Economia
Conheça o funcho: erva que parece erva-doce, mas não é
Aroma, sabor e benefícios medicinais impulsionam o cultivo desta erva versátil e popular

Redação Agro Estadão*
26/04/2025 - 08:00

O funcho é uma planta versátil com aroma característico e sabor levemente adocicado. Essa planta enriquece pratos culinários e também oferece uma gama de benefícios medicinais e aplicações industriais.
Esta erva milenar, originária da região mediterrânea, tem conquistado espaço nas hortas, cozinhas e farmácias naturais do Brasil, representando uma oportunidade de diversificação e renda adicional para agricultores.
O que é funcho?
O funcho, cientificamente conhecido como Foeniculum vulgare, é uma planta herbácea pertencente à família Apiaceae, a mesma do aipo e da cenoura. Caracteriza-se por ser uma erva perene ou bienal que pode atingir até 2,5 metros de altura.
Suas folhas são finamente divididas, com aspecto plumoso e coloração verde-azulada. As flores, pequenas e amarelas, formam umbelas características, enquanto os frutos, comumente chamados de sementes, são ovais e estriados.
Originário da região mediterrânea, o funcho tem uma história rica que remonta à antiguidade. Gregos e romanos já o utilizavam tanto na culinária quanto na medicina. Ao longo dos séculos, se espalhou pelo mundo, incluindo o Brasil, introduzido pelos colonizadores europeus.
Existem diferentes variedades de funcho. Entre as principais, estão o funcho comum (ou selvagem) é mais utilizado para a extração de óleos essenciais e fins medicinais e o doce (ou de Florença) preferido na culinária, especialmente pelo seu bulbo comestível.
Qual a diferença entre funcho e erva-doce?

É comum haver confusão entre o funcho e a erva-doce (Pimpinella anisum — também conhecida como anis), especialmente no Brasil, onde os termos são frequentemente usados de forma intercambiável. No entanto, são plantas distintas com características próprias.
O funcho (Foeniculum vulgare) tem um sabor mais suave e anisado, com folhas finas e plumosas. Suas sementes são maiores e esverdeadas.
Já a erva-doce (Pimpinella anisum) possui um aroma mais intenso, folhas mais largas e sementes menores e acinzentadas. Embora ambas pertençam à família Apiaceae, suas propriedades e usos podem variar.
Para que serve o funcho?
O funcho é uma planta de múltiplos usos, destacando-se nas áreas culinária, medicinal e industrial. Na culinária, todas as partes da planta podem ser aproveitadas. O bulbo é consumido cru em saladas ou cozido em sopas e guisados.
As folhas frescas são utilizadas como tempero, especialmente em pratos à base de peixe. As sementes, com seu sabor anisado, são empregadas em pães, bolos e licores.
Na medicina fitoterápica, o funcho é reconhecido por suas propriedades digestivas e carminativas. Chás e infusões de funcho são tradicionalmente utilizados para aliviar gases, cólicas intestinais e melhorar a digestão. Além disso, a planta possui propriedades expectorantes, sendo útil no tratamento de problemas respiratórios.
Na indústria, o óleo essencial é amplamente utilizado na perfumaria e na fabricação de cosméticos, devido ao seu aroma característico. Também encontra aplicações na produção de sabonetes, cremes e loções.
Outros usos incluem a alimentação animal, onde a erva pode ser incorporado à ração de bovinos e aves e como repelente natural de insetos em hortas e jardins.
Benefícios para a saúde

Na fitoterapia e nos usos tradicionais pelo mundo, o funcho é reconhecido por diversas propriedades:
Melhora da digestão e alívio de gases
O funcho contém compostos que estimulam a produção de enzimas digestivas, facilitando a digestão e reduzindo a formação de gases intestinais. Seu efeito carminativo ajuda a aliviar a flatulência e a sensação de inchaço abdominal.
Ação antioxidante e anti-inflamatória
Rico em flavonoides e compostos fenólicos, o funcho atua como um potente antioxidante, combatendo os radicais livres e reduzindo o estresse oxidativo no organismo. Essa ação contribui para a prevenção de doenças crônicas e para o retardo do envelhecimento celular.
Fortalecimento do sistema imunológico
O alto teor de vitamina C presente no funcho auxilia no fortalecimento das defesas naturais do corpo, aumentando a resistência a infecções e doenças.
Auxílio no tratamento de problemas respiratórios
As propriedades expectorantes do funcho o tornam útil no alívio de sintomas de bronquite, tosse e congestão nasal. O chá de funcho é frequentemente recomendado para aliviar desconfortos respiratórios.
Fonte de nutrientes essenciais
O funcho é uma excelente fonte de vitaminas e minerais, incluindo vitamina C, potássio, cálcio, magnésio e manganês, contribuindo para uma dieta equilibrada e nutritiva.
É importante ressaltar que, apesar dos benefícios, o uso medicinal do funcho deve ser feito com orientação de um profissional de saúde. Algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas e seu consumo é contraindicado para gestantes e crianças menores de 4 anos devido à sua ação estrogênica.
Produção de funcho no Brasil
A produção de funcho no Brasil, embora ainda não seja extensivamente documentada por órgãos oficiais, mostra um crescimento promissor.
Segundo dados da Embrapa, o cultivo de plantas medicinais e aromáticas, categoria na qual o funcho se enquadra, tem aumentado significativamente nos últimos anos, impulsionado pela crescente demanda por produtos naturais e orgânicos.
As regiões Sul e Sudeste do Brasil, especialmente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, destacam-se na produção de funcho devido às condições climáticas favoráveis. O funcho se adapta bem a climas temperados e subtropicais, preferindo temperaturas entre 15 °C e 25 °C.
O mercado para o funcho no Brasil apresenta um potencial considerável. A demanda crescente por produtos naturais, tanto para uso culinário quanto medicinal, abre oportunidades para os produtores rurais.
Além disso, o interesse da indústria cosmética e farmacêutica pelos óleos essenciais de funcho representa um nicho de mercado promissor.
No entanto, os produtores enfrentam desafios, como a falta de informações técnicas específicas sobre o cultivo do funcho nas condições brasileiras e a necessidade de investimentos em tecnologias de processamento e extração de óleos essenciais.
A superação desses obstáculos pode ser alcançada por meio de parcerias com instituições de pesquisa e cooperativas agrícolas.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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