No Estadão Summit Agro, fazenda em Minas Gerais foi apresentada como case de sucesso em agricultura regenerativa
Manter o solo coberto o tempo todo. Esse é o principal caminho para manter um sistema de agricultura regenerativa na produção do café, segundo Marcelo Urtado, cafeicultor, engenheiro agrônomo e presidente do Consórcio Cerrado das Águas – plataforma colaborativa que reúne empresas, governo e sociedade civil visando à preservação ambiental para combater as mudanças climáticas.
Urtado apresentou os benefícios da produção regenerativa na manhã desta quarta-feira, 13, durante o Estadão Summit Agro, em São Paulo. Ele demonstrou os resultados do café cultivado na fazenda Três Meninas, localizada entre Monte Carmelo e Patrocínio, em Minas Gerais.
A propriedade da família começou a produzir café especiais em 2016. Urtado conta que houve um aumento dos custos de produção de cerca de 20% nos primeiros cinco anos, para a implantação de novas práticas. De lá para cá, começou a haver redução, que já compensou o aumento inicial.
Entre as principais metodologias adotadas na fazenda Três Meninas, cujo nome é uma homenagem à esposa e às duas filhas, para lembrar a importância das mulheres na agricultura, estão o uso de plantas entre os pés de café. Isso aumenta a população de inimigos naturais das pragas dos cafezais e mantém o solo com mais umidade. Também é feita a soltura de espécies predadoras de pragas, para reforçar o combate natural.
Os corredores da plantação favorecem a mecanização e existem estações meteorológicas espalhadas pela propriedade, para fazer a gestão hídrica, além de sensores que simulam as folhas do café e que fazem uma análise preditiva de doenças.
“O maior benefício de todas essas técnicas é a maior disponibilidade de água associada ao menor uso. Precisamos de reserva de água para produzir. Se não tiver recurso hídrico, principalmente na florada, é um prejuízo enorme”.
A Fazenda Três Meninas mantém, ainda, parcerias com universidades e fomenta pesquisas ali mesmo na propriedade, para gerar e disseminar conhecimentos sobre agricultura regenerativa. “Desde 2017, fazemos aferições de carbono na fazenda. E sempre tivemos um balanço negativo. Isso significa que a gente sequestra mais carbono do que emite”.
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