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Grãos e pecuária: mercado reage à possíveis perdas no Rio Grande do Sul

Greves na Argentina e questões envolvendo o esmagamento de soja nos EUA também estão no radar

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Sabrina Nascimento

03/05/2024 - 17:45

Foto: Adobe Stock
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As cotações da soja e do milho na Bolsa de Chicago já refletem os prejuízos em lavouras do Rio Grande do Sul. O estado passa pelo “maior desastre climático” já enfrentado, conforme classificação do governador Eduardo Leite. As enchentes têm direcionado o olhar do mercado agrícola para o Brasil. 

Nesta sexta, 03, a soja operou acima dos US$ 12 por bushel no contrato de maio/24. Esse é um dos maiores patamares observados desde março. As cotações do milho também seguiram a esteira de valorização com o contrato de maio/24 cotado a US$ 4,55 por bushel, acumulando ganhos de 3,25%. 

Apesar dos prejuízos ainda serem difíceis de mensurar, “a primeira impressão é de que serão perdas bastante consideráveis, já que na semana passada 30% da área de soja do estado ainda estava por colher”, afirma Daniele Siqueira, analista de mercado da AgRural.

Antes do início das chuvas intensas, consultorias de mercado projetavam uma colheita recorde no Rio Grande do Sul. Contudo, as perspectivas já começam a mudar. 

De acordo com o analista da Safras&Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, “há o um risco de perda sim”, apesar de ainda ser cedo para qualquer projeção. “A gente está avaliando e nas próximas semanas, dentro do mês de maio, devemos fazer um ajuste e naturalmente, esse ajuste deve ser negativo”, comenta Gutierrez.

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Além do clima no Sul do Brasil, “as greves na Argentina e questões envolvendo o esmagamento de soja americano” também refletem no mercado agrícola. Siqueira explica que “Esses fatores dão força para as altas do farelo e que, por sua vez, puxam as altas da soja em grãos.” 

Abastecimento

Outros setores monitorados são o da pecuária, avicultura e suinocultura. Há frigoríficos e granjas com os trabalhos totalmente ou parcialmente suspensos. As enchentes e interdições nas estradas impedem ou dificultam o trânsito de veículos, por consequência, o abastecimento não é realizado. 

Na visão do sócio-diretor da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo, os criadores integrados podem ser um dos maiores prejudicados. “Normalmente, eles (cooperados integrados) não têm grandes estoques de ração nas fazendas. São estoques para uma semana, alguns dias”, ressalta Araújo.

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