Cotações
Preço do café recua após recorde, mas segue acima de US$ 4
Cenário climático no Brasil aumenta instabilidade no mercado que também acompanha os baixos estoques globais
Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
16/09/2025 - 10:57

As cotações do café na bolsa de Nova York realizam lucros na manhã desta terça-feira, 16, após romperem a barreira dos US$ 4 por libra-peso no pregão anterior. Contudo, apesar do leve recuo, o vencimento para dezembro/25 operava em torno de US$ 4,16 por libra-peso, por volta das 10h. O mesmo movimento é observado na bolsa de Londres, com o café robusta em queda hoje, mas ainda assim, a US$ 4,79 dólares por tonelada, após dispararem mais de 5% na véspera.
O cenário de fortes oscilações nas cotações é explicado por alguns fatores:
- baixos estoques mundiais;
- quebra na atual safra brasileira de café (2025);
- incertezas climáticas para a próxima safra (2026);
- tarifas dos Estados Unidos sobre países produtores de café, principalmente, o Brasil.
Neste momento, entretanto, o clima é o principal elemento que tem causado volatilidades no mercado cafeeiro. O temor está relacionado à baixa produtividade projetada para a safra 2026 de café arábica.
Para o diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá, porém, ainda é cedo para dizer que a produção será um fiasco. “É muito prematuro falar que 2026 vai ser um fiasco, porém, é isso que está acontecendo. Todo mundo está falando essa frase. Mas, a planta é fantástica. Então, ela está assim, murcha, porque não tem chuva. Quando começa a chover, ela cresce muito. Por isso, é difícil falar se essa seca vai impactar a planta”, afirmou.
O especialista ainda ressaltou que, mesmo com as preocupações devido ao baixo volume de chuva nas áreas produtoras, agora em setembro, esse quadro é natural para o período. No gráfico abaixo, elaborado pela consultoria, é possível observar que, entre os meses de maio e setembro, não há altos volumes de precipitações nas lavouras de café. Observando os últimos 10 anos, o retorno das chuvas é verificado somente em outubro.
Precipitação média ponderada da produção de arábica

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