Estado concluiu safra de inverno com redução na produção de aveia e de cevada, principalmente devido ao excesso de chuvas
O Rio Grande do Sul finalizou a safra de inverno com aumento na produção de trigo, a principal cultura do período no estado. A área destinada ao cereal totalizou 1.322.167 hectares e a produção ficou 62% superior à safra de 2023, com 3.754.159 toneladas.
A produtividade das lavouras, no entanto, ficou 8,41% abaixo do projetado, que era de 3.116 kg/ha e resultou em 2.839 kg/ha. Segundo a Emater/RS-Ascar, os resultados variaram bastante.
“De insatisfatórios – em parte das lavouras, devido à recorrência de chuvas durante as fases de enchimento de grãos e na colheita, causando a redução do peso dos grãos e germinação nas espiguetas – a expressivos, como no quadrante nordeste do Estado, onde o potencial produtivo foi preservado ao longo do ciclo”, diz o informativo divulgado nesta quinta-feira, 12.
Ainda assim, a safra de 2024 é considerada a segunda maior na série histórica, ficando atrás apenas do ciclo de 2022, quando o Rio Grande do Sul produziu mais de 5,2 milhões de toneladas de trigo.
A área destinada à aveia branca somou 354.987 hectares e a produtividade caiu 9,7% – de 2.474 kg/ha para 2.247 kg/ha. Com isso, a produção total ficou em 797.759 toneladas. “A variação negativa foi influenciada por condições climáticas inapropriadas ao cultivo durante o ciclo produtivo, como chuvas intensas e ventos fortes, em algumas regiões do Estado, além de fatores relacionados ao manejo de fertilidade e à sanidade das lavouras”, diz a Emater.
A produtividade média da canola também reduziu nesta safra, somando 1.494 kg/ha. O resultado é 9,78% inferior aos 1.656 kg/ha projetados. A produção total está estimada em 226.725 toneladas, cultivadas em 151,7 mil hectares.
Segundo a Emater, o desempenho geral ficou abaixo do esperado devido à significativa variabilidade na produtividade entre as lavouras. “Esse comportamento está diretamente relacionado a fatores, como a densidade de plantas, a época de semeadura e o regime de precipitações ao longo do ciclo da cultura”. Os técnicos destacam ainda os efeitos do excesso de chuva e de nebulosidade, além de geadas pontuais.
A cevada foi a cultura da safra de inverno com a menor redução de cultivo, totalizando 110,2 mil toneladas. A produtividade caiu 6,2% e ficou em 3.204 kg/ha, tendo uma área total de 34.398 hectares cultivados.
A Emater estima que 95% dos cultivos destinados à indústria cervejeira tenham sua produção classificada como apta para malteação. Os grãos desclassificados apresentaram, predominantemente, insuficiência no calibre e no poder germinativo, não atendendo aos padrões técnicos exigidos.
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