Economia

Colheita do arroz é aberta no Rio Grande do Sul

Solenidade foi marcada por reivindicações do presidente da Federarroz aos Governos Federal e Estadual

Foi aberta oficialmente a colheita do arroz e grãos em terras baixas do Rio Grande do Sul. O evento foi nesta quinta-feira, 20, na lavoura Breno Prates, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS). 

Como em anos anteriores, houve também uma colheita de soja, simbolizando a integração das culturas. A cerimônia contou ainda com a tradicional descarga dos grãos das colheitadeiras no silo, simbolizando a entrega dos produtos ao mercado e aos consumidores.

Durante o evento, Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) criticou os Governos Estadual e Federal. No caso da União, Velho destacou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deveria ir ao estado para atualizar os custos de produção. “O principal problema da lavoura de arroz é o custo alto de produção. Precisamos também que continue o livre mercado. Não aceitamos intervenções no mercado do arroz. O produtor não pode vender arroz abaixo do preço de produção”.  

Segundo o dirigente da Federarroz, a falta de equilíbrio entre o custo e o preço de comercialização levou prejuízo aos produtores. “O cenário desencadeou endividamento e a diminuição da nossa lavoura”. Ele destaca ainda que parte do endividamento está relacionada à falta de um seguro agrícola adequado. 

No estado

Já os apontamentos de Alexandre Velho ao Governo Estadual estavam atrelados à maior necessidade de reservas de água e infraestrutura. “Como nós vamos investir em irrigação com a insegurança que temos com relação à energia elétrica? […] Como vamos aumentar ou manter a produção sem estradas adequadas?”, questionou. Velho cobrou a necessidade de uma melhor atuação da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), responsável por regular serviços públicos delegados no estado.

O governador em exercício, Gabriel Souza, esteve presente, Em resposta às reinvindicações da Federarroz, ele citou a política de valorização salarial, tanto dos técnicos do Instituto Rio Grandense do Arroz como da Agergs, buscando a qualificação do estado em prol do produtor gaúcho. Souza mencionou ainda um investimento de R$ 1 bilhão em estradas nos últimos meses. 

“A irrigação é outra pauta fundamental para o estado, até porque 40% dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul também produzem outras culturas, como é o caso da soja”, afirmou Souza. Ele complementou solicitando a colaboração dos líderes do setor para divulgação do Supera Estiagem, um programa do Governo Estadual que paga até 20% do custo do projeto de irrigação, com teto de até R$ 100 mil. 

A 35ª abertura oficial da colheita do arroz e grãos em terras baixas foi realizada pela Federarroz, com correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Instituto Riograndense do Arroz e apoio da Prefeitura de Capão do Leão (RS).