Marcos Fava Neves
Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio
Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão
Cotações
Marcos Fava Neves alerta quais os 5 pontos para ficar de olho no mercado agrícola em junho
Além das estimativas de perdas com a situação do clima no Rio Grande do Sul, as áreas de armazenagem também devem ser acompanhadas
Por isso, o colunista do Agro Estadão, Marcos Fava Neves, lista aqui cinco destaques para o próximo mês:
1. Plantio da mega safra americana de grãos 2024/2025: pelo que acompanhamos, mesmo com relativo atraso na soja, o progresso segue na média dos últimos ciclos, o que traz mais segurança em relação à oferta. Esse próximo mês deve significar a conclusão das operações de plantio, fazendo-nos olhar mais, desde então, para o clima e as condições das lavouras. Por enquanto, as expectativas de produção são boas, de acordo com o USDA: para o milho, esperam produzir 377,5 milhões de toneladas, uma redução de 3% em relação à safra 23/24. Na soja, a estimativa é de 121,1 milhões de toneladas, um crescimento de 6,8%.
2. Seguir observando o andamento da 2ª safra de milho no Brasil: as condições são positivas e não há, até o momento, grandes indicações de riscos climáticos, como os que tivemos em 2022/23, com geadas e secas prolongadas. Mas vale recordar a transição de El Niño para La Niña, que pode mudar a regra do jogo.
3. Os impactos da situação do clima no Rio Grande do Sul e as estimativas de perdas de grãos: é importante monitorar não apenas a colheita, que ainda segue em atraso na comparação com o Brasil, mas também das áreas de armazenagem, que acabaram sendo impactadas pelas inundações. Um triste cenário que deve ser acompanhado.
4. Pecuária nacional: na bovinocultura de corte, as exportações foram recordes nesse 1º trimestre, mas o volume elevado de abate tem impactado negativamente os preços. É essencial acompanharmos o desempenho dos embarques e de abate nesse próximo mês, esperando alguma reação na arroba, que segue em queda no preço mensal médio desde janeiro de 2024. Aliás, não só a bovina foi bem. O faturamento de carnes em geral, no mês de abril, foi de US$ 2,21 bilhões, crescimento de 27,5%, sendo que, na bovina, o crescimento foi de 77,5% em função do aumento da demanda chinesa.
5. Por fim, acompanhar as oscilações do câmbio: nesse último mês, tivemos variações que foram de R$ 5,07 a R$ 5,20, uma grande diferença, pensando nos momentos de compras de insumos da safra 2024/25 e venda da produção da soja verão (2023/24) ou do milho safrinha, que começa a ser colhido nos próximos meses. E no câmbio, pesam sempre os cenários internacional, tumultuado pelos conflitos em andamento e o nacional com agravamento da situação fiscal.
Leia a análise completa de Marcos Fava Neves para o Agro Estadão no espaço de Opinião.
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