Economia
Raízen reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 2,571 bilhões
A receita líquida da Raízen cresceu 14,3%, de R$ 58,492 bilhões para R$ 66,872 bilhões

Broadcast Agro
17/02/2025 - 12:24

A Raízen registrou um prejuízo líquido de R$ 2,571 bilhões no terceiro trimestre da temporada 2024/25, que compreende o período entre 1º de outubro e 31 de dezembro de 2024, revertendo o lucro de R$ 793 milhões obtido no igual intervalo da safra anterior. Segundo a empresa, o resultado foi afetado pela “menor contribuição dos resultados operacionais e aumento das despesas financeiras, incluindo efeitos não recorrentes”, conforme destacado no release de resultados, divulgado na sexta-feira, 14, depois do fechamento do mercado financeiro.
A receita líquida da Raízen cresceu 14,3%, de R$ 58,492 bilhões para R$ 66,872 bilhões.
Já o Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 3,123 bilhões, uma queda de 20,5% ante os R$ 3,923 bilhões registrados no terceiro trimestre da safra anterior.
O desempenho foi atribuído ao avanço nas vendas de açúcar e etanol, compensado pelo menor resultado das operações de trading em todos os negócios. Além disso, a empresa mencionou impactos climáticos e queimadas ocorridas em agosto do ano passado, que afetaram a qualidade da cana e o mix de produção.
“Houve redução substancial da produção de açúcar e menor disponibilidade de produto, resultando em uma dinâmica de custos menos favorável devido ao efeito de menor diluição sobre a parcela fixa dos custos e impactos inflacionários. É importante destacar também a forte base de comparação em Mobilidade, dada a conjuntura favorável, tanto no Brasil quanto na Argentina, no ano passado”, destacou.
A alavancagem financeira encerrou o trimestre em 3 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses, ante 1,9 vez no mesmo período da safra passada. Os investimentos recuaram 7,7%, para R$ 2,795 bilhões, enquanto a dívida líquida aumentou 22,6%, atingindo R$ 38,590 bilhões.
Produção e vendas
A Raízen processou 77,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até o fim do terceiro trimestre da safra 2024/25, uma queda de 6,9% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No período, o ATR teve um leve aumento de 1,5%, passando de 134,1 kg/tonelada para 136,1 kg/tonelada, enquanto o TCH caiu 9,6%.
A produção de açúcar recuou 12,5%, totalizando 5,075 milhões de toneladas até o fim do terceiro trimestre. A produção de etanol de primeira geração aumentou 0,4%, chegando a 3,113 milhões de metros cúbicos, enquanto a produção de etanol de segunda geração (E2G) cresceu 97,2%, atingindo 49,7 mil metros cúbicos. O mix de produção foi equilibrado, com 50% destinado ao açúcar e 50% ao etanol.
No acumulado da safra, o volume de vendas de etanol próprio cresceu 14,8%, atingindo 2,540 milhões de metros cúbicos, enquanto as vendas de açúcar próprio avançaram 6,5%, somando 4,037 milhões de toneladas.
Processo de simplificação
A Raízen afirmou, no release de resultados do terceiro trimestre da temporada 2024/25, que tem avançado em sua estratégia de reestruturação, com a venda de ativos para otimizar sua estrutura de capital e gerar valor aos acionistas. A empresa diz que a nova fase se iniciou em novembro de 2024, sendo marcada por mudanças na gestão e um foco maior na eficiência operacional.
“A mudança demanda uma maior eficiência operacional e a revisão do portfólio de ativos, com o objetivo de acelerar o processo de simplificação e otimização da companhia”, destacou a administração no release. O foco principal da empresa será na distribuição de combustíveis e na produção e venda de açúcar, etanol e bioenergia.
Entre as iniciativas de reciclagem de portfólio no último trimestre, a Raízen concretizou a venda dos direitos de exploração de 900 mil toneladas de cana-de-açúcar por R$ 384 milhões. Além disso, alienou projetos de geração distribuída solar, resultando em um montante bruto de caixa de aproximadamente R$ 475 milhões. A empresa também reduziu sua participação na operação de mobilidade no Paraguai de 50% para até 27,4%, evitando um desembolso de até US$ 54 milhões até novembro de 2026.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Gripe aviária: técnicos veem limitada e temporária queda de preço de frango e ovo
2
Já conhece a cidade brasileira onde é primavera o ano todo?
3
China e UE suspendem compra de carne de frango do Brasil após caso de gripe aviária em granja comercial
4
Confirmado primeiro caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil
5
Você precisa conhecer a menor galinha do mundo
6
Gripe aviária: ovos de granja gaúcha são descartados em 3 estados

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Cade admite Minerva como terceira interessada na fusão Marfrig-BRF
Companhia apontou argumentos que demonstram potencial impacto econômico sobre suas atividades se fusão for aprovada

Economia
IBGE: estoque de produtos agrícolas era de 36 mi de t ao fim do 2º semestre de 2024
Em relação ao mesmo período de 2023, houve queda de 19,3%; soja, trigo, arroz e café representam 92,4% dos itens monitorados pela pesquisa

Economia
Preço da carne bovina exportada por MT supera a marca de US$ 4.000/t
No mês, o Estado exportou 65,8 mil toneladas em equivalente carcaça, o segundo maior volume registrado em 2024

Economia
Israel x Irã: como o conflito afeta o agro do Brasil?
Escalada militar no Oriente Médio pode elevar os custos de insumos agrícolas, além de gerar incerteza sobre exportações para países islâmicos
Economia
USDA mantém estimativas de produção para soja e milho em 2025/26 nos EUA
Quanto aos estoques domésticos, o USDA manteve as reservas de soja ao fim da temporada 2025/26 em 295 milhões de bushels (8,03 milhões de toneladas)
Economia
Plantio da safra de inverno segue lento no RS devido ao clima, aponta Emater
Técnicos afirmam que será necessário o replantio de algumas áreas de canola
Economia
Compra de fertilizantes segue lenta e amplia riscos à safra 2025/26
Geopolítica global influência oferta de adubos e pressiona valores aos produtores brasileiros
Economia
Com aporte milionário, Coopavel irá ampliar capacidade industrial e de armazenagem
BNDES aprovou R$ 133,2 milhões para construção de silos, fábrica de ração e indústria de compostagem na cooperativa