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Êxodo rural: causas e consequências

Processo de migração influenciou o modo de ocupação das cidades brasileiras

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Summit Agro

22/01/2022 - 11:00

Exodo rural abre
Exodo rural abre

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de urbanização (taxa da população que vivia em grandes cidades) do Brasil em 1940 era um pouco mais de 26%. Quarenta anos depois, na década de 1980, o índice chegou a 70%, ou seja, a população urbana mais do que dobrou em relação à rural. Vamos analisar e entender os motivos e as consequências do êxodo rural.

Mecanização do campo é um dos fatores que contribuem para o êxodo rural. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O que é êxodo rural?

Denomina-se “êxodo rural” o processo de migração de pessoas da zona rural para a urbana, ou seja, a saída de moradores do campo com destino às grandes cidades. Segundo um estudo divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil a maior concentração de movimentos de migração ocorreu entre as décadas de 1960 e 1980, depois disso os índices se mantiveram em constante queda.

No Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo IBGE, a taxa de migração campo-cidade era de 1,31%. Dados mais recentes do IBGE mostram que, em 2023, essa taxa caiu para 0,65%. Apesar da redução na migração rural-urbana, apenas 14,8% da população brasileira residem em zonas rurais, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Por que acontece o êxodo rural?

Os motivos para os movimentos migratórios no sentido das cidades podem ser resumidos a um só: a busca por melhores condições de vida. Já as razões que levaram a vida no campo a se tornar “mais dura” são várias. 

A partir da década de 1960, a ditadura militar instaurada no Brasil instituiu um programa chamado de Revolução Verde. Na prática, isso significou um investimento maciço na agricultura brasileira para transformá-la em uma das principais exportadoras mundiais, com grandes aportes financeiros para o setor de produção de sementes, utilização de agroquímicos e mecanização do campo. 

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Os benefícios foram concentrados majoritariamente “nas mãos” de grandes produtores, o que gerou a concentração fundiária. Sem conseguir competir com os concorrentes, restava aos pequenos produtores vender as terras (alimentando o ciclo de concentração fundiária) e procurar melhores condições de vida.

Além disso, a metade do século 20 foi a época de grande industrialização do Brasil. Com isso, as grandes cidades começaram a se tornar atrativas pela oferta de empregos, pelo acesso à educação e saúde e pelas melhorias tecnológicas que poderiam oferecer.

Esse cenário foi reforçado por políticas públicas que priorizaram o desenvolvimento urbano em detrimento do rural, como a construção de grandes polos industriais e a expansão da infraestrutura urbana.

Quais são as consequências do êxodo rural?

O crescimento desordenado das cidades e as moradias em áreas de risco foram alguns dos efeitos do êxodo rural brasileiro. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Infelizmente, as cidades não estavam preparadas para receber e integrar todo o fluxo migratório que receberam em pouco tempo. Com isso, o êxodo rural gerou uma série de consequências negativas como as descritas a seguir.

Aumento do desemprego

O crescimento acelerado não comportou a mão de obra de todos os trabalhadores que chegavam, além disso faltava qualificação profissional adequada aos postos oferecidos aos recém-chegados.

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Aumento do subemprego

Sem oportunidades, muitas pessoas se submeteram a condições precárias de trabalho para garantir a subsistência. Além disso, o grande exército de reserva de trabalhadores faz os empregadores pagarem menos.

Marginalização

A falta de emprego ou os empregos mal-remunerados levam à marginalização, com famílias morando em áreas periféricas e, por vezes, em situações de risco — por exemplo de desabamentos e alagamentos. Também nas décadas de maior êxodo rural percebeu-se o grande crescimento de favelas.

No campo, o êxodo rural teve algumas consequências negativas, como a diminuição da mão de obra, a criação de vazios demográficos (com pequenas cidades quase desaparecendo) e a substituição de trabalhadores por máquinas.

Pressão sobre a infraestrutura urbana

O aumento rápido e desordenado da população urbana sobrecarregou serviços básicos como saneamento, transporte público, saúde e educação, o que gerou problemas de qualidade de vida nas cidades e dificultou a integração dos migrantes.

Perda de biodiversidade e recursos naturais no campo

A substituição de pequenas propriedades por grandes monoculturas mecanizadas, resultado do êxodo rural, causou impactos negativos na biodiversidade e nos recursos naturais. O desmatamento, a degradação do solo e o uso intensivo de agrotóxicos tornaram-se problemas comuns em regiões antes ocupadas por pequenos produtores.

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No campo, o êxodo rural teve algumas consequências negativas, como a diminuição da mão de obra, a criação de vazios demográficos (com pequenas cidades quase desaparecendo) e a substituição de trabalhadores por máquinas.

Além disso, o abandono de terras férteis em algumas áreas contribuiu para o aumento da desigualdade regional e da vulnerabilidade econômica em comunidades rurais.

Fonte: Embrapa, My Farm, Mundo Educação, Brasil Escola, Prepara Enem.

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