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SP lança Rotas do Café para incentivar experiências da colheita à xícara

Iniciativa, que conecta toda a cadeia produtiva, busca promover o turismo rural em regiões produtoras e valorizar a cultura cafeeira paulista

Depois das rotas do vinho, o estado de São Paulo ganhou, nesta terça-feira, 8, as Rotas do Café. A iniciativa foi lançada em evento no Palácio dos Bandeirantes, com a presença de cafeicultores e representantes do agronegócio paulista.

O projeto tem como objetivo conectar produtores, propriedades históricas, cafeterias, torrefações e atrações culturais em diferentes regiões do estado, para oferecer ao público uma imersão completa no universo do café. As experiências, que vão da colheita à xícara, serão oferecidas por meio de visitas guiadas, degustações, caminhadas entre os cafezais e encontros com quem vive do grão.

São Paulo conta com cerca de 30 mil produtores de café, que colhem, em média, 307 mil toneladas por ano. Além disso, o estado abriga 26 das maiores indústrias de café do país e movimenta R$ 4,57 bilhões na agricultura com a cultura cafeeira. Segundo o governo estadual, ao todo, mais de 60 empreendimentos turísticos paulistas estão conectados ao setor e farão parte das rotas.

Durante a cerimônia de lançamento das Rotas do Café, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, lembrou da conexão entre o grão e a história do estado. “São Paulo é um estado que se desenvolveu às margens dos trilhos dos trens, que chegaram ao interior para levar o café para o Porto de Santos. Então, nasceram as ferrovias, as cidades ao redor dessas ferrovias”, afirmou Tarcísio. “Hoje, celebrar as Rotas do Café significa celebrar a história do estado de São Paulo. Significa celebrar a aliança entre produtores, entre indústria”, complementou o governador.

O secretário de desenvolvimento econômico do estado, Jorge Lima, disse que a ideia surgiu em julho de 2023, logo após ele ter visitado as cidades de Franca e Torrinhas, referências na produção de café de São Paulo. Depois da visita, Lima compartilhou a experiência com o governador, que propôs a criação das rotas. “Não queremos ter somente o turismo do café. Queremos a cadeia econômica que passa pelo projeto nosso, de 50 quilômetros. Então, em um raio de 50 quilômetros, queremos produzir tudo que compõe a cadeia”, destacou. 

Edson Fernandes, secretário-executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de SP, ressaltou que a iniciativa das Rotas do Café é uma transformação da cadeia. “O que nós queremos com isso é fazer uma cafeicultura transformadora, que renove os princípios da produção de café, não só para colocar na saca, para colocar na xícara e para exportar, mas fazer com que o nosso estado se torne excelência no receptivo do turismo rural”, afirmou. 

Já o secretário de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena, afirmou que, além das rotas criadas, o setor conta com um ecossistema composto por museus e outras vivências que exaltam a cultura do café. “Em São Paulo, o café é mais do que uma bebida, o café é um destino. E, nessa xícara, misturam-se tradição, turismo e desenvolvimento. […] Essas rotas homenageiam toda a cadeia, desde o produtor, desde o campo, até quem serve uma xícara de café em um restaurante, hotel, padaria e cafeteria”, declarou.  

Lançamento das Rotas do Café foi feito em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes – Foto: SAA/Divulgação

Conheça as Rotas do Café de São Paulo:

Alta Paulista

Localizada no oeste paulista, com destaque para municípios como Marília e Garça, a região tem um solo rico e um microclima ideal para o cultivo de cafés especiais. Nos últimos anos, a cafeicultura local passou por uma grande transformação, focando na sustentabilidade e na produção de qualidade superior. Garça obteve, em 2022, a Indicação Geográfica de Procedência, um reconhecimento da excelência dos cafés produzidos na área. Além das plantações, a região abriga torrefações especializadas e promove experiências imersivas, como degustações e visitas técnicas.

Circuito das Águas Paulista

A região, que inclui cidades como Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Amparo e Campinas, combina o turismo rural com a tradição cafeeira. Pequenas propriedades familiares e fazendas históricas abrem suas portas para visitas guiadas, degustações e contato direto com os produtores. 

Cuesta, Itaqueri e Tietê Paulista

Localizada no centro-oeste paulista, em municípios como Brotas, Dois Córregos e Dourado, essa área se destaca pelo desenvolvimento de cafés artesanais e processos de torrefação cuidadosos. Além da produção, a região combina o turismo rural com atividades de aventura, oferecendo experiências que vão além da xícara, incluindo trilhas e visitas a propriedades sustentáveis. 

Visitantes das propriedades poderão ter contato com as plantações – Foto: Adobe Stock

Destinos Cafeeiros

São destinos que combinam conhecimento, história e degustação, permitindo que o visitante conheça o café do grão à xícara, vivenciando o legado desse produto que ajudou a moldar o estado de São Paulo.

Mantiqueira Vulcânica Paulista

Com altitudes que variam entre 800 e 1.300 metros, a região, que abrange cidades como Caconde, Espírito Santo do Pinhal e Águas da Prata, possui um terroir único, resultado de antigos solos vulcânicos. Esse diferencial confere aos cafés notas frutadas, florais e com acidez equilibrada, características muito apreciadas no mercado de cafés especiais.

Mogiana Paulista

Situada no nordeste do estado de São Paulo, a região abrange municípios como Franca, Pedregulho, Patrocínio Paulista e Cristais Paulista, reconhecidos pelo cultivo de café arábica em altitudes elevadas. Além da produção, a Mogiana Paulista se destaca pela modernização dos processos de torrefação e comercialização, preservando a tradição sem abrir mão da inovação