Agropolítica
Fávaro anuncia acesso a crédito para recuperação de áreas queimadas
A iniciativa faz parte do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), que prevê recuperar áreas degradadas e aumentar a produtividade no setor

Leandro Silveira | Broadcast Agro e Rafael Bruno | rafael.bruno@estadao.com | Atualizada às 20h55
23/09/2024 - 15:21

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a liberação de recursos do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) para produtores rurais afetados pelos recentes incêndios que atingiram parte do território brasileiro. De acordo com o ministro, não se trata de uma nova linha, mas de uma ampliação.
“A linha já estava criada, nós só ampliamos. Então aqueles produtores que foram afetados por incêndios podem captar esses recursos. É uma das linhas de crédito mais atrativas hoje, são hoje dois anos de carência, juros de 7% ao ano e 10 anos para amortizar”, disse Fávaro nesta segunda-feira, 23.
Alguns bancos devem oferecer o recurso a partir de outubro, mas em algumas instituições ele já está disponível. Produtor da região de Cáceres (MT), Manoel Benedito Rosa Filho assinou o acesso à linha de crédito na reunião. A propriedade dele teve 40% da área queimada.
A formalização aconteceu após Fávaro se reunir com representantes do Banco do Brasil, Caixa, BNDES, BNB, Basa, Sicredi, Sicoob e Bradesco na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de São Paulo (SFA-SP).
Mais cedo, Fávaro já havia adiantado que dos R$ 7,7 bilhões previstos para a linha, mais de R$ 1 bilhão já havia sido desembolsado. “Captamos US$ 1,3 bilhão para esse programa, o que equivale a cerca de R$ 7 bilhões adicionais”, disse. Esses recursos serão somados ao que já estava previsto no Plano Safra, totalizando aproximadamente R$ 14 bilhões, segundo o ministro.
Conforme o ministro, alguns bancos anunciaram que vão mudar seu planejamento. Pretendiam liberar parte do recurso no ano que vem, mas decidiram antecipar para este ano.
“O Banco do Brasil já utilizou praticamente todos os seus recursos, 92% até agora. Em cinco de outubro, faremos uma rodada de remanejamento e vamos destinar mais recursos ao Banco do Brasil, porque ele foi muito eficiente, então precisa de mais lá. Outros bancos, como Bradesco, Caixa Econômica e cooperativas, que tinham estratégia de 50% para este também decidiram antecipar tudo para este semestre, para atender os produtores neste momento de necessidade”.
Ainda nesta segunda, Fávaro também destacou a importância da preservação ambiental para o futuro da agropecuária brasileira e o impacto das mudanças climáticas no setor, durante participação na UBS Agriculture Investment Conference.
Segundo ele, “as mudanças climáticas vieram para ficar” e têm causado eventos extremos no País, como secas e chuvas intensas. “Veja o que estamos passando com os incêndios. Mas, há cinco meses, estávamos lidando com o excesso de chuvas”, exemplificou.
Para Fávaro, a preservação ambiental não pode ser desvinculada da produção agropecuária. “A grande virada é o reconhecimento da importância da preservação ambiental para a estabilidade da produção de alimentos e energia”, afirmou o ministro, acrescentando que a preservação das florestas do Cerrado, por exemplo, “passa a ser uma questão de sobrevivência para essa atividade”.

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