Pecuária
Cavalo Crioulo gera R$ 5,36 bilhões ao ano e 160 mil empregos
Estudo da ABCCC e da Esalq reforça expansão da raça impulsionada pelo esporte
Redação Agro Estadão
05/12/2025 - 12:55

O cavalo Crioulo movimenta R$ 5,36 bilhões por ano no Brasil, segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq). O levantamento reúne dados econômicos da raça e mostra que o setor emprega 31,3 mil pessoas de forma direta e mais de 130 mil de forma indireta, alcançando 160 mil famílias.
Os novos dados ampliam estimativas preliminares apresentadas pelo Agro Estadão. Na época, a Esalq indicava que a raça movimentava R$ 3 bilhões ao ano apenas no Rio Grande do Sul e sustentava 15 mil empregos diretos no Estado. Com o estudo consolidado, o impacto nacional mais que dobra e confirma a expansão da atividade para outras regiões.
O relatório inclui comércio de animais, mercado veterinário, rações, turismo e provas esportivas. Com rebanho de 508.080 animais, cada Crioulo gera em média R$ 10.549 por ano. Segundo o presidente da ABCCC, André Rosa, os dados trazem uma radiografia setorial essencial para fundamentar nossos planos de expansão. “O cavalo é mais do que uma paixão do Sul do Brasil ou uma ferramenta de trabalho no campo. Hoje, é a base de empresas lucrativas, ferramenta para tratamento de saúde mental, sem falar no mundo do esporte”, afirmou.
O esporte é a principal finalidade dos criatórios, responsável por 75% das operações. Laço Comprido e Doma de Ouro têm maior impacto, enquanto Freio de Ouro e Morfologia seguem como vitrines da raça. O trabalho de campo responde por 22,56%.
“A raça é muito adaptada para uso em rodeios e acreditamos em um avanço consistente nos próximos anos”, disse o gerente de expansão da ABCCC, Gérson de Medeiros, que prevê aumento de 15% no número de provas em 2026 na chamada Região 8, que abrange Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

A pesquisa também analisou propriedades dedicadas à criação. As fazendas têm, em média, 440 hectares, com 92 destinados à tropa. Agricultura e pecuária são as principais atividades dos criadores, com 64,95% e 22,45%, respectivamente.
O Rio Grande do Sul concentra 80% da renda e dos animais da raça, com R$ 4,28 bilhões e 412 mil cavalos. Santa Catarina aparece com 33,7 mil animais, seguida pelo Paraná, com 31,8 mil.
Rosa destacou a força do Estado no setor e vê espaço para expansão. “Os dados mostram um grande potencial de uso desse animal no resto do Brasil. Não há limites para as manadas de Crioulos no Brasil e no mundo”, afirmou o presidente da ABCCC, que participou recentemente de agenda internacional da raça na Itália.
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