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Terra roxa: origens e como cuidar do solo vermelho
Mesmo se dando bem com a maior parte das culturas, a terra roxa exige cuidados especiais

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07/03/2022 - 15:00

O Brasil é um país muito rico em diversidade de solos, e isso acontece porque a terra é composta de vários elementos, como matéria orgânica, minerais, gases e água, o que pode variar de uma região para outra.
Essas variações originam os principais tipos de solo que encontramos em nosso país, como a terra roxa, massapé, salmourão e aluviais.
Hoje, vamos nos aprofundar um pouco mais nas particularidades da terra roxa, um solo de grande importância para a agricultura brasileira.
Por que a terra vermelha se chama “terra roxa”?
O nome “terra roxa” surgiu quando imigrantes da Itália vieram ao Brasil no século 19 para cultivar café e passaram a chamar esse solo de “terra rossa”, que significa “vermelha” em italiano.
Contudo, com o passar do tempo, a palavra passou a ser entendida como “roxa” pelos brasileiros, que espalharam esse nome por todo o território nacional. A confusão na tradução popularizou o termo “terra roxa”, que persiste até hoje.
De coloração extremamente avermelhada, a terra roxa — também conhecida como terra vermelha — é encontrada principalmente nos estados do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, abrangendo áreas significativas do Centro-Oeste e Sudeste do país.
Sua ocorrência está ligada a derrames basálticos antigos, que deram origem a este solo fértil.
Como a terra roxa se forma?
A terra roxa tem como principal característica o tom vermelho, que se formou após milhões de anos de decomposição de rochas basálticas, um tipo de rocha vulcânica rica em minerais.
Esse solo é muito rico em óxidos de ferro, principalmente hematita e goethita, que conferem a cor característica e contribuem para a sua fertilidade.
A terra roxa é considerada um solo relativamente jovem, com boa profundidade e textura que favorecem o desenvolvimento das raízes das plantas.
Em decorrência dessa adaptabilidade e alta fertilidade natural, a terra roxa é uma das mais caras do Brasil, com o valor do hectare variando de R$ 30 a R$ 40 mil, podendo alcançar valores ainda maiores em regiões de alta demanda agrícola.
Essa valorização reflete o seu potencial produtivo e a sua importância para o agronegócio brasileiro.
A terra vermelha é boa para o plantio?
Como mencionamos no tópico anterior, a terra roxa é muito rica em nutrientes, e a maioria das culturas se adapta muito bem ao seu solo, porém ela exige alguns cuidados específicos para garantir a sua produtividade a longo prazo.
Além da alta fertilidade natural, a terra roxa apresenta boa permeabilidade e capacidade de retenção de água, o que a torna ideal para o cultivo de diversas culturas.
Segundo o professor e doutor Paulo Sérgio Pavinato, do departamento de Ciências do Solo da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista a veículos especializados, a terra roxa precisa que seus nutrientes sejam repostos com recorrência para que seu pH seja corrigido e mantenha suas características ao longo do tempo.
A análise do solo é fundamental para determinar as necessidades de correção e adubação, garantindo o equilíbrio nutricional e a alta produtividade das culturas.
A maioria das culturas se dá bem na terra roxa, mas ela é mais utilizada para o plantio dos grãos de soja, milho e trigo, que respondem muito bem à sua fertilidade e características físicas.
Além dessas culturas, a terra roxa também é utilizada para o cultivo de café, cana-de-açúcar, algodão, frutas cítricas e outras culturas de grande importância econômica.
Como adubar a terra roxa?
A terra roxa é bastante argilosa porque tem alumínio, magnésio, ferro, potássio e lítio em sua composição. Por conta disso, ela tem certa facilidade para a compactação, assim dificultando a circulação do ar e da água através do solo.
A compactação pode ser agravada pelo uso intensivo de máquinas agrícolas e pelo pisoteio do gado, prejudicando o desenvolvimento das raízes e a absorção de nutrientes pelas plantas.
Para corrigir esse problema, é necessário que os agricultores invistam em condicionadores que tornem a terra mais porosa e também enriqueçam o solo com bastante matéria orgânica, como esterco, compostagem e adubação verde.
A calagem, que consiste na aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo, também é uma prática importante para melhorar a disponibilidade de nutrientes e favorecer o desenvolvimento das plantas.
O investimento em matéria orgânica é um dos mais importantes, porque ela age como condicionador do solo, aumentando a porosidade da terra vermelha e reduzindo sua densidade, facilitando a retenção da umidade e a disponibilidade de nutrientes.
Além disso, a matéria orgânica contribui para a atividade biológica do solo, favorecendo a decomposição de resíduos vegetais e a liberação de nutrientes para as plantas.
A utilização de técnicas de plantio direto, que preservam a cobertura do solo e reduzem o revolvimento da terra, também é uma prática recomendada para melhorar a qualidade da terra roxa e aumentar a sua produtividade a longo prazo.
Fonte: Conexão Planeta, Mineradora Morro Grande.
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