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Economia

Laranja: tarifa dos EUA expõe gargalos logísticos e de armazenagem

Indústrias podem ser forçadas a reduzir processamento diante de limitações de armazenamento, alerta Markestrat

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Redação Agro Estadão

21/07/2025 - 10:47

Foto: Adobe Stock
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O que acontece quando o maior mercado do suco de laranja brasileiro impõe uma tarifa de 50%? À primeira vista, o impacto parece restrito ao consumidor americano, com a expectativa de queda nas importações e aumento nos preços do suco nos Estados Unidos (EUA). No entanto, como alerta a consultoria Markestrat, esse é apenas o efeito imediato.

Segundo os especialistas da consultoria, o efeito real pode desencadear um colapso logístico e industrial no Brasil, que não se resume ao comércio exterior, mas atinge desde as indústrias processadoras até os produtores de laranja. Isso ocorre porque o Brasil responde por cerca de 70% de todo o suco de laranja consumido pelos americanos. 

CONTEÚDO PATROCINADO

Esse domínio do mercado fez com que a cadeia produtiva nacional, especialmente no cinturão citrícola paulista e mineiro, se estruturasse majoritariamente para exportação. Segundo o Fundecitrus, a safra 2025/26 está estimada em 314 milhões de caixas e cerca de 90% desse volume é destinado ao mercado externo, principalmente aos EUA.

Logística comprometida

O transporte do suco concentrado congelado (FCOJ) para os EUA é feito em navios-tanque dedicados, que precisam carregar cerca de 32 mil toneladas por viagem para a operação ser economicamente viável.

Se as tarifas desestimularem as importações americanas, os exportadores brasileiros terão mais dificuldade para formar cargas completas. “Qualquer volume menor torna o embarque inviável para o exportador”, alerta a Markestrat. Segundo a consultoria, isso provocará atrasos nos embarques, já que os volumes menores exigem mais tempo para a consolidação da carga.

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Com isso, os intervalos entre as saídas dos navios aumentam e a cadeia logística começa a sentir o peso desse distúrbio.

Gargalo do armazenamento e o freio na indústria

Neste contexto, vale destacar o efeito dominó, uma vez que, as indústrias brasileiras têm capacidade de armazenamento limitada, dimensionada apenas para estoques de passagem, ou seja, o volume que aguarda embarque ou processamento imediato.

O uso de alternativas, como caminhões-tanque para armazenagem móvel, teria um custo elevado e inviável para o setor, indica a consultoria. Assim, sem espaço para estocar, a indústria será obrigada a reduzir o ritmo de processamento para evitar um acúmulo de produto sem destino. E isso leva, inevitavelmente, a uma redução na compra de laranja do produtor.

“A laranja, uma vez no ponto de colheita, precisa ser processada rapidamente ou perde atributos técnicos de qualidade. Parte dessa fruta pode até ser desviada para consumo de mesa, mas esse canal não absorveria toda a produção e a perecibilidade levaria inevitavelmente a perdas”, lembram os especialistas.

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