Grãos e café devem crescer mais entre as commodities nos próximos 10 anos

A safra 2033/2034 deve atingir 379 milhões de toneladas de grãos produzidos. Em comparação com os dados de setembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o número é 27% maior do que a atual safra, estimada em 298,4 milhões de toneladas. A taxa de crescimento é de 2,2% ao ano. 

A estimativa foi divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta terça-feira, 29, sobre as projeções da produção agrícola para os próximos dez anos. Além dos grãos, o café deve crescer com destaque entre as principais commodities brasileiras, com 31,9% de aumento na produção.

Arroz, soja e milho 

A área plantada com grãos deve saltar dos 79,8 milhões em 2023/2024 para 92,2 milhões daqui a dez anos. Arroz, milho, feijão, soja e trigo são os principais grãos e todos devem registrar crescimento.

O milho será puxado pela safra de inverno. O grão deve crescer 32,3% chegando a 153,1 milhões de toneladas em 2033/2034. “As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular a produção”, pontua o ministério no documento com as projeções. Consumo interno (30,4%) e exportações (61,9%) terão altas significativas. 

A soja deve atingir 199,5 milhões de toneladas, 35,3% a mais do que a safra atual. No entanto, “é um percentual que se situa abaixo do crescimento ocorrido nos últimos dez anos no Brasil, que foi de 71,4%”. O consumo interno é estimado em 62,58 milhões de toneladas (19,1%) e as exportações devem chegar a 130,76 milhões de toneladas (41,5%).

No caso do arroz, a projeção aponta uma queda no consumo do grão (-1,6%), mesmo com um crescimento da produção, que sairia dos 10,5 milhões de toneladas para 13,6 milhões de toneladas. Consumo em queda também para o feijão (-10,4%), mas com alta na produção, que iria de 3,25 milhões de toneladas para 3,94 milhões de toneladas.

Café, açúcar e algodão

A estimativa do Mapa levou em consideração uma ampliação no consumo mundial do café e projeta um crescimento de 31,9%, com a produção brasileira chegando a 72 milhões de toneladas, sendo 62,5% destinados à exportação.  

A produção de açúcar poderá sair de 45,6 milhões de toneladas para 55,2 milhões de toneladas, uma taxa de crescimento de 2,2% ao ano na próxima década, abaixo da taxa de consumo projetada que é de 1,7% ao ano. Isso significa mais exportações, cerca de 41,9 milhões de toneladas em 2033/2034 (26,2%). 

A pluma também deve crescer e sair dos atuais 3,65 milhões de toneladas para 4,63 milhões (26,7%). A projeção também indica um crescimento de 29,2% nas exportações brasileiras de algodão, enquanto o consumo interno não deve crescer muito (3,3%)%. 

Carnes

Nas proteínas animais, a carne de frango deve ser a de maior crescimento nos próximos dez anos (28,4%), indo a 19,49 milhões de toneladas em 2034. A carne suína é a segunda com maior crescimento (27,5%), chegando a 6,84 milhões de toneladas. A produção de carne bovina projetada é de 11,26 milhões de toneladas (10,2%). 

O consumo interno também segue a mesma tendência: 26,9% para frango; 25,4% para suínos; 0,6% para bovinos. Nas exportações, o cenário muda. O crescimento deve ficar em: 29,7% para frango; 27,1% para bovinos; e 22,5% para suínos. 

Frutas

A produção de laranja não terá um crescimento expressivo, indo de 15,1 milhões de toneladas em 2024 para 15,7 milhões de toneladas em 2034. A expectativa é de uma retração na área dos atuais 584 mil hectares para 460 mil hectares. A exportação do suco de laranja deverá crescer 21,4%, chegando a 3,23 milhões de toneladas.

Outras frutas e as estimativas de crescimento da produção são:

• Banana: incremento de 5,3%; 
• Uva: incremento de 25,7%;
• Manga: incremento de 22,5%; 
• Maçã: incremento de 16,3%; 
• Mamão: redução de -2,4%; 
• Melão: incremento de 28,5%. 

Demais produtos 

O levantamento também aponta as projeções para outros produtos da agropecuária brasileira. 

• Sorgo: acréscimo na produção em 45,6%;
• Leite: acréscimo na produção em 19%;
• Celulose: acréscimo na produção em 24,5%;
• Papel: acréscimo na produção em 16,2%.

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