Economia
Conheça a frutinha 'parente' da jabuticaba e pouco explorada
A grumixama, fruta nativa da Mata Atlântica e Cerrado, esconde um potencial inexplorado de sabor, nutrição e lucratividade

Redação Agro Estadão*
12/09/2025 - 07:00

A grumixama, uma joia escondida da Mata Atlântica e do Cerrado brasileiro, muitas vezes comparada à sua “prima” mais famosa, a jabuticaba, oferece um potencial econômico e nutricional impressionante, ainda pouco explorado no mercado nacional.
Características da grumixama
A grumixama (Eugenia brasiliensis Lam.) é uma espécie frutífera brasileira, com origem predominante na Mata Atlântica. Ela demonstra excelente adaptabilidade, prosperando também no bioma Cerrado.
Ela possui um sabor adocicado e levemente ácido, com variações de cor que incluem o roxo escuro, o vermelho e o amarelo/branco.
Esta adaptabilidade a diferentes ecossistemas representa uma vantagem estratégica para o produtor por permitir o cultivo em diversas regiões do país.
As condições do bioma influenciam diretamente a composição química da fruta; por exemplo, a grumixama cultivada no Cerrado pode apresentar menor umidade, mas um teor mais elevado de sólidos solúveis em comparação com as cultivadas na Mata Atlântica.
Diversidade da grumixama: cores, sabores e usos
A diversidade de cores da grumixama não se limita à estética; ela sinaliza a presença de diferentes compostos bioativos, impactando os usos da fruta.
As variedades de coloração roxa escura, por exemplo, são ricas em antocianinas, pigmentos responsáveis pelo seu tom vibrante que possuem alta capacidade antioxidante.
Este aspecto torna-as atraentes tanto para o consumo in natura quanto para o processamento em produtos como geleias e sucos.
Além disso, as antocianinas da grumixama podem ser extraídas para uso como corantes naturais na indústria alimentícia e farmacêutica. O período de safra da grumixama ocorre entre novembro e fevereiro no Brasil, fator que requer planejamento cuidadoso para o cultivo e a colheita.
Como é o cultivo da grumixama?

O cultivo da grumixama demanda atenção a fatores específicos para assegurar o desenvolvimento saudável da planta e a qualidade dos frutos. A escolha do local ideal prioriza solos bem drenados.
Quanto às necessidades hídricas, há uma variação conforme o bioma. Em regiões mais secas, como o Cerrado, a grumixama tende a produzir frutos com menor teor de umidade, porém com maior concentração de sólidos solúveis.
Práticas de adubação adequadas contribuem para o vigor da planta. O manejo da luz solar é um aspecto relevante, por influenciar a concentração de carotenoides na fruta.
As condições ambientais, como clima e solo, determinam a composição nutricional e o teor de compostos bioativos da grumixama.
Por exemplo, a grumixama cultivada no Cerrado pode apresentar teores superiores de fibra alimentar e magnésio em comparação com a produzida na Mata Atlântica, destacando como as particularidades de cada propriedade influenciam a qualidade da produção.
A propagação da grumixama ocorre geralmente por sementes, que mantêm boa taxa de germinação se secas à sombra por poucos dias e semeadas logo após a colheita.
O potencial nutricional e os benefícios da grumixama
A grumixama destaca-se por seu elevado valor nutricional e a abundância de compostos bioativos, conferindo-lhe potenciais benefícios para a saúde humana. Um estudo publicado pela revista científica Foods traz essas informações.
Ela é uma fonte rica de fibras alimentares, essenciais para a saúde intestinal e para a prevenção de doenças crônicas. A fruta também oferece uma variedade de minerais importantes, como magnésio, cálcio, ferro, potássio, sódio, zinco e fósforo.
Os compostos bioativos presentes incluem polifenóis, como flavonoides e elagitaninos, além de carotenoides e, notavelmente, as antocianinas. Estas últimas são responsáveis pela coloração intensa de algumas variedades e pelo alto poder antioxidante da fruta.
A capacidade antioxidante da grumixama auxilia na redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Ela também possui um maior teor de fenólicos totais, taninos e carotenoides, e uma capacidade antioxidante superior à de frutas como cereja e mirtilo.
A grumixama na agroindústria

A grumixama oferece oportunidades para comercialização e agregação de valor além do consumo in natura. Sua polpa pode ser transformada em produtos processados, como polpas congeladas, sucos, geleias e molhos, diversificando o leque de ofertas para o mercado consumidor.
A alta concentração de antocianinas, especialmente nas variedades de coloração mais escura, confere à grumixama um grande potencial como fonte de corantes naturais para a indústria alimentícia e farmacêutica.
Produtores podem explorar nichos de mercado com produtos de maior valor agregado, como extratos concentrados de pigmentos.
Um aspecto inovador reside no aproveitamento dos resíduos da fruta, como cascas e sementes, que são ricos em compostos bioativos como ácidos orgânicos, tocoferóis e taninos, como diz no artigo publicado na Royal Society of Chemistry (RSC).
A extração desses compostos a partir de subprodutos, que usualmente seriam descartados, permite a criação de novas fontes de renda e promove uma economia circular, otimizando o uso dos recursos da grumixama na agroindústria.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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