Economia

Volume e receita de exportações de carne de frango caem no primeiro semestre

Apesar da baixa, ABPA acredita em recuperação dos embarques na segunda metade do ano e aposta em resultado positivo para 2024

De janeiro a junho as exportações brasileiras de carne de frango – considerando todos os produtos, entre in natura e processados -, atingiram 2,588 milhões de toneladas, queda de 1,6%  na comparação com o registrado nos seis primeiros meses de 2023 (2,629 milhões de t). Recuo ainda maior é observado na receita acumulada no período, que chegou a US$ 4,636 bilhões, saldo 10,3% inferior ao acumulado em igual período do ano anterior (US$ 5,168 bilhões).

Apesar deste cenário, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita que os resultados no fim de 2024 serão positivos. Conforme a  entidade, a média de exportações brasileiras de carne de frango registradas neste ano foi de 431,4 mil toneladas, número 0,8% superior ao registrado na média dos doze meses do ano passado, com 428,2 mil toneladas.  “O fato da média do primeiro semestre superar a média geral de 2023, aliada ao fato de que o segundo semestre é, tradicionalmente, o melhor período para as exportações, apontam para novos resultados positivos para o ano de 2024”, destaca em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin. 

Em junho, o Brasil embarcou 435,9 mil toneladas de carne de frango, baixa de 2,3% frente a  junho de 2023. Em igual comparação, a receita caiu 10,6% no período, chegando a US$ 793,6 milhões. Para o presidente da ABPA, a oscilação levemente negativa nos embarques comparativos de junho não é suficiente para comprometer o momento positivo vivido pelas exportações de carne de frango.

Quanto aos principais destinos da proteína brasileira, de acordo com o levantamento da associação, a China segue como principal importadora, comprando 276,1 mil toneladas no primeiro semestre. Apesar de liderar o ranking, as compras chinesas de carne de frango recuaram 29% ante o total registrado no mesmo período do ano passado.

Em igual comparação, na sequência dos principais compradores, aparecem os Emirados Árabes Unidos, com 240,1 mil toneladas, incremento de 20%; Japão, com 214,2 mil toneladas, leve queda de 3%; e Arábia Saudita, com 206 mil toneladas adquiridas, crescimento de 17%.

Exportações de carne de frango para América Latina aumentam quase 3%

A associação também destaca o incremento dos volumes destinados a países latino-americanos, como Cuba, Chile e Bahamas, que aumentaram suas compras em 117,1%, 50,6% e 21,5% respectivamente. Ao todo, as importações da América Latina no primeiro semestre foram de 232,4 mil toneladas, alta de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Vale destacar positivamente este incremento dos volumes destinados aos países latino-americanos nestes últimos meses, em um momento em que o principal concorrente do Brasil no mercado internacional, os Estados Unidos, apresenta redução significativa de suas exportações. Isto tem permitido ao Brasil se reposicionar em mercados estratégicos para produtos como perna e peito de frango, auxiliando na segurança alimentar dos parceiros comerciais”, ressaltou em nota o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua.

No levantamento por Estado, o Paraná segue como principal exportador, com 1,076 milhão de toneladas exportadas no primeiro semestre deste ano, número 1,1% menor do que o registrado em 2023. Em seguida, estão Santa Catarina, com 563,6 mil toneladas (+3,4%), Rio Grande do Sul, com 354,3 mil toneladas (-4,74%), São Paulo, com 136,9 mil toneladas (-9,4%), e Goiás, com 125,7 mil toneladas (+4,6%).

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