Economia
3ª estimativa da Conab indica safra de cana de 678,67 mi/t no Brasil em 2024/25
Segundo o levantamento, área de cana cresceu 4,3% nesta safra

Broadcast Agro
28/11/2024 - 15:02

São Paulo, 28 – A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2024/25 está estimada em 678,67 milhões de toneladas, o que representa uma diminuição de 4,8% em relação à temporada anterior 2023/24 (713,21 milhões de t). Os números fazem parte do terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 28.
Conforme a estatal, a área destinada à colheita apresentou crescimento de 4,3%, alcançando 8,70 milhões de hectares (8,33 milhões de hectares em 2023/24). A produtividade média registrou queda, com previsão de 78.048 kg/hectare, o que corresponde a uma redução de 8,8% comparada com safra passada (85.580 kg/ha).
“Os principais fatores que contribuíram para essa diminuição incluem o impacto das condições climáticas adversas, como baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, especialmente nas regiões Centro-Sul, que são responsáveis por 91% da produção nacional. Além disso, as queimadas nos canaviais, que afetaram diversas áreas no ciclo de produção, também prejudicaram o rendimento das lavouras”, explicou a Conab.
A produção de açúcar, estimada em 44 milhões de toneladas, é 3,7% inferior à safra 2023/24 (45,68 milhões de t), “em virtude da menor disponibilidade de cana-de-açúcar para moagem”. Em comparação com o levantamento anterior (46 milhões de t), houve baixa de 4,3%. “Nas regiões Centro-Sul e Norte, as atividades das unidades sucroenergéticas estão quase concluídas, confirmando a expectativa de queda na produção do adoçante. Embora ainda haja moagem no Nordeste e em algumas áreas das demais regiões, a menor oferta de matéria-prima impacta diretamente o total produzido nesta safra”, comentou a Conab.
Em relação ao etanol, a produção total, que inclui tanto o derivado da cana-de-açúcar quanto o do milho, deverá atingir 36,08 bilhões de litros, representando um crescimento de 1,3% em comparação com safra anterior (35,61 bilhões de litros). Desse total, 28,86 bilhões de litros serão de etanol proveniente da cana, com uma redução de 2,8% por causa das condições climáticas desfavoráveis. O etanol produzido a partir do milho terá um aumento significativo de 22,1%, com uma previsão de 7,23 bilhões de litros ante 5,92 bilhões de litros em 2023/24. Desse total, o etanol anidro será responsável por 2,87 bilhões de litros (+ 28,2% ante 2,24 bilhões de litros em 2023/24), enquanto o hidratado deverá somar 4,35 bilhões de litros (+18,4% ante 3,68 bilhões de litros).
As exportações de etanol caíram 25,3%, totalizando 1,08 bilhão de litros na safra 2024/25. A Coreia do Sul continua como o principal destino, com 43% do volume exportado, seguida pelos Estados Unidos e Holanda, que, juntos, representam 68% do total.
Regiões
A maior parte da produção de cana no Brasil vem da região Sudeste, que prevê uma retração de 7,4% na safra de 2024/25, com uma estimativa de 434,48 milhões de toneladas. São Paulo, o maior Estado produtor, será o principal responsável por essa queda, com uma redução de 35,24 milhões de toneladas. Apesar disso, a área destinada à colheita no Sudeste deve crescer 5,7%, totalizando 5,39 milhões de hectares. A produtividade, por sua vez, deverá cair 12,3%, com uma estimativa de 80.650 kg/ha.
No Centro-Oeste, a produção de cana-de-açúcar deve alcançar 148,62 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior. A área destinada à colheita nesta região crescerá 3,9%, somando 1,85 milhão de hectares. No entanto, a produtividade média da região sofrerá uma leve queda de 1,3%, com uma previsão de 80.451 kg/ha.
Na região Nordeste, espera-se um aumento de 2,2% na produção de cana, com um total estimado de 57,72 milhões de toneladas. A colheita segue em andamento e deve atingir 55% até o fim de novembro.
Já no Sul, a produção sofrerá uma queda de 12,8%, totalizando 33,76 milhões de toneladas, em virtude da diminuição da produtividade e da área cultivada.
A região Norte, que responde por 0,6% da produção nacional, deve ter um crescimento de 3,8%, com uma estimativa de 4,09 milhões de toneladas, sendo que a colheita já foi concluída em 93% da área prevista.
()
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
A planta que parece veneno, mas é usada como remédio há gerações
2
Você usa gergelim e nem sabe tudo que ele pode fazer pela sua saúde
3
Você já provou Araticum? Fruta cheirosa e 100% brasileira
4
Você sabia que coqueiro também dá maçã? Revelamos esse mistério!
5
Canola tem aumento de 37% na área plantada no RS
6
Você sabia que a Amazônia tem sua própria uva?

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Exportação de soja deve crescer 24% em julho, aponta Anec
O volume fica abaixo dos 13,5 milhões de toneladas embarcados em junho, seguindo o padrão de redução após o pico da safra

Economia
Gripe aviária: México e Reino Unido retomam importação de frango do RS
As exportações de carne de frango de todo o território brasileiro continuam suspensas para 10 destinos

Economia
Banco da Amazônia lança plano safra 2025/2026 com R$ 12 bilhões em crédito
No ciclo 2024/25, o Banco da Amazônia aplicou R$ 12,664 bilhões em crédito rural, 15,12% acima da meta inicial de R$ 11 bilhões

Economia
Argentina: colheita de milho atinge 70,4%; plantio de trigo cobre 91% da área
O plantio do trigo na safra 2025/26 alcançou 6,7 milhões de hectares, após avanço de 12,8 pontos porcentuais na última semana
Economia
Tarifa de Trump provoca cancelamento de contratos de 500 toneladas de peixe aos EUA
Taxação deve desestimular a produção interna e afetar oferta de pescado na próxima Quaresma
Economia
Colheita de milho em Mato Grosso do Sul alcança 10,2%
Aprosoja-MS afirma que o ritmo mais lento da colheita se deve à elevada umidade dos grãos e à escassez de caminhões para transporte
Economia
Santa Catarina registra foco de gripe aviária em criação de subsistência
Governo negocia com União Europeia retirada das restrições à carne de frango brasileira
Economia
Conheça o tesouro dourado da Amazônia
O madruno, fruta rara da Amazônia, surge como oportunidade diante de um mercado em expansão para sabores diferenciados