Confira os principais tipos de pimenta e como cultivar | Agro Estadão Confira os principais tipos de pimenta e como cultivar | Agro Estadão
PUBLICIDADE

Economia

Confira os principais tipos de pimenta e como cultivar

Com o Espírito Santo liderando a produção de pimenta-do-reino, o Brasil se destaca no mercado global de pimentas

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

21/12/2024 - 08:34

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

Se tem algo que não pode faltar na mesa dos brasileiros é o sabor marcante da pimenta! Seja para dar aquele toque especial à comida ou para realçar os sabores, as pimentas são verdadeiras estrelas da nossa gastronomia.

O Brasil é um dos principais produtores mundiais de pimenta-do-reino (Piper nigrum), com destaque para o Espírito Santo, que responde por cerca de 60% da produção nacional, segundo a Embrapa. Em 2023, a produção foi estimada em aproximadamente 78.178 toneladas, com um aumento em relação ao ano anterior.

Classificação das pimentas

Classificação botânica

As pimentas pertencem à família Solanaceae e ao gênero Capsicum. Esse gênero engloba cerca de 30 espécies, das quais cinco são domesticadas e amplamente cultivadas: Capsicum annuum, Capsicum baccatum, Capsicum chinense, Capsicum frutescens e Capsicum pubescens

Cada espécie possui características distintas e abriga diversas variedades de pimentas conhecidas no Brasil e no mundo.

Classificação pela escala de Scoville

A escala de Scoville é um método utilizado para medir a picância das pimentas. Desenvolvida pelo farmacêutico americano Wilbur Scoville em 1912, essa escala mede a concentração de capsaicina, o composto responsável pela sensação de ardor das pimentas. 

PUBLICIDADE

A escala varia de 0 Unidades de Calor Scoville (SHU) para pimentões doces até mais de 2 milhões de SHU para as pimentas mais picantes do mundo, como a Carolina Reaper.

Principais tipos de pimenta

Pimenta-biquinho

Pimenta biquinho – Foto: Adobe Stock

A pimenta-biquinho (Capsicum chinense) é uma variedade brasileira que conquistou o paladar nacional e internacional. Seu formato característico, que lembra um bico de pássaro, e sua coloração vermelha ou amarela quando madura, tornam-na facilmente reconhecível. 

Com sabor suave e aroma frutado, possui baixa picância (entre 1.000 e 1.500 SHU na escala Scoville), o que a torna ideal para quem aprecia o sabor das pimentas sem o ardor intenso.

Muito utilizada em conservas, saladas e para decoração de pratos, a pimenta-biquinho também é apreciada in natura. Seu cultivo é relativamente fácil, adaptando-se bem a diferentes regiões do Brasil. 

As plantas podem atingir até 1,2 metros de altura e são bastante produtivas, com cada pé podendo produzir centenas de frutos ao longo da safra.

PUBLICIDADE

Pimenta-do-reino

Pimenta do reino – Foto: Adobe Stock

A pimenta-do-reino (Piper nigrum) é uma das especiarias mais importantes e amplamente utilizadas no mundo, sendo o Brasil um dos maiores produtores e exportadores. Diferentemente das outras pimentas mencionadas, não pertence ao gênero Capsicum. 

Seus frutos são pequenas drupas esféricas que crescem em cachos, medindo cerca de 5 milímetros de diâmetro. A coloração varia do verde ao vermelho quando madura, tornando-se preta após o processo de secagem.

Utilizada principalmente como condimento na culinária global, a pimenta-do-reino é valorizada por seu sabor picante e aromático característico. 

Sua picância não é medida na escala Scoville, pois o composto responsável pelo ardor é a piperina, diferente da capsaicina. É amplamente empregada em diversos pratos, molhos e conservas, além de ter aplicações na indústria farmacêutica e de cosméticos.

A planta da pimenta-do-reino é uma trepadeira perene e lenhosa, que pode atingir até 10 metros de comprimento em seu habitat natural, embora no cultivo comercial seja mantida em torno de 4 metros de altura. 

PUBLICIDADE

Pimenta-malagueta

Pimenta malagueta – Foto: Adobe Stock

A pimenta-malagueta (Capsicum frutescens) é uma das mais conhecidas e cultivadas no Brasil, sendo parte integrante da culinária de diversas regiões. 

Com frutos pequenos e alongados, medindo entre 1cm e 3cm de comprimento, essa pimenta possui uma coloração que vai do verde ao vermelho vivo quando madura. 

Com alto teor de capsaicina, sua picância varia entre 50.000 e 100.000 SHU, proporcionando um ardor intenso e duradouro.

Amplamente utilizada na culinária e na produção de molhos e conservas, a malagueta também é apreciada in natura por aqueles que gostam de pimentas muito picantes. Seu cultivo é relativamente fácil, adaptando-se bem a diferentes condições climáticas. 

As plantas são arbustivas, podendo atingir até 1 metro de altura, e são conhecidas por sua alta produtividade e resistência a pragas e doenças.

PUBLICIDADE

Pimenta-dedo-de-moça

Pimenta dedo de moça – Foto: Adobe Stock

A pimenta-dedo-de-moça (Capsicum baccatum var. pendulum) é muito popular na culinária brasileira, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. 

Com frutos alongados que lembram dedos, medindo entre 5 e 10 cm de comprimento, esta pimenta possui uma coloração que varia do verde ao vermelho intenso quando madura. Sua picância é moderada, entre 5.000 e 15.000 SHU, o que a torna versátil na culinária.

Utilizada fresca, em conservas e em diversos pratos típicos, a dedo-de-moça é apreciada tanto pelo seu sabor quanto pela sua aparência atrativa. Seu cultivo é relativamente fácil e bem adaptado ao clima subtropical. 

As plantas são arbustivas, podendo atingir até 1,5 m de altura, e são conhecidas por sua produtividade e pela qualidade dos frutos.

Pimenta-doce

Pimentões – Foto: Adobe Stock

A pimenta-doce, também conhecida como pimentão, pertence à espécie Capsicum annuum. É uma das variedades mais cultivadas e consumidas no mundo, apreciada por seu sabor suave e ausência de picância (0 SHU). 

PUBLICIDADE

Os frutos são grandes, podendo variar em forma (quadrada, retangular ou cônica) e cor (verde, vermelho, amarelo, laranja ou roxo, dependendo da variedade e do estágio de maturação).

Amplamente utilizada na culinária como vegetal, seja crua ou cozida, a pimenta-doce é versátil e nutritiva, rica em vitamina C e outros antioxidantes. 

Seu cultivo é bem estabelecido em escala comercial, com diversas técnicas de manejo disponíveis para otimizar a produção. As plantas podem variar de 0,5m a 1,5m de altura, dependendo da variedade e das condições de cultivo.

Pimenta-jalapeño

Pimenta jalapeño – Foto: Adobe Stock

Originária do México, a pimenta-jalapeño (Capsicum annuum) ganhou popularidade no Brasil nas últimas décadas. Com frutos cônicos de 5cm a 9cm de comprimento, essa pimenta possui uma coloração que vai do verde ao vermelho quando madura. 

Sua picância é moderada, variando entre 2.500 e 8.000 SHU, o que a torna acessível para muitos paladares.

PUBLICIDADE

Muito utilizada em molhos, conservas e na culinária tex-mex, a jalapeño também é apreciada fresca em saladas e sanduíches. Seu cultivo no Brasil tem crescido, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde o clima é mais favorável. 

As plantas são compactas, geralmente com menos de 1m de altura, e são conhecidas por sua produtividade e pela qualidade dos frutos, que são carnudos e suculentos.

Pimenta-tabasco

Pimenta tabasco – Foto: Adobe Stock

A pimenta-tabasco (Capsicum frutescens) é conhecida mundialmente devido ao famoso molho que leva seu nome. 

Com frutos pequenos e alongados, medindo cerca de 4 cm de comprimento, esta pimenta possui uma coloração que vai do amarelo-esverdeado ao vermelho vivo quando madura. Com picância elevada, entre 30.000 e 50.000 SHU, proporciona um ardor intenso e um sabor característico.

Cultivada principalmente para a produção de molhos e conservas, a pimenta-tabasco tem ganhado espaço no mercado brasileiro, tanto para consumo interno quanto para exportação. 

PUBLICIDADE

Seu cultivo requer cuidados específicos, pois a planta é sensível a variações climáticas extremas. As plantas são arbustivas, podendo atingir até 1,5m de altura, e são conhecidas por sua produção contínua ao longo de vários meses.

Cultivo de pimentas

O cultivo de pimentas requer condições específicas para o desenvolvimento. As plantas prosperam em climas quentes, com temperaturas entre 20°C e 30°C, sendo sensíveis a geadas e temperaturas abaixo de 15°C. 

O solo ideal deve ser bem drenado, rico em matéria orgânica e com pH entre 5,5 e 6,8. A Embrapa recomenda solos de textura média, com 15% a 35% de argila, especialmente para variedades como a pimenta-do-reino.

O processo de cultivo inicia-se com a análise e preparo adequado do solo, incluindo correção de pH e adubação quando necessário. 

As mudas são transplantadas para o campo ao atingirem 10cm a 15cm de altura, geralmente 30 a 45 dias após a semeadura. O espaçamento varia de 0,5m a 1 metro entre plantas e 0,8m a 1,2m entre linhas, dependendo da espécie e do sistema de cultivo.

PUBLICIDADE

A irrigação é crucial, principalmente durante a floração e frutificação, sendo o sistema de gotejamento o mais eficiente. A adubação deve ser baseada na análise do solo, geralmente incluindo fósforo e potássio na base, e nitrogênio em cobertura durante o ciclo. 

O manejo integrado de pragas e doenças é essencial, combinando práticas culturais, controle biológico e, quando necessário, defensivos registrados para combater problemas comuns como pulgões, ácaros, antracnose e viroses.

Por fim, existem diversas possibilidades de agregar valor à produção de pimentas. A produção de pimentas secas, moídas ou em conserva são opções tradicionais. 

Além disso, a criação de produtos derivados, como molhos, pastas e temperos, pode ampliar as oportunidades de mercado. A certificação orgânica e a produção de variedades específicas para nichos de mercado também são estratégias para aumentar o valor da produção.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Siga o Agro Estadão no Google News, WhatsApp, Instagram, Facebook ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Financiamentos do BNDES para o agronegócio crescem 26% em 2024, para R$ 52,3 bi

Economia

Financiamentos do BNDES para o agronegócio crescem 26% em 2024, para R$ 52,3 bi

No último ano, foram firmadas 191.231 operações diretas e indiretas de empréstimos do BNDES ao agronegócio, 27,9% mais que no ano anterior e 60% que em 2022

VPB agropecuária em 2025 deve crescer 11,5%, a R$ 1,419 tri, diz ministério

Economia

VPB agropecuária em 2025 deve crescer 11,5%, a R$ 1,419 tri, diz ministério

Para 2024, o ministério projeta que o Valor Bruto da Produção Agropecuária tenha avançado 0,4%, a R$ 1,272 trilhão

Exportadores de carne bovina iniciam defesa na investigação de salvaguarda da China

Economia

Exportadores de carne bovina iniciam defesa na investigação de salvaguarda da China

Brasil vai argumentar que importações de carne bovina não afetaram a produção doméstica chinesa e que restrições adicionais podem influenciar na inflação do país asiático

Frango perde competitividade para carne suína e bovina

Economia

Frango perde competitividade para carne suína e bovina

Segundo o Cepea, o preço da proteína avícola teve alta, enquanto as substitutas tiveram quedas ou ficaram estáveis

PUBLICIDADE

Economia

Preços dos ovos ficam estáveis na primeira quinzena de janeiro

Menor oferta pode sustentar e até impulsionar as cotações, diz Cepea

Economia

3tentos inicia fomento à canola no RS para produção de biodiesel

Canola será introduzida como cultura de rotação de inverno, alternando-se com o trigo a cada duas safras, diz a companhia

Economia

Colheita do milho atinge 16% no RS

De acordo com a Emater-RS, a ausência de chuvas afeta as lavouras de milho em estágio reprodutivo

Economia

Produtividade de soja deve superar a média em todos os estados, aponta Agroconsult

Consultoria indica 172,4 milhões de toneladas de soja na safra 2024/2025 e começa Rally da Safra para avaliar o potencial produtivo e as condições das lavouras

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.