Sustentabilidade

Agricultura regenerativa: o que é, benefícios e como implementar

A agricultura regenerativa fortalece o solo, aumenta a biodiversidade e torna a produção mais eficiente e sustentável

Em tempos de mudanças climáticas e degradação do solo, a agricultura regenerativa surge como uma alternativa viável e benéfica para produtores rurais que buscam melhorar suas produções de maneira sustentável e eficiente.

Segunda a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) essa prática se destaca em um contexto onde a demanda por alimentos cresce, especialmente com a previsão de que a produção agrícola precisará aumentar em 60% até 2050 para alimentar uma população global de 10 bilhões de pessoas

O que é agricultura regenerativa?

A agricultura regenerativa é um sistema de cultivo que prioriza a recuperação e o fortalecimento dos ecossistemas agrícolas. 

Diferente da agricultura convencional, a prática regenerativa tem o objetivo de aumentar a vitalidade ao solo, a biodiversidade e criar ambientes mais resilientes. 

Em vez de apenas minimizar o impacto ambiental, a agricultura regenerativa trabalha ativamente para restaurar o solo, capturar carbono e promover a saúde dos ecossistemas agrícolas.

Seus princípios incluem o uso de técnicas como o plantio direto, a rotação de culturas, a cobertura do solo e o manejo integrado de pastagens, que se combinam para criar um sistema agrícola mais saudável e produtivo. 

Benefícios da agricultura regenerativa

Foto: Adobe Stock

A adoção de práticas regenerativas oferece diversos benefícios. Confira os principais:

Melhoria da saúde do solo

O solo é a base de qualquer sistema agrícola, e sua saúde é essencial para uma produção eficiente e sustentável. 

A agricultura regenerativa promove o uso de práticas como a rotação de culturas e a cobertura vegetal, que mantêm a umidade e os nutrientes do solo, prevenindo a erosão e estimulando a vida microbiana. 

Aumento da biodiversidade

Ao adotar práticas como a rotação de culturas e a diversificação de plantas, a agricultura regenerativa promove um ambiente rico em biodiversidade. 

A presença de diferentes espécies de plantas e microrganismos contribui para a saúde do solo e reduz a necessidade de pesticidas, criando um ecossistema autossustentável. 

Esse equilíbrio natural é fundamental para que pragas e doenças sejam controladas naturalmente, diminuindo a necessidade de produtos químicos.

Sequestro de carbono

Uma das contribuições mais significativas da agricultura regenerativa para o meio ambiente é o sequestro de carbono. 

Através de práticas que aumentam a matéria orgânica do solo, como o plantio direto e a compostagem, a agricultura regenerativa pode ajudar a capturar grandes quantidades de carbono da atmosfera, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. 

Segundo a Embrapa, práticas como o plantio direto têm potencial de capturar até 1 tonelada de carbono por hectare ao ano.

Resiliência climática

A diversidade de plantas e a prática do solo coberto promovem a retenção de umidade e aumentam a resiliência das lavouras em períodos de seca. 

A agricultura regenerativa ajuda as plantas a se adaptarem a condições climáticas extremas, como chuvas intensas ou secas prolongadas. Essa maior resiliência torna as lavouras menos vulneráveis e mais produtivas, garantindo a sustentabilidade da produção.

Como implementar a agricultura regenerativa na sua propriedade

Para iniciar a transição para a agricultura regenerativa, é importante planejar cada etapa e adaptar as práticas à realidade de cada propriedade. Confira algumas orientações para iniciar a implementação.

Avaliação e planejamento

Comece com uma análise do solo, que ajudará a identificar suas características e necessidades específicas. 

Planeje a rotação de culturas com base nessa avaliação, escolhendo plantas que irão enriquecer o solo e beneficiar o sistema agrícola como um todo.

Escolha de práticas adequadas

A escolha das práticas regenerativas deve considerar o tipo de solo, o clima local e as culturas já existentes na propriedade. 

Para solos argilosos, por exemplo, a cobertura vegetal pode ajudar a reduzir a compactação, enquanto solos arenosos podem se beneficiar de plantas que retêm água e nutrientes.

Capacitação e educação

Investir em capacitação é fundamental para que as práticas regenerativas sejam implementadas de forma eficaz. Cursos e workshops em agricultura regenerativa estão disponíveis em várias regiões, proporcionando uma base sólida para produtores rurais que buscam adotar essa abordagem. 

Instituições como a Embrapa oferecem programas que ensinam técnicas regenerativas e compartilham experiências de campo.

Monitoramento e ajustes

O monitoramento contínuo é essencial para avaliar o impacto das práticas regenerativas na propriedade. É recomendável acompanhar indicadores como a qualidade do solo, o crescimento das culturas e a presença de biodiversidade. 

Ajustes nas práticas devem ser feitos conforme necessário para garantir que os objetivos de regeneração e produtividade sejam alcançados.

Práticas comuns na agricultura regenerativa

A agricultura regenerativa combina várias práticas que visam a restaurar o equilíbrio do ecossistema agrícola. Abaixo, listamos algumas das práticas mais eficazes.

Plantio direto e cobertura do solo

O plantio direto evita a necessidade de revolver o solo, preservando sua estrutura natural e reduzindo a erosão. Essa técnica mantém os resíduos vegetais na superfície, criando uma camada protetora que conserva a umidade e diminui a evaporação. 

Além disso, o uso de cobertura vegetal mantém o solo ativo o ano todo, favorecendo o crescimento de microrganismos essenciais.

Compostagem e ciclagem de nutrientes

A compostagem é um processo natural de decomposição de resíduos orgânicos que resulta em um composto rico em nutrientes. 

Esse processo melhora a fertilidade do solo, promovendo uma ciclagem de nutrientes mais eficiente e reduzindo a necessidade de fertilizantes sintéticos. A compostagem pode aumentar a retenção de nitrogênio e fósforo, essenciais para a saúde das plantas.

Agroflorestas e integração de culturas

A integração de árvores com culturas agrícolas, como ocorre nas agroflorestas, ajuda a criar um ecossistema equilibrado. As árvores fornecem sombra, melhoram a estrutura do solo e criam um habitat natural para a fauna. 

Essa prática aumenta a biodiversidade e permite o cultivo de diversas culturas, tornando o sistema mais produtivo e sustentável.

Manejo holístico de pastagens

O manejo holístico de pastagens é uma técnica regenerativa que usa o movimento controlado dos animais para promover a regeneração do solo. 

O pastoreio rotacionado garante que o solo não seja exposto excessivamente, permitindo a recuperação da vegetação. Essa prática também estimula o crescimento de gramíneas, que aumentam a matéria orgânica no solo e melhoram a fertilidade a longo prazo.

Embora os benefícios da agricultura regenerativa sejam amplos, a transição para esse modelo pode trazer desafios iniciais. Os custos de implementação e a necessidade de conhecimento técnico especializado são barreiras comuns. 

No entanto, com o tempo, os ganhos em produtividade compensam o investimento inicial. À medida que a agricultura regenerativa se populariza, surgem incentivos e programas de apoio que facilitam a adoção dessas práticas pelos produtores rurais.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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