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Tempo segue seco em grande parte do país e La Niña ‘atrasada’ frustra combate a incêndios

Focos de quimadas no Brasil passam de 50 mil neste ano; no Amazonas, em apenas uma semana, registros se aproximam de 1.500

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Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com

24/07/2024 - 17:57

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quarta-feira, 24, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um alerta de baixa umidade com potencial risco para o Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste. O alerta se estende até o fim da tarde da próxima sexta, 26. Conforme o Instituto, a umidade relativa do ar deve variar entre 20% e 30%. Índices um pouco melhores do que os desta terça-feira, 23, quando Salinas, na zona rural de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, registrou 8% de umidade, o menor nível do dia no país.

E este período mais seco do ano acende alerta quanto aos incêndios. Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de janeiro até esta semana, o Brasil registrou mais de 50 mil focos de queimadas, sendo Mato Grosso o estado com maior número de ocorrências. Na sequência aparecem: Tocantins, Mato Grosso do Sul, Roraima, Maranhão, Pará, Amazonas, Minas Gerais, Bahia e São Paulo, entre os dez estados com maior número de focos registrados. (Ver dados estaduais no gráfico abaixo)

Fonte: BDQueimadas/INPE | Dados captados em 24/07/2024*

No entanto, desde o início do inverno, tem chamado atenção o crescimento das ocorrências no Amazonas e no bioma do Pantanal.

Nesta semana, segundo o governo de Mato Grosso do Sul, os incêndios florestais no Pantanal, retornaram com intensidade devido a piora geral das condições climáticas, com aumento das temperaturas, baixa umidade relativa do ar, além da velocidade dos ventos, um dos principais fatores de propagação dos focos no bioma.

No Amazonas, entre os dias 17 e 24 de julho, o Inpe contabiliza 1.464 focos de queimadas. Em 2023, em igual intervalo, foram 511 registros.

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Seca chega mais cedo sobre bioma amazônico e reflexos são sentido em demais regiões do país

“Quando a gente tem menos umidade, um ciclo hídrico mais seco na região norte do Brasil, isso acaba impactando demais regiões porque a umidade da Amazônia tem papel fundamental na intensificação de áreas convectivas, alimentando frentes frias, impactando o regime de chuvas  nas regiões Sul, Sudeste  e Centro Oeste”, explica o meteorologista Willians Bini.

O especialista em clima ressalta que a sazonalidade é normal, resultando assim em um período seco em grande parte do país durante o inverno, no entanto, ele destaca que na região Norte do país, tradicionalmente, o período mais seco tem início entre agosto e setembro, fato que vem mudando ultimamente. “O que está acontecendo nos últimos anos é que esse período seco tem começado um pouco mais cedo e traz um impacto enorme sobre a logística, pesca e agricultura da região Norte do país, comprometendo produções de castanhas, açaí e as pastagens na pecuária, enfim, um impacto muito grande”, comenta Bini

Além da seca na Amazônia e das queimadas, aliadas às mudanças climáticas, o meteorologista destaca os efeitos do desmatamento do bioma. “Quando você tem um processo de desmatamento, ou seja menos árvores na Amazônia, automaticamente você tem menos evapotranspiração, menos umidade na atmosfera e consequentemente menos condições de formação de chuvas e é o que está acontecendo”, diz o especialista.

La Niña ‘atrasa’ e frustra expectativas 

Apesar do fenômeno climático La Niña estar confirmado para este ano, a incidência do evento deverá ser sentida mais tarde do que o esperado, conforme o meteorologista Willians Bini. “Até alguns meses atrás havia a expectativa de uma formação do processo de La Niña bem rápida, possivelmente até mesmo durante o inverno, o que seria positivo porque o La Niña traz uma condição mais favorável de chuvas para o Norte e também para o Nordeste, mas mudou! Nas projeções de transição de um El Niño para La Niña – estamos numa neutralidade – o principal destaque desta semana é que o início dessa La Niña deve ocorrer apenas na primavera”, contextualiza Bini, ressaltando que diante desta condição qualquer outra força que pudesse levar mais umidade para as regiões Norte e Nordeste fica, por ora, descartada.

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