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Marcos Fava Neves

Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

Marcos Fava Neves: mesmo com queda nos preços, exportações batem recorde em janeiro; começamos bem o ano

As exportações do agro foram de US$ 11,72 bilhões (+14,8% anual) em janeiro, um valor recorde para o período, segundo dados divulgados pela Secex.

Foto: Adobe Stock
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Iniciamos a análise do setor destacando o 2º relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de 2024, da safra global de grãos em 2023/24. As estimativas para produção de milho foram revistas para baixo: de 1.235,73 mi de t (janeiro) para 1.232,57 mi de t (fevereiro); 3,2 mi de t a menos. Apesar da baixa, a oferta global será 6,6% maior do que a de 2022/23 ou 76,6 mi de t adicionais. O principal ajuste veio para o Brasil, de 127,0 mi de (janeiro) passamos a 124,0 mi de (fevereiro), safra que deverá ser 9,5% menor do que a passada. Já os estoques finais caíram de 325,2 (janeiro) para 322,1 mi de t (fevereiro), volume que, ainda assim, será 7,3% superior à da safra passada; 21,8 mi de t adicionais. Em Chicago, o contrato de mar/2024 estava em US$ 4,171/bushel em 21/02, 6,4% inferior ao valor negociado no mesmo dia do mês passado (US$ 4,456/bushel).

Na soja, o USDA fez um leve ajuste na oferta global, passando de 399,0 (janeiro) para 398,2 mi de t (fevereiro). Ainda assim, esse volume será 5,3% maior do que o safra passada ou 20,2 mi de t. A previsão para o Brasil foi reduzida em apenas 1 mi de t, de 157,0 para 156,0 mi de t (-3,7%). Mesmo com o ajuste na oferta, os estoques finais foram revistos para cima: de 114,6 (janeiro) para 116,0 mi de t (fevereiro), 12,0% maior ou 12,4 mi de t adicionais na comparação com 2022/23. Esse balanço explica o que tem acontecido com os preços: o contrato de mar/2024 em Chicago estava em US$ 11,725/bushel em 21/02, 3,2% menor do que as negociações há 30 dias.

No algodão, a previsão de oferta global foi de 24,64 (janeiro) para 24,56 mi de t (fevereiro), volume que será 3,0% menor do que o do ciclo passado; ou 750 mil t a menos. Os estoques finais foram reduzidos em 150 mil t, e estão agora em 18,22 mi de t, o que deve significar uma alta de 0,8% ou 160 mil t adicionais na comparação com 2022/23. O contrato de mar/2024 em Chicago estava em 91,64 centavos de dólar por libra-peso, alta mensal de 9,4%. Há um mês, as negociações giravam em torno de 83,76 cts/lp.

O USDA divulgou a 1ª previsão da safra 2024/25 de grãos nos EUA. Para a soja, prevê uma área de 35,4 mi de ha (+ 4,7%) e uma produção em 122,47 mi de t (+ 9,0%); o aumento na produção em taxa superior à da área é justificado pela alta na produtividade de 8,2%. Os estoques devem fechar o ciclo em 11,8 mi de t, 38,1% superiores a 2023/24. No milho, a previsão indica uma área de 33,6 mi de ha (- 3,9%) e produção de 382,0 mi de t (- 1,8%). A produtividade do cereal deve ser 2,0% superior ao ciclo passado, enquanto os estoques finais ficarão ao redor de 64,3 mi de t, 16,6% maiores do que 2023/24.

No 5º levantamento divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra 2023/24 de grãos foi revisada novamente para baixo, dessa vez em 299,7 mi de t, queda de 6,3% ou 20,1 mi de t do que o registrado na última temporada (319,8 mi de t). Em relação a área plantada, deve ser ligeiramente menor na temporada atual, ficando em 78,3 mi de ha (- 0,3%), sendo que o milho deve perder 1,8 mi de ha (totalizando 20,4 mi de ha) e a soja deve aumentar 1 mi de ha (45,1 mi de ha).  A estimativa de produção para o milho é uma queda de 13,8%, ficando em 113,7 mi de t. Para a soja, a produção deve ficar em 149,4 mi de t com uma queda de 3,4%. Mesmo com a quebra, essa ainda deve representar a segunda maior safra de grãos da história, atrás apenas do ciclo 2022/23. Vejam que a área de soja segue crescendo. 

As exportações do agro foram de US$ 11,72 bilhões (+14,8% anual) em janeiro, um valor recorde para o período, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar da queda de 5,8% no preço médio dos produtos, o aumento no volume embarcado de grãos (+19,7%) e de açúcar (+58,1%) foram os principais motivos para o crescimento. Começamos bem o ano!

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