Governadores dos estados que sofrem com os incêndios florestais devem se reunir em Brasília com o presidente Lula para discutir medidas; em SP, prejuízo estimado passa de R$ 500 milhões
O governo de Rondônia declarou situação de emergência por 180 dias devido à quantidade de incêndios florestais neste ano. São 4.197 focos nas cidades e 690 em áreas de conservação, totalizando 4.887 focos, o dobro do que foi registrado no ano passado. Ainda segundo o governo estadual, o fogo destruiu mais de 107 mil hectares de florestas.
No decreto publicado no Diário Oficial do Estado desta terça, 27, o governo cita “situação crítica de estiagem” que começou ainda no segundo semestre de 2023 e que deve persistir por mais três meses.
O texto também cita que os incêndios florestais e a baixa umidade relativa do ar vêm “causando impactos significativos nas atividades agrícolas, pecuárias, na navegabilidade dos rios e em outras atividades econômicas e essenciais para a população.”
Segundo o governo de Rondônia, em 2024, o número de focos de calor na Amazônia cresceu 43% em comparação com o mesmo período do ano anterior. E o estado foi o que mais teve aumento, com alta de 23% apenas no mês de agosto
Nos próximos dias, governadores dos estados que sofrem com os incêndios devem se reunir em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite desta segunda, 26, foi a vez do presidente do Ibama ter um encontro com Lula.
Rodrigo Agostinho disse ao Agro Estadão que “foi uma reunião preparatória para avaliar o status dos incêndios, da seca e das ações que estão sendo desenvolvidas”.
Também em Brasília, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que não considera os incêndios um “acaso” e reforçou que o Agro é o maior prejudicado.
“Prejuízo ultrapassando R$ 500 milhões para esta safra. Aonde nós vamos ter algum tipo de envolvimento nisso?”, disse Lupion a jornalistas após a reunião da FPA. “Aliás, quem mais está combatendo esses incêndios são as brigadas de incêndios dos produtores de cana, das usinas, pessoal de eucalipto e os produtores. Super preocupante, muito perigoso [o produtor fazer esse combate ao fogo]. Para nós é o pior cenário possível”, avaliou.
O governo do Estado de São Paulo atualizou o número de prisões de suspeitos de iniciar os focos de incêndio no interior durante o fim de semana. Até o momento, cinco pessoas foram presas, conforme reportagem do Estadão.
Apesar de não existirem mais focos ativos, 48 municípios seguem em estado de alerta para as queimadas. Os incêndios florestais que se intensificaram no fim de semana provocaram duas mortes.
De acordo com a ORPLANA (Organização das Associações de Produtores de Cana-de-Açúcar), mais de 80 mil hectares foram queimados, em áreas de cana e de rebrota, causando prejuízo estimado em mais de R$500 milhões. Os dados foram atualizados na tarde desta terça, 27.
*Com informações da Agência Brasil e colaboração de Daumildo Júnior
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