Francisco Turra
Presidente dos Conselhos de Administração da APROBIO e Consultivo da ABPA, ex-ministro da Agricultura
Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão
Opinião
O combustível que une agronegócio e neoindustrialização
O Combustível do Futuro impulsiona o setor de biocombustíveis a um novo patamar, colocando o Brasil na vitrine global como referência em produção de energia limpa
Neste dia 8 de outubro, aconteceu a cerimônia de sanção pelo Governo Federal do projeto de lei Combustível do Futuro, que estabelece diretrizes para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis no Brasil.
Ele reúne iniciativas voltadas à promoção do combustível sustentável de aviação (SAF), diesel verde (HVO), biometano, captura e estocagem de carbono, além de ampliar as misturas de biodiesel e etanol.
A transição energética para uma matriz mais limpa se dará por uma combinação de rotas tecnológicas que vão beneficiar a descarbonização de vários modais de transporte, como o ferroviário, o aéreo e o marítimo. O Combustível do Futuro impulsiona o setor de biocombustíveis a um novo patamar, colocando o país na vitrine global como referência em produção de energia limpa à base de biomassa.
No caso do biodiesel, reforça sua condição de uma solução de qualidade e imediata para a transição energética e para o cumprimento das metas brasileiras de descarbonização.
Se está claro o impacto desse projeto para a questão climática, ambiental e de saúde, é preciso colocar uma lupa sobre esta que é uma das mais importantes decisões para promover o desenvolvimento econômico e a reindustrialização do Brasil, de forma sustentável.
As novas regras para os biocombustíveis irão proporcionar entre R$ 200 bilhões e R$ 250 bilhões de investimentos no país a curto e médio prazos. É uma explosão de recursos para ampliar e erguer essa nova estrutura produtiva que vai atender aos mercados interno e externo.
Junto a esse processo que gera emprego verde no país (inclusive com a qualificação de novos profissionais), é impulsionada toda uma cadeia de valor no setor do agronegócio, em especial para a agricultura familiar. Insumos inovadores estão sendo considerados para diferentes biocombustíveis e o que era chamado de resíduo, como gordura animal e óleo de cozinha usado, hoje é disputado como matérias-primas para produzir energia limpa.
A realidade dos eventos extremos nos convenceu sobre os impactos da mudança climática. Os passos seguintes dessa nova jornada inaugurada pelo Combustível do Futuro vão determinar como poderemos transformar crescimento econômico em desenvolvimento sustentável que beneficie toda a população brasileira.
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