Inovação
Fisális: conheça a fruta de decoração que pode diversificar renda de produtores rurais
De origem sul-americana, a fisális ainda é pouco produzida no Brasil e tem grande potencial de venda
Daumildo Júnior* | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
04/09/2024 - 12:39
Não é raro ir a festas de aniversário ou de casamento e encontrar um bolo enfeitado com uma frutinha amarela e cobertura dourada. Essa é a fisális, uma fruta exótica que tem ganhado espaço no mercado brasileiro, seja pela sua elegância ou pela curiosidade.
Com diferentes nomes, essa frutinha pode guardar mais do que apenas beleza. O Agro Estadão mostra quais são, os benefícios e como deve ser o manejo da fisális.
O que é a fisális?
É considerada uma fruta exótica de cor amarela e formato arredondado e pequena. A baga é do tipo carnosa e tem sabor ácido e doce. Além disso, o fruto é envolvido por uma espécie de folhas formando um cálice também chamado de capulho.
É da mesma família do tomate, pimenta, batata e jurubeba, as Solanaceae. Originária da América do Sul, as espécies mais cultivadas comercialmente são Physalis peruviana L. e Physalis angulata L.
Entre os usos, a fisális pode ser consumida in natura ou desidratada. Além disso, pode ser utilizada para decoração de doces finos e bolos, na produção de geleias, sucos, sorvetes e licores, e em molhos de saladas e carnes.
Quais os outros nomes da fisális?
Ela também pode ser chamada por outros nomes que variam de acordo com a região e o país. No Brasil, pode ser conhecida por o joá-de-capote, saco-de-bode, camapu, camapum e mullaca. Já na Colômbia recebe o nome de uchuva, no Japão, de hosuki, e em países de língua inglesa pode ser goldenberry.
O que a fisális tem de benefícios?
Além de ser bonita esteticamente, a fisális também é uma fruta com propriedades nutricionais. Outro benefício está relacionado ao seu valor econômico.
- Para saúde humana: rica em vitaminas A, C, ferro, fósforo e fibras, a fisális também tem atuação anticoagulante, diurético e anti-inflamatório. Segundo Epamig, as folhas e raízes possuem alcaloides, flavonoides, carotenóides e compostos bioativos, substâncias capazes de auxiliar na prevenção de doenças. Há estudos também que indicam um potencial anticarcinogênico.
- Para produtor rural: o cultivo pode ser uma alternativa rentável para pequenos produtores, já que seu valor de mercado costuma ter altos patamares. Além disso, boa parte do que é consumido no país é importado da Colômbia ou de outros países. Por isso, uma produção interna pode fazer com que a produção nacional seja mais barata e mais competitiva.
Como cultivar a fisális?
A fisális é uma cultura relativamente fácil de plantar. Porém, a Epamig indica alguns cuidados na hora de fazer o plantio.
Confira o material da Epamig com orientações técnicas para o cultivo
Clima e solo
Ela é uma planta que não vai bem com frio ou calor extremos e com a seca. Também não tolera solos encharcados ou muito úmidos. Além disso, a recomendação é que não se plante a fisális em áreas que já receberam tomate, pimentão ou batata. A correção do solo deve ser feita caso o pH não esteja entre 5,5 e 6,8 É uma planta que prefere terrenos mais altos, entre 800 e 3.500 metros.
Sementes e mudas
É recomendado fazer mudas antes de plantar em definitivo. Para obter as sementes basta bater a fruta no liquidificador por velocidade baixa. Depois é preciso separar a polpa e retirar as sementes. Cada fruta pode conter até 200 sementes.
Em seguida, pode-se plantar as sementes em saquinhos próprios de mudas e a germinação costuma acontecer entre 10 e 20 dias.
Plantio
Quando as mudas atingem entre 20 e 30 centímetros elas estão prontas para serem transplantadas no local definitivo. O espaçamento entre plantas recomendado é entre um a dois metros de distância, e entre linhas de plantio o ideal é que fiquem entre dois e três metros.
Assim como o tomate, é importante observar o tutoramento da planta. Essa técnica pode começar a ser feita quando a fisális atinge 80 centímetros de altura. Um dos sistemas mais utilizados é o tutoramento em V.
O manejo ainda inclui cuidados com pragas e doenças. São plantas suscetíveis aos ataques de ácaros, pulgões, brocas e tripes. A recomendação é fazer aplicações de defensivos ou agrícolas ou biológicos de forma constante dependendo do grau de infestação.
Colheita e pós-colheita
A colheita costuma ser feita após 120 dias do transplantio das mudas e dura em média cinco meses (há lugares que chegam a onze meses, mas no Brasil o comum são cinco). Fatores como frio e calor, além da altitude elevada influenciam nesse período.
De acordo com a Epamig, entre a abertura da flor até o ponto ideal de colheita da fruta, costuma variar entre 23 e 27 dias. O ponto de colher é quando o capulho atinge uma cor amarelo-esverdeado e a fruta fica amarela.
O processo de colheita é manual e requer atenção, já que a fruta é bastante suscetível a danos mecânicos. Quando colhida com o capulho, a fruta ganha mais durabilidade e se armazenada em um ambiente de até 18ºC pode manter-se consumível por até 30 dias.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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