PUBLICIDADE

Economia

Paraná deve ter a segunda maior quebra da safra de soja do país, estima FAEP

Produtividade da safra de soja pode chegar a 55 sacas por hectare, o que preocupa o produtor em relação ao pagamento de dívidas rurais

Nome Colunistas

Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadao.com

16/02/2024 - 22:00

Situação preocupa sojicultores. Foto: Adobe Stock
Situação preocupa sojicultores. Foto: Adobe Stock

Entre os estados produtores do grão, o Paraná deve ter a segunda maior quebra de safra de soja, ficando atrás apenas de Mato Grosso. É o que indicam os números da última estimativa de produção feita pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e confirmada pela FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). A quebra está estimada em 12%, passando de 21,9 milhões de toneladas de soja para 19,2 milhões de toneladas, em comparação à estimativa inicial para a safra 2023/2024.

“Se for comparar com todos os estados produtores de soja, o Paraná já está com a segunda maior quebra do país”.

Ana Paula Kowalski, técnica da FAEP

O levantamento é do final do mês de janeiro e os números das colheitas confirmam a expectativa ruim. De acordo com dados da secretaria, até a primeira semana de fevereiro, 25% da soja do estado já estava colhida e a produtividade era de 55 sacas por hectare, 14% a menos do que o ano passado. 

“Tem essa preocupação porque têm áreas boas mescladas com áreas ruins, que pegaram mais seca. Então realmente isso está baixando a produtividade média”, explicou Kowalski ao Agro Estadão. Ela complementou indicando que as áreas mais ao sul sofreram com chuvas na hora do plantio e isso também impactou a produtividade geral do estado. 

Safra de soja pode não pagar as contas

A soja é uma cultura utilizada por muitos produtores para “pagar as contas” e os custos de produção normalmente são controlados gerando margens boas, esclareceu a técnica. Mas a realidade desta safra tem preocupado os produtores, já que o custo do plantio foi elevado e os preços estão em baixa. Aliado a isso, a quebra e a pouca produtividade trouxeram mais dor de cabeça aos agricultores. 

Kowalski disse ainda que os produtores estão apreensivos em relação aos pagamentos dos financiamentos de crédito rural. “A gente tem recebido muito os produtores já começando a enfrentar dificuldades de pagamento das dívidas de crédito, principalmente, porque eles acabam captando crédito bancário para poder financiar a safra ou financiar os investimentos que eles fazem na lavoura”, relatou. 

PUBLICIDADE

O pedido é para que haja “mecanismos de renegociação das dívidas ou de prorrogação do crédito rural”. Na semana passada, o Agro Estadão adiantou que o governo paranaense estava em tratativas para que medidas de apoio fossem tomadas pelo governo federal.  

Safrinha com mais otimismo

Na visão da técnica, o oeste paranaense, região onde a colheita de soja está mais adiantada e mais se planta a safrinha, o milho segunda safra pode ter uma boa produtividade e ajudar os produtores. No entanto, ela faz duas observações para que a expectativa se concretize: um clima com menos estiagem e o custo de produção.

“A janela de plantio do milho segunda safra está muito boa. Quanto mais cedo você planta o milho no estado do Paraná, melhor é para fugir do frio ou da geada mais pra frente. Então, a preocupação agora em relação ao milho safrinha é o clima para os próximos meses. A gente tem uma expectativa de neutralidade climática e, indo pra uma La Niña, o receio é que falte chuva mais para frente, no pico. Mas se tudo correr bem, se as estiagens não vierem em momento chave, a expectativa para a safra é boa. E o custo de produção do milho é algo que preocupa também”, apontou.

Com relação aos outros tipos de cultivos, os produtores devem apostar em feijão e algodão, que apresentam margens também interessantes, observou Kowalski. Feijão na região de Curitiba e mais ao sul do estado, e algodão na região norte, de Cambará até Londrina. 

Já em relação ao trigo, os produtores têm “desanimado”, segundo a técnica. Com o histórico de prejuízo da safra passada devido ao excesso de chuvas, o produtor também está analisando a “dificuldade maior para a comercialização, maior até do que em relação ao milho”, alerta.

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Gripe aviária: México e Reino Unido retomam importação de frango do RS

Economia

Gripe aviária: México e Reino Unido retomam importação de frango do RS

As exportações de carne de frango de todo o território brasileiro continuam suspensas para 10 destinos

Banco da Amazônia lança plano safra 2025/2026 com R$ 12 bilhões em crédito

Economia

Banco da Amazônia lança plano safra 2025/2026 com R$ 12 bilhões em crédito

No ciclo 2024/25, o Banco da Amazônia aplicou R$ 12,664 bilhões em crédito rural, 15,12% acima da meta inicial de R$ 11 bilhões

Argentina: colheita de milho atinge 70,4%; plantio de trigo cobre 91% da área

Economia

Argentina: colheita de milho atinge 70,4%; plantio de trigo cobre 91% da área

O plantio do trigo na safra 2025/26 alcançou 6,7 milhões de hectares, após avanço de 12,8 pontos porcentuais na última semana

Tarifa de Trump provoca cancelamento de contratos de 500 toneladas de peixe aos EUA

Economia

Tarifa de Trump provoca cancelamento de contratos de 500 toneladas de peixe aos EUA

Taxação deve desestimular a produção interna e afetar oferta de pescado na próxima Quaresma

PUBLICIDADE

Economia

Colheita de milho em Mato Grosso do Sul alcança 10,2%

Aprosoja-MS afirma que o ritmo mais lento da colheita se deve à elevada umidade dos grãos e à escassez de caminhões para transporte

Economia

Santa Catarina registra foco de gripe aviária em criação de subsistência

Governo negocia com União Europeia retirada das restrições à carne de frango brasileira

Economia

Nova taxa dos EUA ameaça cadeia orizícola brasileira 

Abiarroz pede ao governo brasileiro que estabeleça negociação imediata

Economia

Ovos: exportações crescem mais de 190% no primeiro semestre

Estados Unidos foram os principais compradores, com um aumento de mais de 1.000% no volume negociado

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.