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Produtores de SP se preparam para exportar jabuticaba aos EUA

Família Fagan, que há mais de 50 anos produz jabuticaba, deve enviar duas toneladas da fruta congelada ao mercado norte-americano

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Sabrina Nascimento | São Paulo

17/01/2025 - 08:30

Jabuticabas colhidas na Fazenda Boa Vista, em Casa Branca (SP), considerada a capital da fruta tipicamente brasileira. Foto: Divulgação
Jabuticabas colhidas na Fazenda Boa Vista, em Casa Branca (SP), considerada a capital da fruta tipicamente brasileira. Foto: Divulgação

Originária do Brasil, a jabuticaba deve alçar novos voos nos próximos meses e encantar paladares nos Estados Unidos. Essa é a expectativa do casal Luis Gustavo de Genaro e Priscilla de Oliveira Fagan, produtores no município de Casa Branca, interior de São Paulo. Eles se preparam para realizar a primeira exportação da fruta in natura produzida na Fazenda Boa Vista, que cultiva jabuticaba há mais de 50 anos. 

Apesar do sucesso nas feiras locais, no mercado interno e no turismo rural, o sonho de expandir para o mercado internacional parecia distante. Entretanto, em 2024, durante a maior feira agropecuária do Brasil, a oportunidade chegou até eles. 

“Na Agrishow, nós conhecemos a gerente de Promoção de Exportações da InvestSP e organizadora do Poupatempo do Exportador, Elisabete Donato, ela conheceu a nossa história, provou os nossos produtos e perguntou se a gente exportava. Falamos que não, então, fomos convidados para fazer parte do programa”, explica Genaro. Ele ressalta que já existia demanda, mas como a maturação da fruta ocorre rapidamente, a ideia da exportação foi sendo postergada.  

O casal, então, decidiu se inscrever no Exporta SP, programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado de São Paulo e da InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à pasta. Apesar de ser permitida apenas a inscrição de uma pessoa da empresa no programa que capacita pequenos e médios negócios, Priscilla acompanhou todas as aulas ao lado do esposo, que era o inscrito oficial.  

Nos quatro meses de capacitação, Luis e Priscilla aprenderam sobre precificação, adequação de produtos, inteligência comercial e estratégias de marketing. E tudo de forma online e gratuita. “Se fosse um curso presencial, mesmo que fosse em Campinas [onde o casal mora], a gente não conseguiria participar porque no período do turismo, nós ficamos praticamente 100% do tempo em Casa Branca”, observou Luis.

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Com a ajuda dos mentores, o casal está seguindo todas as etapas necessárias para atingir a exportação. Inclusive, recentemente, enviaram algumas jabuticabas para uma feira nos Estados Unidos. “Nós fizemos um congelamento dessa fruta, seguindo um procedimento especial Então, colocamos a fruta em uma caixa de isopor e a pessoa interessada levou para uma feira lá [nos Estados Unidos]. Passamos todas as orientações de como fazer, de como não fazer, e como descongelar. O retorno que recebemos é de que foi um sucesso”, informa Genaro.  

Agora, o que falta para Luis e Priscilla conseguirem realizar sua primeira exportação de jabuticaba oficial para os Estados Unidos é a aprovação da documentação, que está em processo nos órgãos norte-americanos e brasileiros. “Tem toda uma parte burocrática que nós estamos tentando entender para fazer da melhor forma possível. É diferente de exportar laranja e limão, por exemplo, que já são conhecidos no mundo inteiro. Como a jabuticaba é uma fruta exótica brasileira tem outro procedimento”, detalhou Luis.

Quando conseguirem a autorização (ainda sem expectativa de data) os produtores planejam enviar duas toneladas da fruta congelada. “Nós estamos estudando para mandar da mesma forma, em caixa de isopor. A partir do momento que dá certo, aí nós vamos começar a trabalhar com container marítimo”, menciona o produtor.  

Tradição de gerações

A história do casal também carrega um simbolismo especial. Priscilla representa a quarta geração de uma família que construiu sua história ao redor deste pequeno fruto totalmente brasileiro. Com uma tradição que remonta à década de 1940, a família desenvolveu um modelo de negócios que une produção agrícola, inovação tecnológica e turismo rural. 

Ao Agro Estadão, Priscilla relatou que a história começou com seu avô e seus tios-avôs, que identificaram o potencial da jabuticaba. “Eles perceberam que, durante o período de safra, muitas pessoas vinham de São Paulo para consumir a fruta, o que mostrou que era um produto rentável”, disse. 

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Inicialmente, a família arrendava pomares em Casa Branca, conhecida como a capital da jabuticaba, mas logo decidiu investir em suas próprias terras. Hoje, mantém cerca de 3 mil pés de jabuticaba, com uma produção anual média de 150 toneladas. Além da fruta in natura, os produtores também apostam em produtos derivados.

“Percebemos que até 40% da colheita, composta por frutas pequenas ou que não atendem aos padrões do mercado, poderia ser reaproveitada para produzir geleias, licores e farinha da casca, que pode ajudar no controle de colesterol”, explica Fagan. A parceria com instituições como a Universidade Estadual de Campinas impulsionou o desenvolvimento de novos produtos, incluindo aguardente de jabuticaba.

O turismo rural é outra área que tem ganhado destaque. Em 2021, a família Fagan decidiu abrir a propriedade para visitas, com a criação de um empório local que comercializa os produtos derivados. “O turismo trouxe um novo olhar para a jabuticaba. As pessoas estão descobrindo que não é apenas uma fruta do quintal, mas um produto que gera empregos”, destaca Priscilla. 

Embora o mercado principal da jabuticaba produzida na Fazenda Boa Vista ainda seja o estado de São Paulo, a família tem expectativa de expandir sua presença para outras regiões do país e do mundo. 

Exporta SP em 2024

Assim como Luis e Priscilla, cerca de 300 produtores e empresas foram capacitados pelo Exporta SP em 2024. Desde o início do programa, 1.150 negócios receberam capacitação. Com a abertura de novas vagas, a meta do governo é chegar a 1,5 mil empresas até o final deste ano. 

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“Ao investir na capacitação empreendedora, queremos incentivar os pequenos negócios a buscar novos mercados e mover a alavanca do desenvolvimento que gera renda e emprego”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de SP, Jorge Lima.

Já o presidente da InvestSP, Rui Gomes, avalia que os pequenos negócios têm grande relevância econômica, respondendo por mais da metade dos empregos gerados no Brasil, além de representarem quase metade das empresas exportadoras. “Capacitar, abrir novos mercados e apoiar esses empreendedores está diretamente ligado à missão da InvestSP de gerar desenvolvimento, emprego e renda em São Paulo”, pontua Gomes.

As empresas e produtores que desejam ampliar seus negócios, alcançando a exportação, podem se inscrever para a primeira turma do Exporta SP de 2025. As inscrições estão abertas no site da InvestSP.

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