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Economia

Tarifa dos EUA: efeitos sobre o agro no curto e médio prazos

Impactos previstos incluem sobreoferta interna, pressão nos preços, desinvestimento e risco de inflação via câmbio

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com.br

18/07/2025 - 12:41

Foto: Adobe Stock
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A possível entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos (EUA) sobre as exportações brasileiras, prevista para 1º de agosto, pode desencadear impactos imediatos e estruturais no agronegócio nacional. 

Segundo a consultoria Markestrat, caso a medida se confirme os reflexos tendem a ser rápidos e se propagar em cadeia, afetando desde os preços internos até o investimento e o mercado de trabalho, com consequências distintas no curto e médio prazos. 

CONTEÚDO PATROCINADO

Setores como café, suco de laranja e carne bovina podem ser alguns dos mais afetados devido à relevância do mercado norte-americano na pauta exportadora dessas cadeias, conforme noticiado pelo Agro Estadão

Efeitos no curto prazo

No curto prazo, conforme a consultoria, o primeiro efeito seria a queda nas exportações, provocando uma sobreoferta de produtos no mercado interno. Essa oferta excedente deve pressionar os preços para baixo, o que poderia gerar um alívio momentâneo na inflação ao consumidor brasileiro. 

Por outro lado, margens comprimidas desestimulariam a produção, podendo levar a desinvestimentos e ajustes no emprego no setor agropecuário e em toda a cadeia ligada às exportações. “Uma vez que, com margens comprimidas, muitas empresas passariam a ter baixo incentivo para manterem os atuais níveis de produção, abrindo espaço para desinvestimento e ajuste nos postos de trabalho”, sinaliza o relatório. 

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Expectativas no médio prazo

Já no médio prazo, a combinação entre redução dos investimentos e corte de vagas tende a afetar a oferta futura, abrindo espaço para a elevação do desemprego.

Paralelamente, a menor entrada de dólares decorrente da retração das exportações poderia pressionar o câmbio, levando à desvalorização do real e ao encarecimento das importações. “Portanto, mesmo com a inflação em queda num primeiro momento, o Brasil semearia uma inflação futura via câmbio”, destacam os especialistas.

Consequência: elevação dos juros

Diante desse cenário, a consultoria projeta uma inflação futura induzida pela alta cambial, o que exigiria uma resposta do Banco Central. “O caminho provável seria uma nova alta da taxa de juros, já elevada, para conter os riscos de fuga de capitais e proteger o real”, destaca a Markestrat.

O resultado, segundo a análise, seria uma curva de inflação com formato de ‘U’: queda inicial dos preços seguida de uma retomada inflacionária, mas agora associada a aumento do desemprego, retração da atividade econômica e encarecimento do crédito. Diante desse conjunto de fatores, a consultoria classifica como “quase uma tempestade perfeita” para o país.

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