já caiu e, no atacado, ela caiu muito mais. Mostra que é o tempo de consumir o estoque do preço antigo. Vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado. Isso serve para óleo de soja, arroz e feijão. Tem a expectativa de que, após a Páscoa, os preços dos ovos também venham a ceder um pouco. Já estão cedendo e devem ceder ainda mais”, pontuou Carlos Fávaro.

Exportação seguem em alta, mas com impacto limitado no preço do ovo

Apesar de o Brasil registrar um crescimento expressivo nas exportações de ovos — alta de quase 350% em março no comparativo anual, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) —, o impacto no mercado interno é limitado. Isso porque somente cerca de 1% da produção nacional é destinada ao exterior, diferentemente das outras proteínas. 

No caso da carne bovina, cerca de 40% da produção é destinada ao mercado externo. Já a carne de frango tem mais de 30% voltados à exportação, enquanto a suína gira em torno de 25%. Com esse volume expressivo sendo escoado para fora do país, a oferta no mercado interno fica mais restrita, deixando o ovo mais acessível ao consumidor. “Com mais proteína indo para fora, sobra menos no mercado interno. Isso torna o ovo uma alternativa atraente para o consumidor”, conclui Iglesias.

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.