Agronegócio de São Paulo vai receber R$ 1,4 bi em investimentos

A Agrishow 2024 foi escolhida pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para anunciar um investimento bilionário no agronegócio neste ano. Serão R$ 1,4 bilhão para diversos programas e ações com o objetivo de fortalecer a produção rural do estado. Os detalhes serão divulgados durante a cerimônia de abertura da feira, neste domingo, 28, em evento fechado para autoridades e convidados.

O Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) vai disponibilizar R$ 300 milhões entre seguro rural e linhas de crédito. Desse volume, R$ 100 milhões serão para o Programa Estadual Seguro Rural e R$ 200 milhões em linhas de crédito, segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

O secretário Guilherme Piai adianta como a citricultura do estado será atendida. “Serão R$ 20 milhões para os pequenos produtores que tiveram os pomares de laranja afetados pelo clima ou pelo greening. Eles poderão contratar uma linha de crédito para comprar mudas e adubo”, afirma ao Agro Estadão, com exclusividade. O limite será de R$ 100 mil por agricultor.

Outra linha de crédito que será oficializada é para aquisição de tratores. O governo irá subvencionar R$ 60 milhões e calcula que o valor é suficiente para a compra de 2.400 tratores.

Investimentos em irrigação e conectividade para desenvolver o agronegócio de São Paulo

O governador de São Paulo irá assinar o decreto do plano de irrigação, que atualiza as normas vigentes desde 1987. Com a medida, a intenção é agilizar o processo para que os produtores possam armazenar água para irrigar as lavouras. 

Também será anunciada a ampliação do programa Semear, que leva capacitação e soluções em conectividade para dois mil agricultores do município de Caconde. no interior de São Paulo. Agora, a parceria com a Embrapa será levada para outras regiões do estado.    

Fundos de Investimentos devem atrair R$ 2,5 bi; edital será anunciado domingo

As secretarias de Desenvolvimento e de Agricultura e Abastecimento criaram Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros), para desenvolvimento de pequenos e médios produtores rurais. A agência de fomento DesenvolveSP fez um aporte inicial de R$ 500 milhões com a expectativa é atrair R$ 2,5 bilhões em investimentos para o agronegócio de São Paulo. 

Os Fiagros terão como foco apoio à inovação e ao empreendedorismo, suporte a projetos e investimentos em infraestrutura e sustentabilidade e facilidade de acesso ao crédito. O edital para selecionar o responsável pela gestão será anunciado no próximo domingo, 28, e publicado nos próximos dias. 

Entrega de títulos para agricultores

O Governo de São Paulo vai aproveitar a cerimônia de abertura da Agrishow para entregar 29 títulos e termos para regularização fundiária de pequenas, médias e grandes propriedades. Ao todo, são 13 mil hectares que representam a arrecadação de R$ 35 milhões. 

Na última quarta-feira, 24, os deputados estaduais aprovaram a prorrogação da lei de regularização fundiária até 2026. Atualmente, 7,2 mil famílias estão assentadas em 154 mil hectares de terra em todo o território paulista.

R$ 25 milhões em subvenção para cadeia do leite em São Paulo

O Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo disse ao Agro Estadão que as compras públicas irão priorizar, cada vez mais, os produtores locais de leite. A subvenção de R$ 25 milhões será assinada durante a Agrishow. Serão pagos 10 centavos por litro de leite ao produtor, totalizando 250 milhões de litros de leite subvencionados. 

Mesmo com a cobrança intensa por parte do setor produtivo, o secretário de Agricultura de São Paulo diz que o governo estadual não tomará nenhuma medida para conter a concorrência com o leite em pó importado, assim como outros governos estaduais já fizeram. Nove estados retiraram benefícios fiscais de empresas que importarem o produto, por exemplo.  

“A gente nunca deu incentivos. Quem tem que ver isso é o governo federal, porque o estado de São Paulo não dá incentivo para importação. E o leite em pó é um produto de cesta básica, não podemos mexer”, afirma Piai, ao Agro Estadão.