Cotações
Algodão recua ao menor nível desde 2020 com guerra comercial
Queda é puxada pela menor demanda chinesa pelo algodão dos EUA; produto brasileiro deve ganhar mais espaço no mercado
Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
04/04/2025 - 17:04

A cotação do algodão na Bolsa de Nova York (NY) enfrenta uma das quedas mais acentuadas em quase cinco anos. O contrato para maio de 2025 encerrou esta sexta-feira, 04, valendo US$ 63,31 centavos por libra/peso — menor patamar desde setembro de 2020.
De acordo com Bruno César, analista de grãos da AgResource, a desvalorização do algodão está diretamente ligada ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos (EUA) e à retaliação comercial da China. Esses fatores elevam a incerteza no mercado, pressionam a demanda chinesa pelo algodão norte-americano e aumentam a volatilidade das cotações. “O tarifaço dos EUA e a retaliação da China fizeram o dólar subir hoje e o petróleo cair, o que acaba reduzindo a competitividade da fibra natural frente às sintéticas. Isso impacta diretamente as cotações do algodão”, explica César.
Com isso, segundo o analista, a China pode redirecionar sua demanda para o Brasil, que é o maior país exportador de algodão do mundo e tem o mercado chinês como o principal destino do produto embarcado.
A desvalorização do algodão na Bolsa de NY também levanta questionamentos sobre o impacto no mercado brasileiro. Segundo César, a tendência de alta do dólar com o acirramento do conflito tarifário entre as duas maiores economias globais, pode compensar parte dos efeitos da queda da commodity, garantindo oportunidades de venda no Brasil. “A queda dos preços lá fora pode impactar aqui? Pode. Mas, eu diria que impactaria mais o dólar com uma possível alta nos preços, dando uma oportunidade para algumas vendas”, salienta.
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