Economia

EUA suspendem 100% das compras de tabaco brasileiro

SindiTabaco vê pacote do governo como positivo, mas questiona inclusão de todos os setores no Reintegra

O tabaco é outro setor que já sente os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Atualmente, o Brasil exporta cerca de 9% do volume total de tabaco produzido para o mercado norte-americano — aproximadamente 40 milhões de quilos e US$ 250 milhões em divisas.

No entanto, desde a confirmação da taxação adicional, os clientes suspenderam 100% dos embarques. Até julho, conforme o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o Brasil tinha enviado 60% do volume anual, mas os 40% restantes seguem parados nos estoques aguardando definição dos importadores.

Por isso, tudo o que chegar de ajuda, segundo o SindiTabaco, para minimizar os efeitos do tarifaço norte-americano, será bem-vindo. “Foi anunciado um Reintegra [programa do governo brasileiro que visa incentivar as exportações de produtos manufaturados, devolvendo parcialmente os tributos pagos ao longo da cadeia produtiva] de 3,1% para grandes empresas, o que pode aliviar sim, mas apenas sobre a parcela exportada”, disse Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, ao Agro Estadão. 

Porém, segundo Thesing, é preciso verificar se, no caso do Reintegra, haverá exclusão de setores, como já ocorreu no passado com a cadeia produtiva do tabaco. “O que podemos dizer é que qualquer ajuda será positiva para reduzir os impactos, mas precisamos de garantias específicas para o setor”, salientou.