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Boas práticas para o plantio de algodão

O Brasil é o quinto maior produtor de algodão no mundo, e o manejo correto da planta pode impulsionar ainda mais os números

5 minutos de leitura

09/04/2020

Com uma colheita estimada em 2,7 milhões de toneladas nesta safra de algodão, o Brasil detém o quinto lugar no ranking mundial de produção da pluma graças ao aumento significativo das áreas dessa cultura, com destaque para o estado do Mato Grosso, responsável por 66% de todo o algodão produzido no país. Nas últimas cinco safras, a área ocupada pelas lavouras praticamente dobrou, saindo de 564 mil hectares no ciclo 2014/15, para os atuais 1,072 milhão de hectares.

Para manter o alto nível de produtividade que coloca o Brasil entre os maiores produtores mundiais, o plantio requer atenção especial. Dessa forma, elencamos oito dicas que vão ajudar a otimizar a produção do algodão nas lavouras.

1. Área e rotação de culturas

Um dos principais fatores para a obtenção de sucesso em uma lavoura de algodão é dar preferência a plantios em áreas planas, que facilitam os processos de drenagem e a mecanização.

A realização de rotação de culturas na fase de pré-plantio da pluma ajuda a melhorar a estruturação do solo, e isso eleva sua capacidade de drenagem. Com o solo mais forte, os custos com pragas e doenças são consequentemente reduzidos. Recomenda-se que nessa rotação as espécies utilizadas sejam aquelas de fácil condução e que produzam um alto volume de matéria seca, sempre cuidando para não usar espécies hospedeiras de nematoides, por exemplo. Em lavouras que ainda não fazem rotação, aconselha-se que ela seja introduzida aos poucos, inicialmente em uma parte da área de plantio.

2. Plantio em área limpa

Por serem muito sensíveis à competição, as plântulas de algodão devem ser estabelecidas em terreno limpo, ou seja, sem a presença de espécies daninhas. O cuidado deve ser tomado especialmente durante os primeiros 80 dias após a semeadura, pois os impactos no crescimento e na produtividade são grandes, por menor que seja a presença de plantas daninhas. De qualquer forma, para garantir a qualidade do produto final, é recomendável manter a área do plantio limpa durante todo o ciclo.

Os momentos mais adequados para a aplicação de herbicidas sem ocasionar danos à lavoura são os seguintes: pré-plantio, pré-emergência da cultura, pós-emergência da cultura e fase de dessecação de plantas.

3. Correção do solo

Geralmente os solos médios e argilosos permitem o melhor desempenho da cultura devido à maior retenção de umidade. Entretanto, as boas práticas — como análises de solo — certamente auxiliam na otimização produtiva da lavoura.

Os solos escolhidos para implantação da cultura devem apresentar características físicas, químicas e biológicas favoráveis ao algodoeiro. No caso de haver alguma limitação física, por exemplo, a correção deverá ser realizada previamente ao plantio do algodão.

A semeadura realizada em solos compactados e maldrenados é um erro que deve ser sempre evitado. O mesmo vale para solos com limitações químicas, como excesso de acidez, ou biológicas, como a presença de nematoides. Isso significa que o manejo deverá ser realizado conforme a necessidade de cada tipo de solo. O recomendável é que essa correção comece com pelo menos três meses de antecedência em relação à data planejada para o plantio.

4. Cuidados com a adubação

A adubação do algodoeiro pode ocorrer em diferentes momentos para suprir as necessidades da cultura. Durante a semeadura, por exemplo, normalmente ocorre no sulco. A recomendação de macro e micronutrientes acontece de acordo com as análises de solo que devem ser realizadas. No caso do nitrogênio, a recomendação é baseada tanto na produtividade esperada quanto no histórico da área.

Caso seja preciso, a adubação de cobertura pode ser realizada de forma única ou parcelada entre 30 e 35 dias após a emergência e entre 20 e 30 dias após a primeira adubação.

5. Variabilidade genética

A escolha da semente pode influenciar diretamente no estabelecimento da cultura, e o melhor cenário é a opção por variedades que tenham alto potencial produtivo e sejam resistentes a pragas e doenças, nematoides e herbicidas. A escolha deve ser feita por aquelas que tenham uma boa adaptabilidade na região do plantio, sempre priorizando uma diversificação de variedades.

Assim, recomenda-se que, antes de iniciar a semeadura, um teste de emergência em um canteiro da propriedade seja realizado para determinar as melhores escolhas.

6. Espaçamentos adequados

Quanto maior o número de plantas em uma mesma área, maior será a competição entre elas, tanto por água quanto por luz e nutrientes. Dessa forma, é fundamental determinar o espaçamento adequado para a máxima produtividade da lavoura, conforme apresentado a seguir:

  • para o plantio de algodão, geralmente o indicado é que haja um espaçamento de 0,76 m a 0,90 m entre as fileiras;
  • para cultivos mais densos (10 plantas por m²), o espaçamento pode ser de 0,45 a 0,50 m;
  • para variedades com porte mais elevado, a densidade não deve ultrapassar 8 plantas por m².

Importante: recomendam-se maiores densidades para variedades de menor porte e para solos arenosos.

7. Época certa de plantio

O que determina a melhor época para plantio do algodão é o zoneamento e o regime de chuvas regionais. Quando não há planejamento, as perdas na produtividade certamente serão uma consequência.

Assim, pode-se realizar o plantio do algodão em “época normal” ou “safrinha”, dependendo do tipo de sistema adotado na propriedade.

  • A semeadura em época normal tem apenas uma safra por ano. Contudo, a produção de algodão pode expressar sua máxima produtividade.
  • A semeadura em safrinha, que ocorre após a colheita da soja, tem início normalmente em fevereiro.

8. Custos e planejamento

Os principais fatores que atualmente afetam os custos de produção de algodão são a alta do dólar, as despesas com macronutrientes e fungicidas — que tiveram aumentos de 12,00% e 9,70%, respectivamente — e a mão de obra do trabalhador rural.

Para obter rentabilidade diante desse cenário, o planejamento é fundamental na empresa rural. Sabendo quais são os principais custos, o produtor poderá tomar decisões mais assertivas para otimizar seus ganhos — do plantio à comercialização.

O algodão é uma das culturas que mais necessitam de cuidados e investimentos. Dessa forma, todo e qualquer detalhe em seu processo produtivo deve ser considerado e analisado para fazer a diferença nos números finais de produção e rentabilidade da lavoura.

Fonte: Estadão.

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